quinta-feira, 26 de maio de 2016

A luta da Cultura, da Educação, das Mulheres, das Crianças, da Humanidade

Primeira cena descrita por mim, ainda num sonho...



Carol me acordou: " mãe, conta essa história pra mim?" Ainda sonada, respondi: " vai vendo o livro que eu já conto..." E ela: "mas mãe, eu não sei ver melhor, eu não sei ler!" Morri... ❤️ Minha menina de 3 anos já sabe que ler possibilita ver além!

A cultura diz do modo como vemos nós mesmos, o outro, o mundo, a vida. Se com olhos amorosos ou não. Carol, ao reivindicar com força e paixão por seu direito a pertencer à nossa cultura para qualificar suas experiências, me encheu de esperanças.
"Educação sem cultura é ensino. Saúde sem educação é remediação. Segurança sem cultura é repressão. Economia sem cultura é acumulação. Comunicação sem cultura é manipulação." (Jéferson Assumção)

Neste cenário atual, a luta é pela volta do Ministério da Cultura - que como parte do sistema político também pede reformas urgentes, e principalmente por uma cultura numa perspectiva de desenvolvimento social e econômico com ética e humanidade.
E vamos aproveitar a Virada Cultural de SP.


Segunda cena descrita por Luiz que me enche de orgulho...



Mateus está ensinando as irmãs a escreverem seus nomes... "Pai, a Carolina já sabe fazer a letra A!!!". Quase morri... Sempre lembrando a importância da cultura...



Terceira cena que até agora me parece piada (de mau gosto, claro)...

Alexandre Frota dando sugestões no Ministério da Educação?! Não consigo digerir.

O cara já confessou em redes sociais ter estuprado uma moça inconsciente... Justo num dia que uma moça foi estuprada por 30 homens! Pelo fim da cultura do estupro. Essa cultura não me interessa, ela revela uma das mais antigas de relação de poder que ainda existe em nossa sociedade.

E a proposta dele é por menos ideologia em escola? Neutralidade nesse caso é passividade, o que permite a banalização de violências como essa. Professores não poderão ensinar às meninas que elas nunca são vítimas quando se trata de estupro. Não é o tamanho da saia que estupra. Não é horário que estupra. Quem estupra é estuprador como o tal que agora quer palpitar numa questão séria que ele não entende nada. Mas ele é homem, né? E não tem nenhuma mulher no Ministério... Aff!

Por mais respeito com a educação! Por mais respeito com as mulheres! Por mais respeito com nossas crianças e jovens! Por uma sociedade mais humana. Por mais jovens como os que estão lutando em defesa de suas escolas, eles sim me enchem de esperança e não se calam!

Pois hoje grito muito: "não foram 30 contra uma, foram 30 contra todas!"

Caras como Frota, Cunha e Feliciano que pretendem criminalizar jovens estupradas que tiverem o filho do agressor, Bolsonaro que fez homenagem a torturador que colocou ratos em vaginas de mulheres, essa mídia que acoberta essas ações minimizando os efeitos desse crime com palavras amenas ou quem desfrutou das imagens da menina sendo violentada por 30 homens nas redes sociais ou ainda os homens que mencionados na cena a seguir, não terão mais vez.


Quarta cena descrita por Débora Queiroz, na ficção mais verídica que já vi (via facebook)...



30
Foi atrás do vídeo 31
Acredita que a vítima provocou isso, por estar bêbada 32
Afirma que "mas nem todo homem é assim" 33
Diz pra sua filha sentar como mocinha 34
Acha que mulher tem que se dar ao valor 35
Compartilha foto de mulher pelada, sem autorização dela, no whats 36
Ri das piadas machistas e permanece no grupo machista de amigos do whats, pra "não ficar chato" 37
Consome pornografia tradicional que só reforça a submissão feminina 38
Fala pro seu filho que ele é homem, então ele pode 39
Obriga sua namorada a transar sem estar afim, mesmo que usando só pressão verbal 40
Chama de "puta" ou "vadia" quando fica bravo com uma mulher 41
Acredita que beijo roubado é mais gostoso 42
Não foram só 30. E eu poderia facilmente chegar a cem, mas meu filho acordou, e eu cuido dele sozinha. 43


Quinta cena descrita por Débora Negreiros que me enche de esperança (via facebook):


Conversando sobre o que significam os direitos das pessoas, em especial das crianças, uma aluna diz assim:
- Sabia que muito antigamente as meninas não podiam ir para a escola para estudar?

