quinta-feira, 30 de julho de 2015

"1000 dias"

Mais um orgulho: minhas meninas participaram de um projeto sério, bonito e de extrema importância para a valorização da infância, da maternidade, da humanidade. Não me aguento de emoção!!!

A partir da certeza de que "uma história bem contada pode realmente fazer a diferença na forma como as pessoas veem o mundo" a Maria Farinha Filmes tem produzido diferentes mídias com autenticidade, criticidade e poesia. Dessa vez, essa produtora está envolvida nas filmagens do "1000 dias" que trata da importância dos 3 primeiros anos de nossas vidas para nosso desenvolvimento com destaque para a figura materna.

Dar voz às pessoas além de denunciar escolhas que nossa sociedade vem fazendo que causam impactos negativos, compartilhando reflexões e modos de vidas alternativos mais coerentes com princípios ligados à preservação de nossa espécie e do planeta são ações que essa produtora tem feito em parceria com outros projetos, também sérios, causando um impacto enorme em quem entra em contato com essas narrativas, algumas das quais já mencionei por aqui como "Tarja Branca", "Muito além do peso" e "Criança, a alma do negócio".

 Ao entrarmos em contato com esses documentários sentimos um misto de emoções: indignação, medo, vergonha, alívio e esperança de que podemos fazer novas escolhas, nos relacionarmos de maneira mais ética, democrática e estética uns com os outros e o planeta.

Tenho certeza de que "1000 dias" também será de extrema importância para nossa concepção de infância tanto do ponto de vista histórico, social, político como pessoal: o resgate da criança que fui e a valorização das diversas crianças contemporâneas, com toda singularidade e potência que têm. A necessidade de terem seu tempo livre para brincar, se expressar por diferentes linguagens, fazerem suas pesquisas, explorações, questionamentos e construírem suas respostas assim como de te terem ao seu lado cuidadores zelosos e afetivos que preservam seu desenvolvimento saudável.

Segue um pequeno trailer de "1000 dias"...



Do mesmo modo será importante para um alargamento de nossas perspectivas sobre a maternidade. A mulher tem sua vida virada do avesso quando dá à luz e é necessário cuidar do bebê e dela para ela consiga enfrentar todos os desafios e aproveitar das delícias de acompanhar os filhotes. Recentemente, por exemplo, uma mulher que lutou muito para ter seus filhos e tornou-se uma mãe amorosa me perguntou se eu já havia pensado em me matar quando eles eram bebês. contei a ela que quando Mateus tinha dois meses eu chorei tanto na consulta pediátrica dele que, por sorte, me dei conta de que precisava fazer algo a respeito. Foi quando este blog surgiu. Precisamos encontrar meios de digerirmos nossas experiências para as aproveitarmos plenamente como também de nos respeitar em nossas diferenças e nos reconhecermos em nossas semelhanças; criarmos redes de apoio, relações de empatia.

 Assistir documentários é um bom jeito de sermos afetados por outras narrativas. Segue outro trailer...




Pois minhas meninas hoje participaram da última etapa de filmagens desse documentário. Nem sei se as imagens delas serão selecionadas para a edição final só sei que num dia lindo e envolvidas em brincadeiras e contato com a natureza, em especial as cerejeiras  elas engrossaram publicamente o coro de crianças que diz: "Eu estou aqui! Eu sou potente! Eu penso e sinto sobre tudo e por isso mereço respeito e consideração e claro, afeto, muito afeto! Eu aprendo e me expresso por meio de diferentes linguagens! Eu produzo cultura!".

Longe de reforçar a ideia de crianças tiranas, centros das atenções e atendidas prontamente (e muitas vezes friamente) em seus desejos estamos falando de uma criança sujeito que ao nascer já traz suas histórias que são as de seus antepassados e que nessas relações de afeto virá a construir outras tantas mais se lhe forem dadas oportunidades, porque do contrário, essa potência toda perde a força. Triste.

Em minha história ter tornado-me pedagoga foi algo revolucionário. Nesse processo formativo, que é contínuo, não paro de aprender sobre mim, sobre o outro, sobre o mundo e como nos relacionamos e meu encantamento nessa experiência é inesgotável. Na postagem "Virando gente e formando gente" falei bastante sobre esse caminho único: virar gente por meio do contato com outras gentes.

Por tudo isso que ao mesmo tempo que estava com preguicinha de terminar minhas férias também voltei contente ao trabalho, porque sei da importância dele para mim, para os outros, para o mundo. Durmo mais cansada, mas também muito grata por sonhar com essas imagens em minha mente... Imagens que hoje me ajudaram a esquecer outra, um susto que tomei com Mateus ao atravessar a faixa de pedestre...

