quinta-feira, 24 de julho de 2014

Tarja branca - O Filme

"Tarja branca" é um documentário maravilhoso, tocante e essencial que frisa a importância das brincadeiras em nossa infância e também em nossa maturidade, por meio da cultura popular, como o verdadeiro remédio que cura nossas almas. Nele, muitos depoimentos são dados tanto no sentido de retomarem suas memórias  sobre o quanto a presença ou ausência das brincadeiras em suas trajetórias foi formador ou deformador como de refletirem sobre o cenário contemporâneo marcado pelo consumo, privação do espaço e do tempo, desconsideração do sujeito, de sua potência, liberdade e autoria e da necessidade dele compartilhar experiências com o outro, numa situação coletiva lúdica.

Em defesa da cultura da infância, educadoras como Maria Amelia Pereira questionam o papel da escola nesse processo que, em geral, se desresponsabilizam ao falarem de crianças hiper ativas sem perceberem que na verdade estão hipo ativas, sem estímulos, e outras como Lydia Hortélio ampliam nosso olhar sobre as brincadeiras sobre elas têm a ver com nossa ancestralidade e estão inscritas em nossos corpos e foram maneiras ativas, eficientes e positivas das sociedades serem construídas. Um leque de possibilidades lúdicas se abre então à nossa frente e podemos mais uma vez reparar como cada gesto e olhar de uma criança é recheado de intenções, maravilhamentos e saberes. Dos mais genuínos, verdadeiros, aqueles que quero e busco, e se não dermos o devido valor muita gente ainda vai continuar a depender como única opção, lamentavelmente, de remédios tarja preta.

Ser feliz não é obrigação, é nossa sina, nossa vocação.

Assim, o documentário é recheado de falas e imagens belíssimas que levam o expectador também a resgatar sua própria história além de repensar sobre sua vida atual. Em diversos momentos me emocionei com a criança plena que fui, a adulta que frequentemente busca se resgatar e ainda brincar nas festas populares, com alunos e meus filhos. Junto de companheiras como Lydia que diz: "Eu tô pela revolução que falta que é a revolução das crianças".


Para quem não assistiu, fica a dica:

 
 
E olhem meu orgulho ao saber que meu marido, professor de educação física, irá promover uma conversa após uma sessão para educadores deste filme.... Orgulho sem fim!!! Parabéns, meu amor.
 


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