terça-feira, 29 de outubro de 2013

Yasmin: seja bem vinda!!!

Acabei de saber de uma notícia maravilhosa, o nascimento da Yasmin, filha de minha amigona Maíra e seu parceiro Biro. Viva, viva, viva!

É muito gostoso saber que a Má está sentindo novamente a emoção de receber mais uma princesa em sua vida. Há doze anos, no susto e após uma "crise de gastrite", ela recebeu sua primogênita, a Thainá. Na época, estávamos com nossos 20 e poucos anos e eu, ela nem nossas amigas em comum tínhamos a dimensão do impacto na vida de uma mulher após a chegada de um filho. Apenas sabíamos que suas saídas noturnas diminuiriam e que novos desafios se colocariam à sua frente como concluir a faculdade, arranjar dinheiro independentemente e relacionar-se amistosamente com o pai de sua filha mesmo após o fim do namoro.

Realmente esses desafios e mais outros tantos estiveram presentes em sua trajetória, mas o que poderia ter virado um grande erro, na verdade, foi um grande acerto. Com muita determinação, paciência e às vezes (!) um pouquinho de mau humor - típico de quem quer as coisas do melhor jeito minha amiga foi guerreira, superou os obstáculos e conquistou coisas muito além do que sequer sonhava.

No decorrer, entrei em contato com a maternidade e ampliei meu olha a respeito, percebendo que é um mundo muito maior e que as mudanças são mais profundas, na alma. Acompanhei, por exemplo, suas angústias ao ver a filha com febrinha, as dificuldades em precisar fazer algumas escolhas que influenciariam a vida de outro, mas certamente o mais marcante foi perceber minha amiga apaixonada pelo ser que gerou: os sorrisos, olhares, preocupação e amor maior do mundo.

Hoje Thainá virou uma mocinha linda e gente fina, dessas que dá alegria por ter acompanhado seu crescimento. Eu também cresci, porque afinal de contas, como me disse ontem um aluno: "nessa vida a gente não cresce só de tamanho", e também tive a chance de virar mamãe e desde então meu orgulho pela Maíra só aumentou.

Só mesmo quem vira mãe sabe que a maternidade é a coisa mais especial do mundo, mas também a mais difícil de todas, e nessa parte ela sempre levou tudo numa boa, pois se tem uma coisa que não me lembro dela reclamar na vida (pasmem!) é de sua relação com Thainá - tão forte e especial!

Má querida, desejo que Yasmin, chegada num outro momento de sua vida seja o símbolo de sua história de vitória e de sua bonita união com o Biro (pai do ano que deve estar explodindo de felicidade e também merece tudo de bom!). Da mesma maneira, desejo que você vivencie essa nova maternidade de maneira mais plena e tranquila, mas não com menos amor. Afinal, isso é impossível. Thainá e Yasmin para sempre em seu coração, e no meu também... Beijão.

Primeiro beijinho

Dia 27 fez 11 anos que eu e Luiz demos nosso primeiro beijinho...




Quanta coisa vivemos de lá pra cá...
E o resultado é uma lambança geral!!!!





Que venham outras lambanças... 
Amo!!!

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Mais um cano

Quando minha amiga Fernanda junto de outras amigas de meus 20 e poucos anos tiraram sarro de mim porque não sou nada tecnológica e, dentre outros, me atrapalho ao movimentar minha conta bancária não pude fazer nada além de dar risada também. No entanto, um tempo depois ela precisou utilizar os serviços de meu banco e admitiu que o sistema era mesmo muito complicado. Pedi então que se desculpasse publicamente e em seguida ela o fez, som seu sorrisão de sempre.

Na semana passada foi seu aniversário, mas acabei não comparecendo à sua festa. Portanto, hoje sou eu quem escrevo para pedir desculpas publicamente a ela.

Fezoca da minha vida, queria muito ter ido, mas realmente fui consumida pelo cansaço do dia a dia, quando me dei conta já estava de pijama na cama sem condições de sair. Me sentindo uma velha total! Muito, muito diferente da moça que fui e que era super parceira em tudo quanto era balada. E como temos histórias dessa época para contar, não?