Pegas de surpresa, algumas crianças não acreditam nessa informação, e outras nos perguntam por quê. Ao que outra menina responde/pergunta assim:
- É porque elas já eram muito espertas?

E pronto. É por isso que a gente precisa de feminismo. Pra que algum dia todas essas lutas bestas que a gente passa hoje nem entrem na cabeça das crianças, e quando elas tentarem entender, vão achar algum motivo de deixar os adultos de queixo caído!

Tomás: seja bem-vindo!!!

"Pois de amor andamos todos precisados! Em dose tal que nos alegre, nos reumanize, nos corrija, nos dê paciência e esperança, força, capacidade de entender, perdoar, ir para a frente! Amor que seja navio, casa, coisa cintilante, que nos vacine contra o feio, o errado, o triste, o mau, o absurdo e o mais que estamos vivendo ou presenciando." (Drummond)

Mais um nascimento me enche de alegria e esperança: Tomás, filho de minha amada Silvia e meu amigo Carlão. Hoje é um dia de festa nessa família pra lá de especial e também em nossas relações de amizades, estamos todos muito emocionados!!! E tudo indica que nasceu no mesmo dia do rafael, filho da querida Ivana, sua super amiga...

"A amizade é um meio de nos isolarmos da humanidade cultivando algumas pessoas" (Drummond)

Sil é uma grande amiga da minha vida: da Pedagogia, do trabalho, de muitos laços em comum (com a ressalva que me apresentou Luiz), de bagunças, projetos, sonhos e agora, filhos.

Meu trio passou o dia querendo ver a fotinho do Tomás lindão com sua mamãe, a SilSil como eles a chamam e estão, como eu e Luiz, desejosos de conhecer a carinha dessa pessoa que agora faz parte de toda essa trama de laços afetivos.

"Amor é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários e a regulamento vários". (Drummond)

Desde que virei mãe, toda vez que tomo conhecimento de um nascimento fico imaginando a emoção da mãe e do pai ao receberem seu bebê no colo. É uma emoção intensa, subjetiva composta por uma miscelânea de sentimentos: alegria, amor, preenchimento, sintonia, dor, medo, vazio, estranhamento...

"Eterno é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade que se petrifica e nenhuma força o resgata." (Drummond)

Uma emoção única: de um segundo para o outro o bebê nasce e passamos a nos relacionar diretamente com ele olhando em seus olhinhos, sentindo seu cheirinho, carregando-o em nossos braços, conhecendo suas expressões, seu jeito, ouvindo sua voz... Num encontro abençoado, surpreendente e inexplicável ao percebermos que o bebê já nos conhece... Ele chora e vai ao nosso colo e se acalma...

Como explicar isso? Como não se encantar com esses mistérios de nossas relações assim como com a mãe e pai adotivos que do mesmo modo constroem fortes vínculos? Como não agradecer a oportunidade de experimentar essa relação de afeto? Como não nos amedrontarmos com toda a responsabilidade que vem junto a essa percepção? Como não nos encorajarmos a ser melhor, cada vez mais, para estarmos à altura desse presente? Como nos perdoar pelas bobagens que fazemos nesse processo? Como não nos divertirmos com as bobagens que as crianças farão por toda a vida?

"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo." (Drummond)

Em meu processo eterno de aprender a ser mãe (dos meus filhos, claro, uma vez que aprendemos ao nos relacionarmos) tenho cultivado muito mais dúvidas do que certezas. De uma coisa é certa: crianças precisam ser amadas e valorizadas, de alguns limites amorosos e coerentes, de transgressões saudáveis que colocam a todos nós no movimento incontrolável da vida, de terem suas infâncias respeitadas na simplicidade do cotidiano.

Meus queridos, sei que vocês serão pais sensacionais!

"O Brasil não irá crescer enquanto os homens de terno agirem cada vez mais como crianças, e as crianças com uniformes querendo agir como adultos de terno cada vez mais cedo". (Drummond)

Sil e Carlão, desejo tudo de maravilhoso nessa nova caminhada! Contem conosco ao lado de vocês para acompanhar o crescimento de Tomás e compartilhar os choros e risos dessa vida, como sempre.