Realmente só tenho a agradecer. E viva as cerejeiras!









Errata.
Escrevi que este documentário abordava a importância dos 3 primeiros anos em nossas vidas dando ênfase à maternidade. Para minha alegria descobri que ele também ressalta a paternidade, o que só aumentou minha admiração pelo trabalho sério, bonito e coerente da Maria Farinha Filmes. 
Por isso, em véspera de dia dos pais fica aqui para assistir o último trailer em que podemos ver Luiz e Bebel (lindos!) numa cena que fez meu coração se encher de emoção por tanta qualidade nessa relação! 




Segue uma reportagem bem bacana com Estela Renner, a diretora do filme. Uma mulher com uma história incrível e não à toa consegue colocar em imagens incríveis de outros... http://revistatpm.uol.com.br/revista/155/paginas-vermelhas/estela-renner-fala-sobre-maioridade-penal-e-propaganda-para-criancas.html

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Tonico: seja bem vindo!!!

Muito, muito feliz... O Tonico nasceu!!! Antonio é filho da Luzinha e do Glauco e irmão do Pedroca, todos queridos! Desejo toda felicidade do mundo a essa família linda que minha família tanto adora. Estamos ansiosos para conhecer o pequeno...

Ao buscar alguma citação para me inspirar a escrever-lhes uma homenagem percebi que na verdade são vocês que me inspiram! Quarteto de grandes aventureiros, sempre com boas histórias para compartilhar além de boas dicas de viagens e passeios, muito corajosos a enfrentar os desafios da vida, levando tudo com leveza, bom humor e respeito!!!

"Há pessoas que têm o dom de inspirar-me um fulminante simpatia à primeira vista - quase sempre aliás, injustificada." (Fernando Sabino)

Realmente vocês são pessoas que em inspiram a acreditar, a lutar e a me divertir!!! Obrigada por tanta autenticidade e pela amizade. Continuem assim, aproveitando a vida!!! Muito mais está por vir, Tonico é a prova disso. O melhor presente de aniversário antecipado que a Lu poderia ganhar. Vocês merecem tudo de bom! Beijo grande.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Brincadeiras com lama - mais homenagem a Rubem Alves


"A celebração de mais um ano de vida é a celebração de um desfazer, um tempo que deixou de ser, não mais existe. Fósforo que foi riscado. Nunca mais acenderá. Daí a profunda sabedoria do ritual de soprar as velas em festa de aniversário. Se uma vela acesa é símbolo de vida, uma vez apagada ela se torna símbolo de morte."
Rubem Alves
 
Há cerca de um ano atrás Rubem Alves foi fazer poesia no céu... Nessa mesma época meus filhos me presentearam com cenas de pura beleza, emoção e alegria ao se lambuzarem de lama na roça, muitas delas encontradas na postagem "Quando eu era menina... Uma homenagem a Rubem Alves" (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2014/07/quando-eu-era-menina.html).
 
Neste fim de semana, depois de uma boa chuva, a brincadeira de lama foi mais uma vez experimentada quando vi meu trio com um sorriso largo no rosto, fazendo muitas explorações num intenso contato com a natureza. Em meio a essa farra me deparei com essa imagem de Carolina...
 

 
 
 
Com presença, inteireza. Num encontro com o belo, a poesia, o sagrado.

Ah, o poder de eternizar uma imagem por meio da fotografia. No mesmo instante lembrei-me desta cena de um ano atrás quando citei Rubem Alves: "Quem experimenta a beleza está em comunhão com o sagrado".


 

Fui tomada por um sentimento misto de alegria e orgulho pelo crescimento de meus pequenos como também de medo e tristeza pela rapidez com que isso aconteceu. Busquei então respirar fundo e me lembrar de que aproveitei cada instante possível ao lado de meus filhotes, acompanhando-os em suas descobertas, rindo e chorando junto. Rindo muito mais, ainda bem.

Quando me tranquilizei consegui comemorar todas as mudanças que as duas imagens trazem e que simbolizam todo desenvolvimento dos meus 3 pequenos (e meu também!) assim como o que se preservou delas (que na verdade é o essencial): o prazer de brincar!
 
 
Deus é alegria. Uma criança é alegria. Deus e uma criança têm isso em comum: ambos sabem que o universo é uma caixa de brinquedos. Deus vê o mundo com os olhos de uma criança. Está sempre à procura de companheiros para brincar.
Rubem Alves


 
 
Sem falar que toda vez, por exemplo, que vejo o vídeo de minhas meninas numa divertida guerra de lama meu coração se alegra. Nele, Carolina e Isabel com um ano e 10 meses já davam pistas de seus jeitinhos sapecas e determinados que atualmente são tão marcantes em suas presenças. Uma gostosa bagunça!
 
