Durante a exposição tive a chance de conhecer as pesquisas de ciências naturais que cada
grupo fez com um olhar estético apuradíssimo e fui convidada a entrar em contato com o processo
de cada um por meio de trabalhos individuais, coletivos, fotos e até
mesmo instalações para ilustrar o que foi
vivenciado pelo grupo, tudo numa grande brincadeira como tem de ser com criança dessa
faixa etária.
Antes da abertura, ao ter em mãos o convite oficial vi que a foto escolhida para representar o grupo do Mateus eram
pés caminhando por entre pedras. Perguntei a ele sobre aquela experiência e logo ele me disse: "Dói o pézinho!" (ai que fofo!!!). No dia de minha visita à exposição suas professoras relataram que por uma série de razões seu grupo com crianças de 1-2 anos pesquisou diferentes questões relacionadas ao equilíbrio: andar em cima de tábuas, subir, descer, cair, levantar, caminhar por entre diferentes materiais e de diferentes maneiras. Ao final de cada vivência trocavam com seus pares sobre o que viram, sentiram, descobriram e nomeavam tudo o que foi vivido, o que possibilitou que Mateus me contasse a respeito numa situação posterior. Além disso, com a mediação das professoras tornaram descobertas que outrora eram individuais em coletivas, e dessa maneira avançaram em seus processos de socialização como também tornaram-se produtores de conhecimento, de artes, enfim, sujeitos mais conectados e apaixonados por esse mundo cheio de mistérios a serem explorados.
Parabéns às crianças que se entregaram de corpo e alma a cada investigação e que ao final dividiram conosco seus percursos e aos profissionais envolvidos em cada processo que leram tão bem seus grupos.
Que venham muitas outras exposições no percurso de Mateus... Não vejo a hora!
"A mãe reparou que o menino
gostava mais do vazio
do que do cheio.
Falava que os vazios são maiores
e até infinitos."
Manoel de Barros
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