"DESEJOS

Desejos a vocês...
Fruto do mato
Cheiro de jardim
Namoro no portão
Domingo sem chuva
Segunda sem mau humor
Sábado com seu amor
Filme do Carlitos
crônica do Rubem Braga
Viver sem inimigos
Filme antigo na TV
Ter uma pessoa especial
E que ela goste de você
Música do Tom e letra do Chico
Frango caipira em pensão no interior
Ouvir uma palavra amável
Ver a Banda passar
Noite de lua cheia
Rever uma velha amizade
Ter fé em Deus
Não ter ouvir a palavra não
Nem nunca, nem jamais e adeus.
Rir como uma criança

Ouvir canto de passarinho.
Sarar de resfriado
Escrever um poema de Amor
Que nunca será rasgado
Formar um par ideal

Tomar banho de cachoeira
Pegar um bronzeado legal
Aprender uma nova canção

Queijo com goiabada
Pôr-no-sol na roça
Uma festa
Um violão
Uma seresta
recordar um amor antigo
Ter um ombro sempre amigo
Bater palmas de alegria

Calçar um velho chinelo
Sentar numa velha poltrona

Tocar violão para alguém
Ouvir a chuva no telhado
Vinho branco
Bolero de Ravel
E muito carinho meu."

(Drummond)

Pietro, Benício, Tarun, Elisa, Stella e Joaquim: sejam bem-vindos!!!

Outro dia na escola fui conversar com uma turma de alunos sobre minha experiência como blogueira, uma vez que eles vão se arriscar também nesse sentido. Foi bem interessante resgatar o nascimento deste blog...

Mateus tinha 3 meses, fui a uma consulta pediátrica, onde só chorei. Mateus nasceu lindo e saudável, o amei loucamente no primeiro instante, Luiz vinha sendo um pai super presente, nossos familiares nos apoiavam. Por outro lado, as mudanças foram profundas na alma, deixar de ser só filha para ser mãe, ouvir tanta crítica, sentir-me tão insegura, frágil, a licença maternidade que estava acabando, a volta ao trabalho que tanto amava, mas que naquele momento parecia não caber dentro de mim.

A verdade é que aquele amor ainda não cabia dentro de mim, tudo em mim estava sem lugar, em suspenso...

Tanto amor, tanta dor.
Tanta coragem, tanto medo.
Tanta força, tanta fragilidade.
Tanto aprendizado, tanta insegurança.
Tanta transformação, tanta resistência.
Tanto riso, tanto choro.
Tão eu, tão outra de mim.

Foi naquele momento que percebi como precisava de ajuda. Escrever sempre foi uma forma de expressão importante em minha trajetória, por isso naturalmente me vi escrevendo loucamente. E qual minha surpresa quando me dei conta dos efeitos que minhas palavras causavam nas pessoas, já que falava de minha experiência subjetiva com a maternidade, contudo, de alguma forma falando de sentimentos que todas mulheres sentem nesses momentos, ou ainda que não os mesmos, mas parecidos no sentido de precisarem de um tempo para se reencontrarem, diferentes e assim conseguirem se encontrar com os filhos, os companheiros, o trabalho, o mundo.

A maior delícia de todas, que é ter um filho ou uma filha (quando se deseja e tem apoio de toda comunidade), não poderia vir sem dificuldades que dizem respeito às transformações que passamos. Poucas certezas me cercam na vida, uma delas: um filho nunca é só da mãe, mas de toda uma comunidade. Quando uma mãe é omissa constantemente tem uma comunidade que também o é com ela e seu filho.

A rede de mães que se formou em torno de mim foi salvadora de minha saúde. Consegui me libertar sendo mãe ao invés de me aprisionar como acontecem com muitas mães sem apoio. Serei grata eternamente, e desde então sinto-me responsável ainda mais pelas mulheres do mundo. Ser mãe me reconectou a todas nossas antepassadas, a toda uma história de luta de cada mulher e de todas elas. Sou parte dessa história e construo história cotidianamente por nossa liberdade.

Toda essa rede me fortaleceu e nesse processo, comigo me conhecendo mais como mãe de Mateus e depois minhas meninas Carolina e Isabel e conhecendo cada um deles, esse blog inevitavelmente se transformou. Se antes precisava falar das gracinhas dos filhotes e de minhas crises iniciais, agora tenho sentido necessidade de compartilhar da beleza e desafios de ser mães nesses tempos contemporâneos.