 
 

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Thomas: seja bem vindo!!!

Nasceu mais um pequeno da turma do prédio: o Thomas, filho do Leandro e da Tatiane, neto da Sueli e do Ivan, sobrinho do Daniel e da Simone e primo da Stella. Ótima notícia!

Vocês merecem toda felicidade do mundo. Desejo-lhes muito amor, saúde e alegria e, claro, que aproveitem muito a chegada dessa criança.

Para enfrentar essa maratona que não é fácil nesse começo, mas mesmo assim dá uma saudade danada depois, segue um texto bem humorado sobre as dúvidas de um bebê recém nascido que está decidido a voltar ao útero... Espero que gostem. Beijos grandes.


Crônica de Antonio Prata publicada na Folha de S.Paulo de 1º de agosto de 2012:

NASCIMENTO: FAQ

1. Por que me tiraram do útero?
Você nasceu! O útero era só um breve estágio em que seu corpo estava sendo formado. A vida mesmo é aqui fora, na luz: seja bem-vindo e aproveite!

2. Como faço para voltar pro útero?
Infelizmente, não existe essa possibilidade.

3. Não existe mesmo?
Não.

4. O que eu estou fazendo aqui?
Essa pergunta é passível de muitas respostas. Religiosos acreditam que a vida é um presente de Deus. Ateus afirmam que não há exatamente uma razão para existirmos e que tudo é fruto do acaso e da seleção natural. Ao longo do seu percurso você descobrirá para que lado pende seu coração e poderá até mesmo criar uma explicação própria para a incrível jornada que se inicia agora!

5. O que é aquela coisa redonda, quente e macia que vira e mexe põem na minha boca e contém um líquido delicioso?
Chama-se seio. O seio é parte do corpo de uma mulher. A mulher chama-se mãe. Mãe é a principal encarregada por você nos primeiros anos de vida. (Mais info. nos formulários Mãe: FAQ I, II, III, IV e V).
 
6. Como faço para que a mãe venha e ponha o seio na minha boca quando eu estiver com vontade?
Chore. Esgoele-se o mais alto que puder que a mãe costuma aparecer.

7. Posso ter o seio quantas vezes quiser, a qualquer hora do dia ou da noite?
Teoricamente, sim, mas isso varia de mãe para mãe.

8. Quem é aquele cara que geralmente aparece ao lado da mãe e fica ali sem fazer nada, com um sorriso abobalhado?
Chama-se pai. Ele é responsável por metade de sua carga genética. Realmente, é meio inútil neste começo, porém mais tarde ajudará bastante em sua criação. (Ver Pai: FAQ I e II).

9. Ele tem seio?
Não. Embora tenha mamilos, fato que até hoje intriga os evolucionistas, mas isso absolutamente não vem ao caso.

10. Além do seio, tem algo mais que preste do lado de cá do útero?
Ah, impossível enumerar todas as delícias desta grande aventura! Em breve você conhecerá a manga e o cafuné, o mar e a bicicleta, os livros, os esportes, o amor, a música, o sexo… Prepare-se, você vai se divertir a valer!

11. Vou ter mais alguma experiência traumática ou a saída do útero foi o fundo do poço?
Bem, em algum lugar adiante está a morte.

12. O que é a morte?
O fim da vida.

13. E, depois da morte, não tem nada?
Eis mais uma pergunta passível de muitas respostas. Religiosos acreditam que a vida continua, incessantemente, seja em outro plano ou neste aqui, através de reencarnações. Ateus dizem que não: a morte é mesmo o limite.

14. Não tem mesmo como voltar pro útero?
Não.

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Catarina: seja bem vinda!!!

Nossa família cresceu com a chegada de uma pequena querida: a Catarina, filha da Alana e do Marcos. Viva, seja bem vinda Catarina!

Ganhar uma criança em nossos braços é uma bênção e não é tarefa fácil. Vocês dois sabem disso, o que certamente possibilitará que vivenciem essa experiência com bastante intensidade, alegria e afeto. Contem conosco nessa grande aventura e aproveitem tudo, cada cheirinho, chamego, abraço e até mesmo as partes que não são tão legais assim, porque afinal, fazem parte do pacote!

A vocês três, ou melhor quatro, porque na família tem uma cachorrinha também, nós desejamos uma vida repleta de coisa boa! Em especial à Catarina também desejamos muita sapequice tal como Alana sonha, "eu quero uma filha arteira", ela dizia o tempo todo em nosso último encontro. Com certeza primos companheiros para essa bagunça rolar não vão faltar...hehehe. Será bem emocionante vê-los crescer juntos...

