sexta-feira, 21 de março de 2014

Para se emocionar: síndrome de down

Hoje, Dia Internacional da Síndrome de Down resolvi marcar por aqui a importância de continuarmos na busca e na luta por uma sociedade que aceite e lide bem com a maravilhosa diversidade humana.

Resolvi então expor um vídeo a respeito, mas fiquei na dúvida se intitulava esta postagem como "Para refletir" ou "Para se emocionar", porque na verdade ele se encontra nos dois. Contudo, como em minha experiência educacional tenho tido a grandiosa oportunidade de refletir constantemente a respeito para proporcionar um trabalho de qualidade para TODAS as crianças - e justamente por conta desses encontros tenho tido a preciosa chance de me emocionar com cada gesto, carinho, descoberta e conquista, resolvi enquadrar o vídeo como emocionante... Muito emocionante.

Agora vamos ao vídeo "Dear future mom" (Querida futura mamãe), exposto no youtube, para ouvirmos essas crianças e jovens que falam muito melhor do que eu...


sábado, 15 de março de 2014

Para refletir: muito além do peso

Recentemente me deparei com esse depoimento de uma amiga sobre uma questão muito série de alimentação:

Optei por levar lanche de casa do Dudu (2 lanches por dia) para a escola. Mas, pensando na praticidade, consultei o cardápio da escola para aderir....e para minha surpresa eis que encontro às sextas-feiras bolo de chocolate e refrigerante. Como assim? Ao consultar a secretaria da escola fui informada que, se eu não quiser, eles podem trocar o lanche desse dia. Gente, só eu acho errado oferecer isso para crianças menores de 5 anos?

Não. Não sé apenas você que está preocupada com a oferta de uma alimentação saudável para as crianças. Uma pena é que pelo jeito essa escola não está.

Na escola em que trabalho há tempos a alimentação tem sido trabalhada como um conteúdo pedagógico, até mesmo antes de conseguir assumir a responsabilidade de oferecer um lanche saboroso e saudável. Quando conseguiu criar uma boa estrutura para isso, as crianças passaram a comer o mesmo lanche, o que foi positivo para que o assunto da comida passasse a ser um assunto enquanto elas comem: "você está gostando?", "Eu gosto mais dessa fruta!", "Essa está docinha", "Essa está azeda, eu não gosto.", "Eu gosto", "Minha mãe faz um sanduíche desse jeito que eu adoro", "Vou falar para a minha mãe fazer esse bolo", porque afinal, o comer junto é uma situação muito potente para a convivência - maior sentido da escola.  Nessa concepção, as frutas e os sucos naturais (refrigerante nunca!) são oferecidos primeiramente como maneira de estimular o hábito de experimentarem um alimento tão importante. Depois, oferecemos os outros alimentos: pães de diversos tipos e os acompanhantes separados como maneira da criança montar seu próprio lanchinho. Vez ou outra, inclusive, um cardápio rico e variado pode contemplar (também, nunca como única opção) um gostoso bolo simples de chocolate ou outro sabor feito com receitas com menos açúcar e algumas outras substituições de ingredientes. De qualquer maneira, conversamos e estudamos sobre o quanto esse alimento não "matam a nossa fome" por muito tempo e que por isso é importante nos alimentarmos de outros anteriormente além de cuidarmos da quantidade ingerida. Por fim, constantemente acionamos os pais, nossos parceiros, quando o hábito alimentar de alguma criança nos chama a atenção para combinamos estratégias em comum em prol do desenvolvimento da criança.