Agora, na correria da vida e em privilegiar meus momentos com meus filhos e no trabalho acabo escrevendo pouco nesse espaço como se precisasse de inspirações ou indignações. Hoje, são as inspirações que me chamam até aqui: os muitos nascimentos de bebês fofos que preenchem minha vida de sentido de que esse mundo vale muito a pena e, claro, os muitos nascimentos de mamães, para mantermos viva nossa rede de afeto.


Pietro: seja bem-vindo!!!

Nasceu Pietro, filho de minha querida amiga Edna, e para ambos desejo tudo de maravilhoso! Edna é uma mulher guerreira que pariu ao mesmo tempo Pietro e sua tese de doutorado. Linda, sabida e divertida, morro de saudades de nossas discussões e aventuras. Que esse novo caminho possa, quem sabe, nos conectar ainda mais.

Benício e Tarun: sejam bem-vindos!!!
Os dois fofuchos são filhos do Rapha, irmão de minha grande amiga Leka. Desejo muita luz, sabedoria e alegria a todos vocês. As crianças sempre são um presente que devemos aproveitar!

Elisa: seja bem-vinda!!!

Nasceu Elisa, filha da Flor, do Gui e irmã do Miguelito, uma menina sortuda que nasceu numa família recheada de afeto!!! Toda a felicidade do mundo pra vocês!

Stella: seja bem-vinda!!!
Nasceu Stella, filha da querida Camila e seu marido. Pelas fotinhas que vi achei a pequena linda tal como a mãe. Desejo tudo de maravilhoso a essa família que desde a gestação vem se definindo como 'somos três', já num exercício de se preparar para a chegada de um ser que ilumina as relações.

Joaquim: seja bem-vindo!!!
Joaquim é filho da Juliana e de seu marido, e também é uma belezinha pelas fotos que eu vi. Ju é outra linda que certamente vai se aproveitar das belezas que vêm junto com as transformações da maternidade. Compartilho aqui o vídeo que a emocionou um pouquinho antes de virar mãe...










Uma viagem na viagem em Reggio Emilia

Sabe quando metade de você quer uma coisa e a outra não? Sabe quando depois a metade que queria fica receosa e a outra que não queria passa a querer isso mais do que tudo? Sabe quando está prestes a realizar um sonho antigo que dá medo justamente porque sabe que a partir de então as coisas vão mudar? No momento me sinto assim... Com minha humanidade aflorada em todos meus sentidos rumo a novas experiências! Nesta viagem, levo e deixo o melhor de mim.



A viagem começou... Conexão em Londres. Me animei em comprar uma lembrancinha bem singela, do tamanho de minha passagem por essa cidade. Dentre muitas opções esteriotipadas me encantei por uma caneta. Na hora de pagar me atrapalhei na máquina, e me sentindo uma tola fui pagar do modo tradicional. Foi quando me senti ainda mais tola ao me ver com um monte de libras que não usaria. Ao desfazer a confusão vi que acabei perdendo dinheiro (justo ele que nunca para na carteira). Mas ainda bem a vida não se baseia só na economia! Foi o que pensei quando me acalmei, porque "na cotação da vida eu ganhei". Afinal, eu queria uma lembrança desse momento e nunca esta vem pelo objeto por si só, mas pelas histórias que eles carregam. São as narrativas que construímos que dão sentido às nossas vidas. E para minha alegria, a caneta coube certinho no caderninho que ganhei da Andrea. É certo: ao final voltarei com o caderno cheio e a alma leve.
PS: esse acontecimento me lembrou do filme "o contador de histórias", recomendo!




E cheguei à Itália! Ainda não acredito que não se trata de um sonho... Confesso que na hora de pisar o chão pela primeira vez deu até vontade de beijá-lo tal como faz o papa - esse fofo que acolhe a todos, sendo ou não católicos. Ao invés disso, chorei de emoção e aos poucos percebi que meu frio na barriga passou, deixando minha barriga vazia. E talvez justamente por conta dessa ausência do medo logo senti uma fome... Uma fome imensa de mundo! Como boa taurina, em geral, funciono assim diante de mudanças para depois conseguir desfrutar delas. Quase um ritual de passagem: respeitando meu ritmo e contando com apoio procuro me esvaziar (um tanto) para fazer caber as novas experiências e ter fôlego de digerir os novos assombros gerados a cada novo encontro. Hoje, vivi um dia intenso nos museus (onde reencontrei obras que ajudaram a me formar) e parques (onde vi muitos italianos usufruindo de sua cidade com maior engajamento e outros passando necessidades - as coisas estão difíceis pra maioria dos países). No fim, participei de uma manifestação, pelo tanto que me senti envolvida, afinal somos todos a favor da ideia de família diversa tendo em comum o amor.