Segue uma música chamada "Menina Moleca", do Palavra Cantada, para conspirar a favor dessa menina, que independentemente da personalidade que vir a desenvolver, será muito amada por todos ao redor exatamente porque terá espaço para aproveitar plenamente de sua infância e potência.



PS: A tradição da família de aniversários no mesmo dia ou em dias seguidos continua... Catarina nasceu no dia anterior ao aniversário do Gui...rs

Fazer malas é muito mala!

Desculpem-me o trocadilho, mas para mim fazer malas é a coisa mais mala que existe no mundo.

1. Não sei fazer malas.
Não tenho o poder de síntese e nesses momentos meu espírito taurino que prima pela segurança se fortalece e a expressão "e se" ganha sempre. "E se fizer frio", eu penso, e então coloco um monte de blusas quentinhas, "e se fizer calor" e coloco biquíni, sabendo que não vou usar, "e se nesse lugar finalmente eu usar daquele roupa que há tempos comprei, e coloco sabendo também que não vou usar.

Mas você pode pensar que a minha mala é muito eficiente, porque carrego tudo. Mas então voltamos ao...

1. Não sei fazer malas.
O fato de eu levar um monte de coisas não significa que estou preparada para todas as situações, porque acabo levando itens desconectados: uma blusa linda que daria super certo no lugar, mas sem ter uma calça que combina. E olha que não sou ligada a moda, inclusive porque se o fosse cuidaria mais desse aspecto, mas é que tudo feito sem calcular direito.

2. Não gosto de fazer malas.
Adio o máximo possível começar essa tarefa e quando começo tento fazer alguns cálculos na cabeça sobre números de dias e noites e projetar lugar, tempo e eventos para fazer as escolhas. Já tentei escrever nessa etapa para poder me organizar melhor, mas não obedeci a mim mesma. Assim, é muito comum eu levar biquíni quando não precisa e quando precisa, eu não levar e me arrepender um monte.

3. Minhas malas são enormes.
Como não gosto e não sei na maioria das vezes levo tudo em excesso, ainda que desconectado e minhas malas ficam gigantes. Quando mais novas chegava ao cúmulo de jogar a gaveta inteira de cada item, se era praia, por exemplo, jogava todos os biquínis mesmo tendo aqueles que nem serviam mais.

Coleciono histórias bizarras sobre minhas malas grandes.... Como da vez que eu e minha amiga rodando o sul do país não conseguíamos mais carregar o peso de minha mala e então tivemos a ideia de alugar um quarto só para deixar as bagagens até regressarmos. Em Cuba aconteceu o mesmo, mas nesse caso resolvi ir doando minhas roupas a cada pessoa querida que conhecia pelo caminho. Por outro lado, no final da viagem com o dinheiro que sobrou comprei todas as esculturas de uma feirinha de artesanato e no aeroporto, enquanto uma moça terminava de fazer trancinhas no meu cabelo, eu tentava convencer os funcionários a liberarem minha bagagem, que estava pesadíssima, porque não tinha mais dinheiro para pagar pelo excesso. Consegui!

4. Uso sempre as mesmas roupas.
E o mais interessante é que levo um monte de coisas e uso sempre as mesmas coisas. Fico muito intrigada com essa minha dificuldade. Na vida cotidiana não tenho problemas em decidir minha roupa, mas nesse momento de fazer mala me sinto perdida...

5. Não sei o que vai acontecer.
Em grande parte a graça da viagem está na surpresa, em não saber o que vai acontecer, o que nos provoca um misto de sensações. Gosto disso, ficar imaginado o que me espera, me abrir ao desconhecido, à experiência. Mas daí na hora disso se concretizar em escolhas baseadas em hipóteses eu fico bem perdida... já falei isso, né?

6. Sou esquecida
E para completar o quadro de perdição a pessoa aqui ainda por cima é esquecida. Sou a campeã de esquecer toalha!

7. Sou atrapalhada.
Até conseguia organizar a mala para viajar, mas durante a viagem não conseguia de jeito nenhum manter a arrumação. Tudo misturava, tudo andava, tudo sumia.

Saldo até o momento: mala enorme, desconectada, com coisas que não vou usar e com ausência de coisas que preciso usar, numa bagunça só.

Então virei professora... Lembro-me do primeiro acampamento que levei meus alunos e minha colega de trabalho gritou no chalé: "De quem é esse tênis aqui fora?". Era meu. Quase morri de vergonha, mas levei comigo essa lição, como precisava avançar, crescer, me diferenciar das crianças. E fiz alguns avanços.

Então virei esposa... E nada mudou, porque faça-me rir que vou fazer mala para marido.

 De todo modo ver Luiz fazer uma mini mala, organizada do início ao fim da viagem me ajudou um pouco. Temos dividido o espaço da mala grande algumas vezes, o que me obriga a selecionar minha bagagem e deixar tudo arrumadinho.