Aqui em casa também procuramos fazer esses cuidados, principalmente durante a semana. Especialmente notei que desde que Elizangela passou a trabalhar aqui todos os dias, cozinhando com esmero e também quando eu e o Luiz passamos a comer junto do Mateus que já come sozinho há tempos a relação dele com a comida melhorou, porque na verdade, nossa relação fortaleceu-se com nossas conversas sobre os sabores da comida e da vida. É nesse momento que conversamos sobre o nosso dia, trocamos impressões, apontamos quando ele não está comendo, enfim, estamos juntos! Inclusive, sinto que a compulsão de minhas meninas por comida é exatamente porque querem se sentar conosco à mesa, temos cuidado devagarinho da integração de minhas meninas nesses momentos, já que costumam comer antes, às vezes as deixamos nos cadeirões bem pertinho com um biscoito de polvilho ou uma fruta de sobremesa apenas para participarem desse nosso momento. Também tenho cuidado para cozinhar para meus filhos, importante eles me verem nesse papel, porque se eu não me esforçar eu fujo completamente delegando a tarefa ao Luiz, esse sim nosso grande cozinheiro. Devagarinho chego lá! Do mesmo modo, construir essas relações de afeto com alguns pratos especiais, porque o ato de comer é bem mais amplo do que o ato em si, ele é uma grande representação de como nos relacionamos não apenas com os alimentos, mas com as pessoas, os papéis sociais, os símbolos, o mundo.

Nos finais de semana tem sido mais difícil controlar a alimentação de meus pequenos, por conta dos eventos sociais, e cada vez mais tenho lidado de maneira mais relaxada nesses momentos - talvez porque meus pequenos estejam crescendo, todos já podem comer um pouquinho de tudo: até 1 ano nenhum de meus filhos comeu doce! Mas principalmente, talvez porque também não quero ser da outra "ponta da vara", daquela que controla tudo sem dar condições da criança também fazer escolhas e pensar a respeito sobre as consequências de seus feitos. Hoje em dia, tão logo começa a ficar com dor de barriga Mateus nos diz: "Comi muito doce!", já conseguindo fazer esse tipo de relação causa e efeito. Ainda assim meus filhos não experimentaram refrigerante ou mesmo não costumam almoçar "bobagens". Se nós, adultos responsáveis por eles, não colocamos alguns limites a questão vira um perigo para a saúde!!!

Segue um documentário chocante, mas extremamente importante sobre o que tem acontecido com as crianças e jovens quando os adultos não se responsabilizam pelo cuidado com suas alimentações. É abandono, e eles ficam à mercê de uma indústria alimentícia sem escrúpulos que para vender é capaz de engoli-los vivos. O documentário chama "Muito além do peso", porque não trata-se apenas de estar ou não em forma, sendo dessa vez engolido por outra indústria, a estética, também voraz. Trata-se de uma questão de saúde física e mental. Assim, é importante nos questionarmos sobre a nossa relação com a comida, nosso corpo e tudo mais a respeito, porque tudo indica que precisamos nos cuidar primeiramente e urgentemente para então cuidarmos de nossos filhos que precisam de nós.






sábado, 8 de março de 2014

Melhor presente para o Dia da Mulher não há!!!

Ontem minhas duas flores, Carolina e Isabel completaram 1 ano e meio de nascimento, melhor presente para o Dia Internacional da Mulher - que é hoje - não há!!! Realmente estou muito feliz de ter colocado nesse mundão duas meninas tão especiais que me enchem tanto de orgulho. Amo, amo demais da conta.

Poderia ficar um tempão elogiando as duas ou contando sobre suas sapequices ou ainda falando de todo meu amor por cada uma, mas realmente o que vale dizer hoje é que minha alegria é imensa em tê-las em minha vida. Simplesmente o mundo para quando elas começam a brincar, dançar, sorrir... Meu mundo cor de rosa!!! Só desperto mesmo quando elas começam a brigar seja pela disputa de um brinquedo ou pela atenção do vô; brigas que têm sido menos frequentes desde que voltaram à escola nesse ano. Outra escola, agora a minha, do Luiz e do Mateus, e com muita alegria os 3 têm ido juntos de mãos dadas fazer a maior farra com uma turma de colegas queridos e professoras cuidadosas.