E ontem ainda teve tango! Pensa na cena: você está numa praça, já começando a pensar em ir embora porque está com frio e cansada e de repente uns senhores e umas senhoras, todos super em forma, começam a dançar tango com umas máscaras de lobo e isso vai chamando a atenção de todos que se juntam. Logo, velhos e jovens, homens e mulheres, arrumados e desencantados estão dançando com o maior deleite! Surtei. Só não dancei junto porque era tango... Rs Depois de um tempo ainda contaram que a máscara é uma forma de protesto a uma lei que está para ser aprovada e que pode colocar os lobos em risco de extinção. Sensacional! Dormi nos céus! E como dormi!!!! Perdi o café da manhã até... Rs e também me perdi do mundo, pois passei o dia desconectada... Computador não cabia na tomada, arrebentei fio do celular, no trem sem Wi-Fi livre e no hotel em Reggio (sim, cheguei!!!) a internet com problemas. Achei fofo algumas pessoas me cobrando mais histórias...Rs. Acho que foi um sinal para eu me desligar e me concentrar no que estou vivendo, em como essa experiência é única e não vale a pena perder nada! Amanhã começa o curso em Reggio e conforme for possível dou notícias, certamente outras muito sensacionais!




Um brinde de Spritz ao afastamento de Cunha! Que caiam outros! Tim tim.




É hoje a estreia do maravilhoso filme "o começo da vida", que por meio de imagens e histórias emocionantes aflora nossa humanidade. Luiz e minhas meninas participaram desse projeto. Foi uma participação pontual, uma tarde no parque que resultou em três tomadas rápidas, mas suficiente para nos deixar orgulhosos por ser parte de um filme que valoriza a infância. Neste momento, tão longe de meus filhotes e meus alunos e alunas a saudade fica ainda maior. Um oceano nos separa. Por outro lado, estar numa cidade que valoriza a infância me faz sentir totalmente mergulhada... Na infância, no humano, no belo, no ético, na vida, na poesia, na história... Sobre Reggio Emília e o porquê de eu ter sonhado tanto estar aqui: Fim de guerra. Pessoas precisando se recompor, almas precisando ser curadas, cidade precisando ser reconstruída. Nesse processo, escolhas precisam ser feitas e estas sempre revelam... Neste caso, o que há de melhor nos seres humanos envolvidos. Pensa... Numa assembleia da população sobre como usar o dinheiro arrecado com a venda de um tanque de guerra, homens queriam a construção de um cinema e vou mulheres, de escolas. Quem ganhou??? Naquele momento, as escolas. Mas hoje vemos que todos ganharam! É mesmo muito inspirador ver o tanto que essa população construiu a partir da opção pela infância e tudo mais que vem junto... Esperançosa que sou, acredito que podemos aprender com experiências como as do filme e as de Reggio, e assim navegar juntos por novos mares!
PS: fiz esse barquinho amarelo no REMIDA...





A placa diz tudo: uma escola da infância em Reggio Emília em homenagem a Paulo Freire! E o meu sorriso diz um pouco de minha infinita emoção! Num lugar que respira e inspira uma vida poética bom saber que também aprendeu um pouquinho com a gente! "Num país como o Brasil, manter a esperança viva é em si um ato revolucionário." Assim, num clima de "Reggio Freire" volto animada para continuar nossas construções de escolas transformadoras - tal como os nossos jovens estão fazendo!




Contar sobre o que entendo por educação, representando uma equipe toda já é em si uma experiência inesquecível! Mas como tudo na minha vida, uma história emenda na outra... Pois antes de minha apresentação o pen drive não funcionou e quando eu já ia desistir minhas colegas não deixaram e me animaram a ir até o hotel buscar meu computador... Nisso, a pedagogista italiana (fofa!) me ofereceu sua bicicleta... E lá vai eu, em meu último dia de Reggio Emília pedalar pela cidade... Foi sensacional! Por esse apoio de todos, por vencer uma dificuldade e principalmente por pedalar pela cidade. No caminho, vi e senti coisas que ainda não tinha experimentado andando à pé, e isso ajudou a me tranquilizar e a me despedir desse lugar que deixa marcas tão fortes em mim.