Então virei mãe... E quando se é mãe não se tem muita opção de querer ou não mudar para avançar. A vida te empurra nessa direção, ainda bem. Essa é a dor e a maravilha de ser mãe. Você se confronta com suas dificuldades, muitas das quais fugiu de enfrentar por toda a vida mas agora, tendo seres que dependem de você, continuar fugindo torna-se insustentável. É preciso enfrentar, e a beleza reside aí ao ter seus filhos como seus inspiradores e também companheiros em sua trajetória.

Só para constar...

Até o momento eu continuo não gostando de fazer malas, mas já aprendi um monte a esse respeito. Não só sobre as minhas malas, mas sobre as malas dos meus filhos. Como era penoso no início fazer as escolhas para os três.

Mateus, o primeiro, aquela inexperiência total que me fazia levar tudo e mais um pouco, aquele pânico de esquecer alguma coisa e alguém me julgar como péssima mãe, aquele medo de seu filho sofrer porque você não conseguiu cuidar bem dele. Ainda bem que a gente pode (e deve) fazer o exercício de nos libertarmos de todas essas amarras - tenho falado muito sobre isso por aqui. podemos inclusive aprender a rir sobre nosso jeito atrapalhado, dar mais leveza às nossas vidas até para permitirmos que nossos filhos nos conheçam por inteiro, com nossas limitações e enorme vontade de nos superarmos, o que certamente será uma lição para ele sobre a forma que aprende a lidar com suas dificuldades também.

As meninas vieram num momento mais tranquilo de minha maternidade, já conseguia fazer boas escolhas e lidar bem com os inevitáveis erros. O desafio nesse caso é que elas são duas! Então, por conta disso, mais ou menos melhorei na questão do excesso de bagagem...

Atualmente tenho me esforçado em avançar nas questões de gênero. Atualmente faço a mala de Mateus com meia dúzia de shorts e camisetas, um casaco, um tênis e um chinelo e só. Já as meninas... ai que difícil! Muitos tipos diferentes de shorts, de camisetas e tudo mais, uma chateação. Mas sei que com a cabeça nisso daqui a pouco vou caminhar nesse sentido, e cada vez mais em companhia dos três que já palpitam nessas escolhas, umas graças! Outro desafio, também relacionado a gênero é conseguir deixar Luiz assumir essa tarefa. Essa pressão em cima das mulheres é tão grande que não conseguimos nos desprender, deixar os homens assumirem funções desse tipo. Luiz já é o responsável oficial pela mochila de natação do Mateus, e tirando um dia ou outro que esquece algo (mas quem sou eu para reclamar?), o esquema tem funcionado.

Estou vendo o dia que vou conseguir fazer uma mala supimpa para cada um, mas eles vão querer fazê-las totalmente sozinhos, eita vida complicadinha... e maravilhosa!!!

Por tudo isso, tratemos de aproveitá-la!

Julho, férias, muitas mini viagens, o que em outras palavras quer dizer: muitas malas feitas, desfeitas e feitas novamente... Uma loucura só, junta-se a isso as muitas roupas sujas para administrar...rs. Mas vamos rir disso tudo, porque afinal esse é um ótimo problema. Viajar é bom demais! Mil vezes enfrenta-lo a ficar com as malas mofando no armário.

quinta-feira, 23 de julho de 2015

Eduardo Sampaio, Cecília Peterle, Arthur Ashcar, Paulo Kobori, Clara Alves, Henry Garaldi, Juju Korbage, Manuela Xuxa, Felipe Jota: sejam bem vindos!!!

Na postagem passada "Dia do amigo! Delícias e desafios" contei como uma pesquisa: http://www.usabilidoido.com.br/o_jogo_de_esconder_e_mostrar_do_facebook.html sobre o funcionamento da bolha social do facebook me impactou.

Sempre serei mais favorável ao contato ao vivo, mas em nossos tempos contemporâneos sei que as redes sociais têm um papel relevante em nossos relacionamentos e podem ser muito bem aproveitados. Estamos aprendendo.

Ao mexer em minhas configurações descobri que não seguia muita gente (a tal da bolha que nos ilude ao acharmos que estamos conectados a todos). Ao começar a segui-los comecei a receber suas postagens e tive muitas surpresas, tanto boas como ruins.