Lina e Bebel me encantam com sua meiguice, delicadeza dos olhos nos olhos, de observarem os mínimos detalhes, do riso e carinho em abundância, da tranquilidade em se adaptarem a qualquer lugar e pessoas, de demonstrarem amor incondicional uma a outra, ao irmão, a mim, ao Luiz e a todas as pessoas de nosso entorno como também me impressionam com sua força para marcar posição, para reclamar - até mesmo de jeito mal educado (socorro!), determinação para conseguirem o que querem e abertura para negociarem conosco sobre o que desejam. Simplesmente duas meninas deliciosas!

Durante a gestação delas, no início, cheguei a palpitar que esperava por dois meninos. Logo me dei conta de que na verdade dizia exatamente o contrário do que sentia pelo receio em ser mãe de duas meninas de uma vez só. Esclareço: sempre fiz boas amizades, mas nunca fui grudada em ninguém. Tive fases mais ligadas em uma amiga ou em outra, mas sempre que estávamos ligadas demais a ponto de eu me perder de mim mesma, sobre minhas escolhas, preferências e a vontade de construir novos laços acabava me afastando, uma consciência que apenas tive com o passar dos anos e que me ajudou nas novas escolhas e principalmente em perceber o efeito que esse movimento interno causara em minha trajetória: é verdade que acabei perdendo do contato diário algumas pessoas queridas, por outro lado, de alguma maneira elas continuaram impregnadas em mim pelas marcas que cada um deixa na gente. Marcas na alma. Assim, tive receio de que minhas meninas pudessem fazer o mesmo comigo, me excluindo dessa ligação tão forte que sabemos que existe entre irmãs gêmeas, quase inexplicável. Enfim, receio de serem grudadas uma na outra ao estilo "Mimi e Cocó" além de serem mais superficiais e não tivessem a ver comigo querendo ir ao shopping toda a hora, usar maquiagem. Por sorte, me dei conta de que estava tendo uma piração total e tive a chance de ainda durante a gravidez resolver essas questões de minha cabeça (e outras tantas que também pairavam por ali) para assim recebê-las de coração e braços abertos!!!

Nesse processo, uma maravilhosa constatação: ao resgatar minha história de luta pelos direitos igualitários em nossa sociedade e a tomada de consciência sobre a força da mulher, e em especial sobre a minha potência, percebi  o quanto desejava colocar uma mulher nesse mundo, e que sorte eu tinha por poder colocar duas de uma vez só. DUAS!!! As minhas duas meninas, minhas parceiras!!!

Por tudo isso, é com muita, muita alegria que há 1 ano e meio tenho vivido uma relação intensa e amorosa com cada uma delas e com as duas juntas. Fiz até mesmo uma música de "nós 3" que elas já reconhecem e me pedem o tempo todo para cantar e fazer os gestos (nesses momentos cuido para não excluir meu pequeno Mateus... rs). Mas o mais especial é que hoje, mais do que nunca, sei que sou parte delas assim como elas são minhas, ainda que venham a ter preferências distintas das minhas. Temos uma unidade que é nossa história, nosso afeto, nossa ligação. As diferenças vão inclusive servir para que possamos nos lembrar de que somos diferentes ainda que tenhamos diversas ligações entre nós: nós 3, elas duas, nós 4, nós 5, nós família, nós do mundo, elas com o mundo.

Minhas meninas que sempre vão ser minhas, tão desejadas, cuidadas e amadas, mas que também são desse mundão; um mundão que sempre precisará de mulheres guerreiras (e também de homens íntegros) em sua urgente e permanente construção de uma sociedade igualitária e harmoniosa - essa sim a verdadeira razão para o Dia da Mulher existir.