Mas minhas histórias recentes têm a ver com fraldas, mamadeiras, brincadeiras, choros etc. e etc. Claro que eu e Luiz temos nos esforçado para mantermos ativa nossa rede de amigos e amigas, e mais uma vez graças às nossas famílias que muitas vezes nos dão cobertura com a criançada ou mesmo ao apoio um do outro nós temos conseguido desfrutar de alguns bons momentos curtindo as amizades. Contudo, algumas vezes nossos desejos são vencidos pelo cansaço ou por outros motivos de "forças maiores" (ou deveriam ser "forças menores"?).

O fato é que além de ter ficado chateada por ter perdido a oportunidade de te dar um abraço pessoalmente, aproveitar sua companhia e mostrar como faço mesmo mesmo muita questão de tê-la sempre por perto fiquei também arrasada em não ter ido porque você é uma amiga super presente nos eventos dos meus filhotes sem mencionar que me deu a maior força na organização do chá de bebê do Mateus. Tenho amigas, inclusive pedagogas, que não suportam o barulho das festas infantis ou que também se deixam vencer pelo cansaço justo nestas datas. Mas você, diferentemente, está sempre animada, sua marca maior, querendo mesmo aproveitar esses eventos para matar as saudades quando não também fantasiada de drag queen para alegrar as crianças (não podia perder a piada, desculpa mais uma vez... rs).

Enfim, a angustiante constatação de que não dou conta de tudo segue em minhas reflexões... aprender a lidar com isso pelo jeito será um desafio eterno! E desejo de que eu e aqueles que estão ao meu redor, principalmente meus filhos, marido, familiares, amigas e alunos entendam minhas faltas e aprendam que não somos perfeitos.

E por fim, minha querida Fe, quero dizer que reconheço seu empenho ao se aproximar de meus filhos - e quem gosta deles ganha meu carinho incondicional! - além de ser uma super amiga que merece toda felicidade do mundo.  Mil desculpas. Te amo, vamos marcar uma próxima para termos mais e mais histórias para contarmos sobre nossa amizade que tanto bem me faz.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Viva eu, viva tu, viva o Chico Barrigudo!

Feliz Dia dos Professores e das Professoras!!!

Felicidade enorme por fazer parte desse grupo tão guerreiro, sonhador e necessário para a construção de um mundo justo e belo, mas principalmente por ter a honra em fazer parte da vida de diversas crianças e famílias, ensinando e aprendendo numa troca intensa e contínua como tem de ser para o processo educativo ser verdadeiro e transformador.

É realmente muito emocionante ver esses pequeninos tornarem-se humanos por via da convivência entre seus pares numa educação intencional, precisa e afetiva.

Agradecimentos especiais aos professores de minha vida. Àqueles e àquelas que marcaram meu trajeto com palavras bonitas e exemplos de vida, me apresentando escritores, pensadores, músicos, artistas que ampliaram meu olhar, minha concepção de mundo, me possibilitando crescimento profundo na alma, àqueles que por si só já o eram tudo isso e me inspiravam a mostrar o melhor de mim, a acreditar que podia ir além de minhas próprias expectativas, àqueles que me acolheram quando fracassava, me estimulavam a tentar de novo, alguns de um jeito mais duro, outros mais suaves, mas sempre reconhecendo meu esforço e apontando meus deslizes e comemorando junto os meus avanços e os de meus colegas, àqueles que cuidaram de mim, me mostrando que posso ter outros espaços afetivos e seguros além do familiar, me ensinaram que nós aprendemos muito mais junto de nossos pares ainda que a tarefa de conviver seja bem desafiante, mas certamente é o aprendizado mais importante que uma boa escola pode promover em seus educandos.

Foi realmente muito importante ter tido o contato com grandes mestres durante minha trajetória, fui virando gente devagarinho ao conviver com gente tão querida e sabida.

Agradecimentos também aos professores que marcaram minha vida pelo contra exemplo. Àqueles que falavam bonito, mas tinham uma prática distinta, que não eram tão sabidos dos conteúdos que pretendiam ensinar ou da didática de fazê-lo, que competiam com alguns alunos, que implicavam com outros e não sabiam ensinar aos que verdadeiramente precisavam aprender. Àqueles que não gostavam de suas profissões, de crianças, de adolescentes quando não de suas vidas.