Como disse na outra postagem uma das mais impactantes foi descobrir que minha amiga de colégio, a Paty, está internada em estado grave. Paty é mãe de duas meninas, uma grande, a outra pequena, as duas amadas. Em minhas memórias, ela é divertida, descolada e por isso vê-la tão triste, desanimada não faz sentido. Minha sensação deve-se provavelmente pela lacuna de tempo que estamos distantes. Mas imagino que mesmo para as pessoas que a acompanham de pertinho essa discrepância também é perceptível e gritante. Por outro lado, uma das maravilhas da rede foi que em instantes todos nossos amigos antigos pudemos nos conectar para relembrar nossos momentos e lhe enviar boas energias. Fique bem, Paty. Estamos na torcida.

A outra notícia impactante foi ver meu amigo de séculos atrás segurando pela primeira vez seu filho nos braços. Fiquei emocionada. Certamente viria a saber por algum conhecido em comum que Fabio virou pai, mas em tempo real poder ver a cena é algo maravilhoso, o que também me possibilitou enviar a essa família boas energias, especialmente para o pequeno.

Agora, cá entre nós, confesso que tem um lado meu que acha isso bem esquisito como se acabasse sabendo da vida dos outros do que não deveria saber. Contradições... Ser humano complexo.

Nesse meio tempo a rede não parava de me enviar postagens desses "novos" amigos. Num misto de me sentir intrusa e super envolvida com a vida de pessoas que há tempos não recebia notícias e ao mesmo tempo tentando juntar as peças do que conhecia, lembrava de cada uma com o que a mesma expunha a seu respeito, algumas coisas fizeram sentido, outras não e emoções diversas senti ao entrar em contato pontualmente/profundamente com seus relatos. Foi interessante. De todo modo, me chamou a atenção a quantidade de novos seres nesse quebra-cabeça: os filhos e filhas de alguns.

Novamente fiquei emocionada.

Então, para esses pequenos que para mim nasceram agora (rs) resolvi fazer uma sessão "seja bem vindo" a cada um, ainda que alguns deles já estejam bem grandinhos. Apenas peço perdão antecipado por não ter conseguido localizar o nome do respectivo (a) companheiro (a) e também para o caso de já ter sabido do nascimento antes, mas ter esquecido. Explico: outro dia fui muito animada a um aniversário, porque sabia que lá também encontraria minha saudosa prima Talita, a quem esperava ver barriguda da segunda filha. Mas não, ela estava magrinha como sempre e a única gordinha era seu bebê que já havia nascido há tempos, e que inclusive eu havia cumprimentado por aqui. Sim, sei que sempre fui desligada e fiz confusões desse tipo, mas passei do limite, louca total!

Ou será o nosso tempo louco? Essa história de não ver uma pessoa há tempos depois tê-la em seu cotidiano, mas só virtualmente... acho que isso reforça a loucura em pessoas como eu, não??? Bom, por isso mesmo relevem qualquer deslize e foquem no meu carinho a cada um, por terem feito parte de minha vida e agora, de alguma forma continuarem fazendo. Beijo grande.


Eduardo Sampaio: seja bem vindo!!!
Filho de Fábio como já disse. Se puxar o pai, vai ser baladeiro.


Cecília Peterle: seja bem vinda!!!
Filha do Edu, amigo da faculdade, grande educador. A essa pequena, entrego simbolicamente um ramo de girassóis! Os mais bonitos e perfumados, para que sua vida seja tão bela quanto.


Arthur Ashcar: seja bem vindo!!!
Filho da Flávia, a Flaflu, também da faculdade, esse já é um meninão. Fiz questão de colocar aqui, porque realmente não sabia e fiquei muito contente com a notícia e imagino o quanto seu sorriso hoje em dia deve ser ainda mais largo e bonito.


Paulo Kobori: seja bem vindo!!!
Filho da Telma, também da época da faculdade, apesar de estudar há quilômetros de distância de mim. Parceira de viagens na busca por construções de encontros de estudantes de Pedagogia de qualidade, vi uma foto em que ela está viajando com o filhote. Telma querida, com certeza ele é melhor companhia! Aproveite.


Clara Alves: seja bem vinda!!!
Filha da Marcia e do maridão. Casal simpatia pura, mas que não vejo há um século (saudades). Imagino que essa pequena princesa deve estar reinando na casa maravilhosa de vocês.


Henry Garaldi: seja bem vindo!!!
Filho da Bruna, também já está um mocinho. Você continua linda e inevitavelmente seu garotão também.


Juju Korbage: seja bem vinda!!!
Imagino que seja Julia o nome dessa princesa. Foi a única que nem vi uma foto, está uma princesa guardada a sete chaves. Em minha página apenas apareceu a menção a ela, o que me soou uma bênção. Aproveita minha amiga, Carol que a mim confessou também ser chamada de Lina pelo pai como às vezes chamo minha pequenina. Um beijo e vamos nos falando para acompanharmos a Paty.