Como mãe, mulher e educadora, me esforço para fazer a minha parte sendo um bom modelo para minhas meninas e meu menino além de meus alunos e alunas construírem novos tempos, e desse jeito sigo sonhando com suas conquistas futuras que certamente também serão minhas como de todas nossas ancestrais.

terça-feira, 4 de março de 2014

Viver com fé

Minha religião é minha fé. Fé em Deus, na vida, na humanidade, na ideia de que "nada é por acaso" ainda que muitas vezes a gente não chegue a entender alguns desafios e caminhos que escolhemos. Contudo, minha fé me guia a buscar as melhores escolhas possíveis, a cuidar de mim e de minha família e a tentar construir relações respeitosas com todos ao meu redor e com o mundo que fazemos parte, e principalmente, a me libertar, sempre que possível, de equívocos que muitas vezes cometo no desafio eterno de tentar acertar, ora acertando, ora não.

Uma fé que aumentou desde que virei mãe e que cresce proporcionalmente ao tamanho de meus filhos junto de meu amor por eles. Uma fé que por vezes esmorece diante de algumas desilusões e indignações comigo mesmo e com meus pares, e principalmente quando o medo - típico de quem sabe que tem muita coisas preciosa a perder e não quer que isso aconteça -  também cresce, mas que em geral, logo volta a se fortalecer, porque realmente, em geral, vejo muita relevância em tudo que vivemos. Acho mesmo que nossas vidas são grandes milagres que precisam ser cuidados todos os dias, principalmente quando nos conectamos na mesma energia. Aí sim ficamos muito potentes.

Espiritualidade que precisa ser vivenciada e estimulada nos dias atuais, mas ao meu ver, dessa maneira aberta, amorosa, plena, transformadora, potente, sendo visto como um estado de espírito que precisa ser vivido intensamente em si mesma e com coerência em todos os âmbitos de nossas vidas. É esse o modelo que tenho cada vez mais tido como referência e que será ensinado aos meus pequenos. Espiritualidade como um cuidado conosco mesmo e com os outros, que seja um suporte para nossos momentos de angústia, dúvida, dor assim como um meio de compartilharmos experiências, alegrias, encantamentos. Enfim, um estado de conseguirmos momentos essenciais, estruturantes e reveladores com nossa humanidade e com o divino.

Assim, sempre que possível, tenho essa mania (meio irritante para algumas pessoas) de procurar ver o lado bom das coisas. Ontem aconteceu algo a princípio bem chato: carro quebrado na estrada à noite com meus 3 filhotes dormindo no banco de trás!!! Mas no meio de toda a chatice aconteceram coisas tão, mas tão boas que tornaram o acontecimento pequeno, passageiro e até mesmo encarado como um sinal de sorte. Assim fui dormir agradecendo, de coração, por tudo ter acabado bem.


"Rezar muito e ter fé. Porque as coisas estão todas amarradinhas em Deus." Guimarães Rosa

Outros relatos: Flavia Perdigão

Minha colega de trabalho Flavia tem se revelado uma verdadeira cronista, escrevendo sobre os mais diversos assuntos. Mas dentre tantos textos sensíveis, divertidos e detalhados que poderia publicar por aqui, hoje me deparei com este, bem curtinho, entretanto, pela data especial, tornou-se ao meu ver, o mais significativo de todos, pois nele declara seu amor ao filho Daniel e sua alegria por vê-lo tão crescido...

E meu menino cresceu e hoje completa 18 anos. E eu completo 18 anos vivendo a minha maior e melhor história de amor! Parabéns, Dan!