Foi realmente muito importante, principalmente na época da adolescência, ter tido maus professores para ter com quem declarar guerra, colocando para fora todas os sentimentos contraditórios que quando jovem sentia, foi pensando "desse jeito não quero viver, essa gente não quero ser" que também fui me formando, fazendo minhas escolhas, imprimindo minha marca única.

Alegria por ter tido a oportunidade de tornar-me pedagoga numa  Universidade que me ampliou os horizontes no contato com gente de todo tipo d história, mas sempre questionadoras, reflexivas, transformadoras. Além da sorte de trabalhar em escolas e projetos bacanas que consideram verdadeiramente os educandos ao lado de profissionais bacanas, estudiosos e comprometidos. Grandes modelos, grandes aprendizagens que ainda continuam ocorrendo por tratar-se d aprendizados ininterruptos.

É realmente muito importante trabalhar em lugares sérios ao lado de gente guerreira, que na luta pelo reconhecimento da profissão e de nossa prática diária não desanima diante das adversidades que enfrentamos. É preciso muito sonho para manter viva na alma a esperança de novos tempos.

Esperança de que todos os espaços educativos tornem-se da mesma maneira comprometidos com todos os sujeitos de sua comunidade. Que todas as "tias" virem professoras, que a luz chegue a esses lugares e os banhos de sol dos bebês de 15 minutos aumentem significativamente - como diz o Luiz, até os detentos têm direito a mais tempo de contato com o sol!, que os coordenadores e diretores trabalhem em conjunto com a equipe docente, com os pais e alunos, os professores sejam melhores pagos e com uma formação diferenciada, os governantes valorizem a educação como um processo de transformação e não como propaganda política, os alunos sejam respeitados em seus saberes e instigados a saberem mais, suas hipóteses sejam ouvidas e não parem de fazê-las e assim não desistam de viver, de querer virar gente e de fazer parte desse mundão.

É realmente muito importante continuar nessa luta, nesse sonho de uma educação de qualidade para todos. Eu sigo, dia após dia, e principalmente hoje, no meu dia.

Emoção por ver meus filhos estudando em escolas maravilhosas e vivenciando inúmeras experiências todos os dias, experiências estas que só podem ser experimentadas num ambiente público, coletivo e com propósito educativo. Vejo a construção de suas relações com os colegas e professores e fico encantada ao vê-los tão felizes nesse espaço e tão autores de sua história

É tão importante que meus filhos possam construir uma rede de relações, aprendizados e significados, da qual não faço parte nem tenho controle direto. Um espaço legitimadamente deles, merecido. Tenho me divertido tanto com Mateus já contando em detalhes sobre suas vivências, e me encantado com as meninas interagindo com um sorriso quando cantamos uma música da escola. E quando percebo a importância da figura da professora nesse processo, mais uma vez tenho a certeza de como essa profissão é mesmo tão essencial na vida de um sujeito. Espero mesmo que todos tenham a chance de terem contato com um bom profissional, desses para ficar para sempre guardado na memória.




segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Dia das crianças 2013

Aqui em casa todo dia é dia das crianças, dia de brincar, interagir, aprender, amar, rir, chorar, sonhar. Mas ao termos um dia especial em homenagem aos pequenos e pequenas temos mais uma chance de nos lembrarmos das crianças que fomos um dia e que ainda habita dentro de nós (vide facebook nesses últimos tempos) para valorizarmos ainda mais as crianças que colocamos no mundo, para continuarmos na luta pelo direito à uma infância plena que toda criança tem e para aprendermos cada vez mais com esses seres especiais e sensíveis. 


"Nesta vida,
pode-se aprender três coisas de uma criança:
estar sempre alegre,
nunca ficar inativo
e chorar com força por tudo o que se quer."

(Paulo Leminski)

domingo, 13 de outubro de 2013

Lembranças que servem de lição: coisa de macho

Uma lembrança marcante de minha infância eram os domingos em que meu pai cozinhava. Cheirinho bom de cozinha mineira, panelas com legumes de todos os tipos, temperos e molhos únicos, tudo muito simples e gostoso. Até hoje quando fecho os olhos sinto o cheiro de sua comida.