Manuela Xuxa: seja bem vinda!!!
Filha do Fabio, ou melhor do Xuxa, o Xuxinha de Jambeiro. Cara super gente boa, que sempre será lembrado com muito carinho. Desejo o melhor para você e sua família.


Felipe Jota: seja bem vindo!!!
Esse é o único que na verdade eu já sabia que estava para chegar a esse mundão, já que é filho da Andrea, minha colega de trabalho e ex-professora do Mateus. Mas por coincidências do destino foi justo nesse dia raro que me vi como fuçadeira de facebook que sua foto me apareceu como sugestão de amizade. Na hora ela respondeu e claro que fui conferir se o pequeno havia nascido, e sim, ele nasceu com as mãozinhas mais perfeitas do mundo! Dé querida, que belezura você fez! Aproveite muito. Dá trabalho sim, deixa a gente bem maluca, mas vale à pena!!! Beijo grande

terça-feira, 21 de julho de 2015

Feliz dia do amigo! Com suas delícias e desafios...

Dia do amigo, "troço besta" pensei num primeiro momento. Depois, confesso que senti uma tristeza, espécie de melancolia... Na verdade, saudade mesmo.

Já tive todo tipo de amigo e amiga. Amigo de longa data, de apenas um período, uma viagem, um dia. Amigo legal, amigo chato, amigo que era legal e virou chato e que era chato e virou legal, amigo que é chato e eu tolero, amigo que é legal e eu deixo escapar. Amigo legal, mas chato no facebook. Amigos que me aguentam, outros nem tanto, que gostam dos meus filhos, outros mais ou menos.

Amigos palhaços, mais tristonhos, intelectuais, baladeiros. Com noção, sem noção, com graça, sem graça, pra muitas situações ou só pra algumas. Pra viajar, pra ir ao cinema. Pra falar da vida, pra escutar. Pra ter que que orientar, pra se inspirar. Gente que me surpreendeu, que fez a diferença.

"Há pessoas que nos falam e nem as escutamos, há pessoas que nos ferem e nem cicatrizes deixam mas há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre". (Cecília Meireles)

Em nossas trajetórias temos frequentemente encontros e desencontros, em geral, ter um ou outro tem a ver com estarmos abertos para o encontro com o outro, assim como ele também. De todo modo não conseguimos nos manter abertos o tempo todo. Faz parte do delicado equilíbrio da vida. Abrir e fechar.

"Os opostos se distraem. Os dispostos de atraem" (Fernando Anitelli)

Em meio a essas reflexões muitas e muitas lembranças povoaram minha cabeça. Imagens de riso e de lágrimas como não poderia ser diferente, porque é disso que é feito a vida. E logo me enchi de alegria e emoção ao perceber que em muitos momentos tinha um ou mais amigo ao meu lado. E olha que nunca gostei de ficar grudada em ninguém. Em alguns momentos, inclusive, me afastei de pessoas queridas porque estávamos próximas demais, não conseguia mais distinguir quem era eu, quem era ela, se a escolha por uma roupa ou um programa tinha sido ideia minha ou do outro.

Vivenciar uma experiência coletiva é algo profundamente transformador e importante, contudo, para mantermos o equilíbrio da vida é preciso também vivenciarmos nossa subjetividade singular. De novo, abrir e fechar.

Nesse processo inevitavelmente cometi erros ao me afastar de algumas pessoas queridas, principalmente quando o fiz por diferenças. O exemplo mais clássico é minha prima Talita que até hoje amo de paixão e tenho uma afinidade enorme, acho que encontro de outras vidas. Aos 16 anos, mais ou menos, numa boa, nos afastamos devagar por não compartilharmos mais dos mesmos programas. Outras vezes não escolhi me afastar, mas na correria não consigo conviver da maneira próxima como gostaria. Contudo, tenho certeza da verdade de cada sorriso e lágrima compartilhado.

Para você meu amigo, minha amiga, agradeço tornar minha jornada mais leve e desejo que a vida nos reserve mais momentos prazerosos.

"Penso que o céu sendo sendo redondo, um dia nos encontraremos..." (Cecília Meireles)

As redes sociais são uma possibilidade para voltarmos a ter mais contato com pessoas perdidas pelo caminho. Essa ideia me encanta, e me faz permanecer ativa, trocando olhares, acompanhando de perto quem estava longe. Hoje mesmo vi uma lindeza ao abrir o facebook: um amigo das antigas, o Fabio segurando o filho pela primeira vez nos braços, isso é fantástico. Seja bem vindo Eduardo!!! Há outro sentido nesse nosso viver senão esse? Termos a chance de continuar criando redes de empatia para com o outro que mesmo diferente é igual da gente.