Também desejo feliz aniversário ao Daniel, tudo de bom! Mas faço questão de desejar também parabéns à Flavia, mãe guerreira. Criar filho é uma bênção e ao mesmo tempo uma tarefa desafiante - só mesmo quem se dispõe a fazer a sua parte do melhor jeito possível sabe... E Flavia certamente sabe... ah, como sabe! Uma mãe que respeita o tempo e as possibilidades reais do filho, sem deixar de sonhar com boas surpresas, que o ouve mesmo na ausência da fala propriamente dita, sendo sua porta voz, que se emociona diante das mais singelas (e ao mesmo tempo enormes) conquistas e que o ama incondicionalmente só pode mesmo ser merecedora de viver essa alegria junto do filhote. Flavia querida, aproveite bastante seu moço!!!

sábado, 1 de março de 2014

Para refletir: a alma do negócio


Realmente uso o facebook para me engrandecer e não me enaltecer. Eis mais uma prova: há muito tempo assisti a esse documentário "Criança, a alma do negócio" promovido pelo Instituto Alana e em choque fiquei. Não sei por quê na época não publiquei por aqui. Mas ainda bem que minha amiga Inez Pinheiro, com suas sábias palavras que seguem abaixo, publicou recentemente em sua página, e dessa vez me vi na obrigação de compartilhar com mães, pais, educadores e gente interessada em continuar sendo gente da melhor qualidade, o que vem ocorrendo - NA NOSSA FRENTE TODOS OS DIAS!!! - com gente pequena que não tem condições de se defender desse apelo ao consumo exacerbado nem de fazer uma reflexão sobre o que estão perdendo ao manifestarem suas "vontades", pouco genuínas e distantes de uma infância saudável. Cadê uma legislação respeitosa sobre os direitos das crianças e do adolescente e cadê os adultos responsáveis por essas crianças que inclusive no documentário pouco manifestam uma postura como formadores dessas crianças???


Fica então a necessária reflexão proposta por Zizi:  

Estamos vivendo numa época em que é difícil dizer não para o pedido de uma criança, quando "todos têm tal brinquedo, todos fazem tal coisa"… E não é fácil mesmo!
Mas esse vídeo é uma das coisas mais sérias que já assisti sobre o assunto e obviamente
foi pouquíssimo divulgado, uma vez que critica justamente esse apelo e precocidade do consumo dos pequenos.
Somos um dos raros países onde não há uma censura séria da propaganda para público infantil, pelo contrário. Cada vez mais bombardeia-se as crianças com comerciais apelativos… Uma das cenas é chocante: numa entrevista com 5 crianças, 4 dizem que preferem "comprar" do que brincar… socorro!! 






 

OBS: Para quem quiser conhecer o trabalho sério do Instituto Alana, é só entrar no site: www.alana.org.br

 

 


Para rir: terceiro filho

Encontrei esse texto nas redes sociais e tirando uma parte ou outra mais exagerada e deturpada além dos jeitos particulares de cada um, a essência é exatamente essa: temos a tendência a exceder nos cuidados com o primeiro filho, relaxar com o segundo e "avacalhar" com o terceiro.

No meu caso em especial, nem me achei uma mãe super protetora com Mateus, mas ainda assim cometi alguns excessos e principalmente sofri em demasia com coisas pequenas. Lembro-me de quando fiquei em choque quando me dei conta da "lista da básica" que uma vendedora me passou para a chegada do bebê e eu mal sabia o que significava a maioria dos itens ou de uma vez em que finalmente eu e Luiz saímos para jantar fora com nosso bebê e quando a chupeta caiu no chão quis logo ir embora, porque uma vez não tendo como esteriliza-la não poderia dar ao Mateus quando ele quisesse e aí já criei a maior cena terrível em minha cabeça com o menino aos berros no restaurante e nós sem podermos acalmá-lo, passando a maior vergonha e sem conseguir comer e aproveitar - objetivo da saída, não? Quanta piração!!!! Fazer o que? Faz parte do aprendizado.... No fundo, desejo de acertar em uma sociedade que valoriza o consumo, o excesso, o individual, a culpa...

