quinta-feira, 30 de julho de 2015

"1000 dias"

Mais um orgulho: minhas meninas participaram de um projeto sério, bonito e de extrema importância para a valorização da infância, da maternidade, da humanidade. Não me aguento de emoção!!!

A partir da certeza de que "uma história bem contada pode realmente fazer a diferença na forma como as pessoas veem o mundo" a Maria Farinha Filmes tem produzido diferentes mídias com autenticidade, criticidade e poesia. Dessa vez, essa produtora está envolvida nas filmagens do "1000 dias" que trata da importância dos 3 primeiros anos de nossas vidas para nosso desenvolvimento com destaque para a figura materna.

Dar voz às pessoas além de denunciar escolhas que nossa sociedade vem fazendo que causam impactos negativos, compartilhando reflexões e modos de vidas alternativos mais coerentes com princípios ligados à preservação de nossa espécie e do planeta são ações que essa produtora tem feito em parceria com outros projetos, também sérios, causando um impacto enorme em quem entra em contato com essas narrativas, algumas das quais já mencionei por aqui como "Tarja Branca", "Muito além do peso" e "Criança, a alma do negócio".

 Ao entrarmos em contato com esses documentários sentimos um misto de emoções: indignação, medo, vergonha, alívio e esperança de que podemos fazer novas escolhas, nos relacionarmos de maneira mais ética, democrática e estética uns com os outros e o planeta.

Tenho certeza de que "1000 dias" também será de extrema importância para nossa concepção de infância tanto do ponto de vista histórico, social, político como pessoal: o resgate da criança que fui e a valorização das diversas crianças contemporâneas, com toda singularidade e potência que têm. A necessidade de terem seu tempo livre para brincar, se expressar por diferentes linguagens, fazerem suas pesquisas, explorações, questionamentos e construírem suas respostas assim como de te terem ao seu lado cuidadores zelosos e afetivos que preservam seu desenvolvimento saudável.

Segue um pequeno trailer de "1000 dias"...



Do mesmo modo será importante para um alargamento de nossas perspectivas sobre a maternidade. A mulher tem sua vida virada do avesso quando dá à luz e é necessário cuidar do bebê e dela para ela consiga enfrentar todos os desafios e aproveitar das delícias de acompanhar os filhotes. Recentemente, por exemplo, uma mulher que lutou muito para ter seus filhos e tornou-se uma mãe amorosa me perguntou se eu já havia pensado em me matar quando eles eram bebês. contei a ela que quando Mateus tinha dois meses eu chorei tanto na consulta pediátrica dele que, por sorte, me dei conta de que precisava fazer algo a respeito. Foi quando este blog surgiu. Precisamos encontrar meios de digerirmos nossas experiências para as aproveitarmos plenamente como também de nos respeitar em nossas diferenças e nos reconhecermos em nossas semelhanças; criarmos redes de apoio, relações de empatia.

 Assistir documentários é um bom jeito de sermos afetados por outras narrativas. Segue outro trailer...




Pois minhas meninas hoje participaram da última etapa de filmagens desse documentário. Nem sei se as imagens delas serão selecionadas para a edição final só sei que num dia lindo e envolvidas em brincadeiras e contato com a natureza, em especial as cerejeiras  elas engrossaram publicamente o coro de crianças que diz: "Eu estou aqui! Eu sou potente! Eu penso e sinto sobre tudo e por isso mereço respeito e consideração e claro, afeto, muito afeto! Eu aprendo e me expresso por meio de diferentes linguagens! Eu produzo cultura!".

Longe de reforçar a ideia de crianças tiranas, centros das atenções e atendidas prontamente (e muitas vezes friamente) em seus desejos estamos falando de uma criança sujeito que ao nascer já traz suas histórias que são as de seus antepassados e que nessas relações de afeto virá a construir outras tantas mais se lhe forem dadas oportunidades, porque do contrário, essa potência toda perde a força. Triste.

Em minha história ter tornado-me pedagoga foi algo revolucionário. Nesse processo formativo, que é contínuo, não paro de aprender sobre mim, sobre o outro, sobre o mundo e como nos relacionamos e meu encantamento nessa experiência é inesgotável. Na postagem "Virando gente e formando gente" falei bastante sobre esse caminho único: virar gente por meio do contato com outras gentes.

Por tudo isso que ao mesmo tempo que estava com preguicinha de terminar minhas férias também voltei contente ao trabalho, porque sei da importância dele para mim, para os outros, para o mundo. Durmo mais cansada, mas também muito grata por sonhar com essas imagens em minha mente... Imagens que hoje me ajudaram a esquecer outra, um susto que tomei com Mateus ao atravessar a faixa de pedestre...

Realmente só tenho a agradecer. E viva as cerejeiras!









Errata.
Escrevi que este documentário abordava a importância dos 3 primeiros anos em nossas vidas dando ênfase à maternidade. Para minha alegria descobri que ele também ressalta a paternidade, o que só aumentou minha admiração pelo trabalho sério, bonito e coerente da Maria Farinha Filmes. 
Por isso, em véspera de dia dos pais fica aqui para assistir o último trailer em que podemos ver Luiz e Bebel (lindos!) numa cena que fez meu coração se encher de emoção por tanta qualidade nessa relação! 




Segue uma reportagem bem bacana com Estela Renner, a diretora do filme. Uma mulher com uma história incrível e não à toa consegue colocar em imagens incríveis de outros... http://revistatpm.uol.com.br/revista/155/paginas-vermelhas/estela-renner-fala-sobre-maioridade-penal-e-propaganda-para-criancas.html

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