Mas tem o lado maluco disso tudo que é a ausência de contato cotidiano. Vira e mexe me assusto com algumas cenas, seja de pessoas que considero muito cordiais e respeitosas de repente expondo um preconceito ou grosseria tamanha, ou o contrário, pessoas que mal me cumprimentam pela rede são super carinhosas, seja de pessoas que expõe demais a intimidade "estou no banheiro", "uso tal papel higiênico", "hoje a coisa foi difícil de sair" e por aí vai, ainda mais com gente que não tenho essa intimidade, nessas horas eu só penso "eu não precisava saber disso". Os momentos complicados também envolvem quando você vê uma foto de um encontro que você gostaria de ter estado junto, mas não estava, invejinha (da boa) bate nessa hora ou quando você se posiciona em relação a algum assunto e alguém te rebate, às vezes é preciso relevar, faz parte do jogo democrático, mas às vezes não dá, pois a pessoa falou algo que você simplesmente abobina! Saia justa quando é uma amiga da sua mãe ou um amigo da infância, porque não é alguém que logo você vai encontrar numa boa e dizer: "olha, é apenas um embate, legítimo e saudável, de ideias.", então não se sabe como a pessoa vai encarar sua resposta, necessária.

Desde a época das eleições temos vivido muito esses embates no facebook, uma polarização das ideias, as pessoas se rotulando ou é petista ou antipetista, ou é petralha ou coxinha... Uma divisão que em parte serviu para algumas máscaras caírem e podermos reconhecer o quanto já avançamos, mas ainda estamos há anos-luz de distância de sermos uma sociedade ética, e por outra parte, serviu para dificultarmos a construção desse nosso outro modo de viver, uma vez que nos separamos, nos magoamos e pior, nos iludimos. Sim, porque acreditarmos que travar uma discussão no facebook e algo democrático é falso. Não são todas pessoas que estão nessa rede e os algoritmos que ela usa para socializar nossas postagens são suspeitas, uma vez que se baseiam nas pessoas que mais acessamos, por exemplo. Assim como na vida que fazemos escolhas de amizades, permanecendo em geral entre nossos similares e na rede acreditamos que estamos entre uma diversidade de amigos quando na verdade estamos circulando apenas entre os que nos agradam. Do mesmo modo as nos iludimos que as postagens mais populares são unanimidades quando não o são necessariamente.

Tem esse link que mostra uma experiência interessante para ilustrar como essa rede cria uma falsa ideia de que estamos totalmente interligados e todas postagens têm mesmo modo de operar quando não é bem assim. http://www.usabilidoido.com.br/o_jogo_de_esconder_e_mostrar_do_facebook.html

Me dei conta da bolha social que vivemos. No facebook realmente são as mesmas pessoas que curtem minhas postagens assim como são as mesmas que costumo ler o que indicam. Até então não tinha me dado conta disso de como vamos sim nos agregando e fugindo do novo, do diferente. Justo eu que defendo esse contato e o exercício desse diálogo com o outro, diferente. Seres humanos complexos nós somos!

Fui então mexer na minha configuração até porque tenho umas listas de privacidade (sou um pouco paranoica com isso) e me dei conta descobri que algumas pessoas de minha lista eu não seguia e assim em nada tinha conato com elas. Fui seguindo todo mundo e me impressionei de novo com o que vi, tanto ao ver algumas bobagens como boas surpresas e outras tristes como descobrir que minha amiga de colégio, a Paty, está internada na UTI em estado grave. Força, minha querida, eu e as meninas estamos com você em pensamento!!! Sim, já nos conectamos todas as meninas dessa época e de novo, nessas difíceis horas, a gente sente e entende a importância de ter gente querida por perto.

Gente que te conhece, que deixou marca, que deu sentido à sua história, que acredita e torce por você. Gente que você adora, que te ajudou, te inspirou, te fez acreditar que a humanidade vale à pena! Gente que é gente como a gente.

"Eu relo em você. Você rela em mim. Nós temos uma relação". (anônimo)

Eu acredito muito em nossa imensa capacidade de sermos solidários uns com os outros assim como acredito que a única coisa que pode condenar nossa espécie é justamente a ausência desse sentimento. Acredito tanto no poder de nossas conexões que coloquei mais três seres nesse mundo. A eles, a quem só desejo o melhor sempre, torço para uma vida repleta de boa companhia!!! Que possam desfrutar desses presentes que são os muitos amigos que cultivamos em nossas trajetórias e que possam fazer a diferença na vida deles. Mandar energia boa como agora mando para a Paty.

Quando minhas meninas nasceram uma amiga minha, a Cibele, que também é gêmea me disse algo que me tocou profundamente: "Eu nasci com a minha melhor amiga". Assim impossível não compartilhar nesse momento uma imagem dessas minhas duas meninas, grandes parceiras!