Tempo depois, recebi o segundo e o terceiro filho de uma vez só, e pude vivenciar novamente toda a emoção de receber esses pequenos seres especiais em minha vida e dessa vez, que alegria: sem tantas inseguranças. Em geral, tirando alguns casos especiais em que o segundo ou terceiro filho foi gerado após muito tempo com os pais mais maduros ou outros em que o bebê requer alguma atenção especial tenho visto um sentimento de alívio às respectivas famílias. E o alívio é tão grande que faz a gente relaxar mesmo, em todos os sentidos... Assim, desde que tive 3 filhos a correria tem sido grande e como já coloquei aqui outras vezes realmente alguns cuidados ficam de lado: minhas meninas quase não têm foto, muito menos álbum organizado, fizeram menos passeios na vida, têm menos momentos sozinhas só comigo ou com o pai, menos roupas, brinquedos e não consulto a pediatra a cada acontecimento, pois já conseguimos esperar, ouvir a criança, o contexto e usar de nossa experiência.

Por outro lado, vejo que a qualidade das relações afetivas (o mais importante de tudo!) está não apenas garantido como potencializado nesse contexto, uma vez que elas chegaram numa família mais estruturada, com pais presentes e com mais clareza e condições de fazerem as escolhas necessárias para seu desenvolvimento pleno e saudável além de um irmão receptivo e sensível. Com o tempo, nos vimos mais tranquilos sobre o que podemos desapegar em relação ao consumo, excesso de informações e zelo para nos atermos ao que realmente importa. Assim, é verdade que as meninas fizeram menos passeios na vida delas em relação a Mateus, contudo, os passeios que fizeram foram muito mais adequados do que os de Mateus, já que não temos mais aquela urgência em irmos, por exemplo, ao restaurante como tínhamos quando Mateus nasceu. Na época era realmente muito sofrido percebermos que nossas vidas haviam mudado com a chegada do bebê. Agora aceitamos nossas vidas com crianças, gostamos de como tudo foi se ajeitando. Com as meninas, em geral, temos feito programas de criança, para que aproveitem com plenitude nossos momentos - e aqui não estou fazendo uma crítica nem uma fala de quem nunca vai fazer o contrário, mas apenas fazendo a constatação de uma escolha até o momento, porque as crianças crescem... e rápido! E uma vez crescendo teremos que fazer outras escolhas para nos organizarmos do melhor jeito para nossa família. Além do mais, acredito piamente que nossos filhos vieram somar em nossas vidas, tanto que recentemente aceitei um novo desafio profissional em que tenho ficado um pouquinho mais afastada deles, mas faço o possível para aproveitar essa infância dos 3, o mais intensamente que puder.

Dessa maneira, vejo que apesar de uma dúvida aqui e outra acolá sobre um monte de coisas temos algumas certezas importantes e que nos fazem conviver bem com tudo o mais: queremos (e achamos que uma boa parte estamos conseguindo) criar nossos filhos de modo que eles saibam que são extremamente queridos por nós, pelos irmãos e mais um monte de gente, além de capazes de aproveitar tudo que a vida tem a oferecer, já que desde cedo vimos toda a potência que existe dentro deles, inclusive para atuarem  com uma certa independência em algumas situações, nos deixando também um pouquinho mais livres... tão bom assim pra todo mundo!!!

Segue o texto "engraçadinho" e inspirador dessa reflexão... de autor desconhecido. Por favor foquem na ideia central dele e ignorem os exageros que só se justificam pela piada pronta...


ORDEM DE NASCIMENTO DOS FILHOS

O 1º filho é de vidro...

O 2º é de borracha
O 3º é de ferro

Planejamento
O 1º filho é (em geral) desejado
O 2º é planejado
O 3º é escorregado

O TRATAMENTO (PELA ORDEM DE NASCIMENTO DAS CRIANÇAS)

1º- Irmão mais velho têm um álbum de fotografia completo, um relato minucioso do dia que vieram ao mundo, fios de cabelo e dentes de leite guardados.
2º – O segundo mal consegue achar fotos do primeiro aniversário.
3º- Os terceiros, não fazem ideia das circunstâncias em que chegaram à família

O que vestir
1º bebê – Você começa a usar roupas de grávidas assim que o exame dá positivo.
2º bebê – Você usa as roupas normais o máximo que puder.
3º bebê – As roupas para grávidas são suas roupas normais, pq vc já deixou de ter um corpinho de sereia e passou a ter um de baleia.