Assim cresci com um modelo de pai atuante, e nas raras vezes em que não o era como, por exemplo, quando não conseguia reclamar diretamente sobre minhas saídas durante a adolescência acabava sendo cobrado pela minha mãe para que o fosse. Como ela mesma conta, ele só não trocava a fralda e limpava vômito dos filhos, porque passava mal, e mesmo assim agora sendo avô algumas vezes já precisou fazer essas tarefas e se virou muito bem. Ele também passa roupa, varre, lava louça. Hoje, quando vem à minha casa é comum fazê-las, dessa vez, já colocando Mateus para ajudá-lo; ações simples que demonstram o quanto é cuidadoso, amoroso e macho.

Sim, cada vez mais tenho certeza de que para conseguir entrar na relação (intensa e louca) entre mãe e filho(a) o pai precisa ser macho, muito macho. Homem bundão não entra nessa relação de jeito nenhum e fica sendo um pai à parte, de enfeite, ausente.

Já publiquei um texto de minha amiga Miruna Genoino, no qual contava sobre uma viagem de seu marido à sua terra natal com os dois filhos do casal e a reação de surpresa, quando não de reprovação das pessoas pelo fato dela "permitir" tal façanha. Mal sabem do paizão que o Miguel é e do total direito que ele faz questão de exercer de curtir e cuidar dos filhotes. Há algumas semanas atrás, passei por situação semelhante quando viajei por 3 dias com meus alunos.

O espanto foi geral. Por um lado, compreendo a curiosidade sobre como foi a rotina vivida por Luiz e nossos filhos na minha ausência, já que as crianças são pequenas e ficam comigo durante o período da manhã. Confesso que até eu fiquei um pouquinho curiosa, com vontade de ser uma mosquinha para, uma vez de fora, me divertir com a correria e loucura de nossas vidas. Mas a verdade é que meu marido, pai de nossos 3 filhos também é muito macho - ainda que de vez em quando precise de meus empurrões (risos), e por isso, em nenhum momento me senti insegura das crianças esses dias ficarem apenas aos seus cuidados. Preciso confessar que apesar da saudade gigante que senti dos meus fofuchos e da responsabilidade em levar 22 outros fofuchos para essa viagem, ainda assim de certa maneira, ela soou quase como um spa para mim (mais risos).

Ao final, como não poderia ser diferente, Luiz, contando com a ajuda de nossa super família, deu super conta do recado, e me deixou mais uma vez orgulhosa por tê-lo como companheiro. Claro que a combinação de roupas das crianças nesse período não foi das melhores, mas acima de tudo esses homens machos que se assumem pais e se aventuram nessa experiência com intensidade nos ensinam a levar as questões do dia a dia com leveza e nos deixar menos controladoras.

Em geral, passada a fase de insegurança de receber um recém-nascido nós, mães, adquirimos uma mania de acharmos que apenas nós cuidamos bem de nossos pequenos. Uma mania que foi uma conquista e por isso merece ser comemorada, mas é importante tomarmos consciência do quanto esta ideia nos limita. É muito pesado pensarmos que somos suas únicas referências e que apenas nós podemos ajudá-los. Compartilhar tarefas, desafios e sentimentos é sempre melhor para todos até para retomarmos nossas vidas, agora de um jeito diferente, mas ainda assim as só nossas vidas e de mais ninguém. Da mesma maneira ela limita os outros ao nosso redor (parceiros, avôs, tios, amigos e professores) a se envolverem com nossos filhos e assim responsabilizarem-se por eles, criando relações únicas e especiais tal qual deixamos de aprender ao vermos outros interagindo com nossas crias.

Mas certamente o pior de tudo é que essa ideia também limita nossos filhos. Eles crescem sem outros parâmetros, sem saberem que existem muitas pessoas ao seu redor que podem ajudá-los e amá-los. Certamente não vão amá-lo tanto quanto nós (muitos risos), mas o importante vão amá-los, e afinal, é isso que queremos, não? Que nossos filhos amem e sejam amados!!! Bem, é o que eu quero, e por isso desejo de coração que suas lembranças tais como as minhas sejam povoadas de muitas referências afetivas.