Preparação para o nascimento
1º bebê – Você faz exercícios de respiração religiosamente.
2º bebê – Você não se preocupa com os exercícios de respiração, afinal lembra que, na última vez, eles não funcionaram.
3º bebê – Você pede para tomar a peridural no 8º mês pq se lembra que dói demais.

O guarda-roupas
1º bebê – Você lava as roupas que ganha para o bebê, arruma de acordo com as cores e dobra delicadamente dentro da gaveta.
2º bebê – Você vê se as roupas estão limpas e só descarta aquelas com manchas escuras.
3º bebê – Meninos podem usar rosa, né? Afinal o seu marido é liberal e tem certeza que o filho vai ser macho igual ao pai! (será que vai mesmo?)

Preocupações
1º bebê – Ao menor resmungo do bebê, você corre para pegá-lo no colo.
2º bebê – Você pega o bebê no colo quando seus gritos ameaçam acordar o irmão mais velho..
3º bebê – Você ensina o mais velho a dar corda no móbile do berço ou manda o marido ir até o quarto das criança.

A chupeta
1º bebê – Se a chupeta cair no chão, você guarda até que possa chegar em casa e fervê-la..
2º bebê – Se a chupeta cair no chão, você a lava com o suco do bebê.
3º bebê – Se a chupeta cair no chão, você passa na sua camiseta, dá uma lambida, passa na sua camisa desta vez para dar uma secadinha pra não pegar sapinho no nenê, e dá novamente ao bebê, pq o que não mata, fortalece (vitamina B, de Bicho, off course!)

Troca de fraldas
1º bebê – Você troca as fraldas a cada hora, mesmo se elas estiverem limpas.
2º bebê – Você troca as fraldas a cada duas ou três horas, se necessário.
3º bebê – Você tenta trocar a fralda somente quando as outras crianças começam a reclamar do mau cheiro.

Banho
1º bebê – A água é filtrada e fervida e sua temperatura medida por termômetro.
2º bebê – A água é da torneira e a temperatura é fresquinha.
3º bebê – É enfiado diretamente embaixo do chuveiro na temperatura que vier, pq vc, seu marido e seus pais foram criados assim, e ninguém morreu de frio.

Atividades
1º bebê – Você leva seu filho para as aulas de musica para bebês, teatro, contação de história, natação, judô, etc…
2º bebê – Você leva seu filho para a escola e olhe lá…
3º bebê – Você leva seu filho para o supermercado, padaria, manicure,e o seu marido que se vire para levá-lo à escola e ao campo de futebol…

Saídas
1º bebê – A primeira vez que sai sem o seu filho, liga cinco vezes para casa da sua mãe (sua sogra não pode ficar com a criança porque na sua cabeça, ela nunca foi mãe), para saber se ele está bem.
2º bebê – Quando você está abrindo a porta para sair, lembra de deixar o número de telefone pra empregada.
3º bebê – Você manda a empregada ligar só se ver sangue.

Em casa
1º bebê – Você passa boa parte do dia só olhando para o bebê.
2º bebê – Você passa um tempo olhando as crianças só para ter certeza que o mais velho não está apertando, mordendo, beliscando, batendo ou brincando de superman com o bebê, amarrando uma sacola do carrefour no pescoço dele e jogando ele de cima do beliche.
3º bebê – Você passa todo o tempo se escondendo das crianças.

Engolindo moedas
1º bebê – Quando o primeiro filho engole uma moeda, você corre para o hospital e pede um raio-x.
2º bebê – Quando o segundo filho engole uma moeda, você fica de olho até ela sair.
3º bebê – Quando o terceiro filho engole uma moeda, você desconta da mesada dele.