sábado, 9 de maio de 2015

Dia das mães 2015: cara a cara

Outro dia, ao começar a montar o jogo 'cara a cara' com Mateus senti um enorme orgulho por compartilhar e reviver um pedacinho de minha infância com meu filho. Naquele momento, tempos e espaços se fundiram e mais um universo paralelo foi criado, no qual me vi mergulhada em meio a diversas imagens e emoções. Um mergulho profundo e rápido, pois assim que Mateus me viu distraída, logo cobrou minha volta: "vai mãe, monta pra gente jogar!".

Quando retomei a montagem percebi o quão desafiante (e chata) era aquela tarefa: separar os plásticos, encaixar as plaquinhas que não se ajustavam de jeito nenhum sem ficarem amassadas - sem falar que quando eu finalmente conseguia encaixá-las em seguida vinha alguma criancinha retirá-las, para meu desespero. Após um tempo nessa luta me vi indignada pela qualidade da fabricação atual desse jogo e com a certeza de que quando eu era criança aquele jogo já vinha pronto.

Foi quando me dei conta de que estava errada.

Não sobre a qualidade do jogo que certamente era mesmo de pior qualidade como todos os produtos de hoje em dia são em relação aos de antigamente, entretanto, estava errada sobre o fato dele vir pronto.

Uma das transformações mais marcantes em minha vida foi a maternidade. Antes eu só era filha. E filha de pais que se esforçaram muito para proporcionar a mim e a meus irmãos uma vida bacana e cheia de mimos fofos como montar um jogo sem que os filhos percebessem.

Ser mãe me colocou em movimento para enfrentar todos os desafios e desfrutar de todas as delícias de gerar, parir, criar e construir uma relação de afeto extraordinário com cada filho. Experimentar o amor por minhas crias me possibilitou entrar em contato com o amor que meus pais sentem por mim e meus irmãos.

Em minha trajetória, mais uma vez sentir-me amada por aqueles que me escolheram colocar no mundo e me criaram, cuidando de meus primeiros caminhos para que nele eu me melhor vivesse foi outra grande experiência que me possibilitou novas significações de minhas percepções.

Quantas mais ações fizeram para mim sem que eu soubesse? Inúmeras!!! E por isso sou cada vez mais grata.

Cada vez mais, acredito que todos nós precisamos reconhecer que se hoje, estamos vivos, sadios e felizes é porque nossos pais ou outras pessoas especiais cuidaram e ainda cuidam da gente, de jeitos visíveis e invisíveis, é um importante passo em nossos processos de humanização.


"É preciso nascer para humano, mas só chegamos a sê-lo plenamente quando os outros nos contagiam com sua humanidade deliberadamente..." (Fernando Savater)


Ter essa dimensão agora faz com que eu valorize ainda mais cada gesto de cuidado que meus pais e tantas outras pessoas tiveram para comigo. E como hoje é Dia das Mães, faço para minha mãezinha um agradecimento especial:

"Te amo.  Obrigada por tudo que fez por mim, em especial às coisas que que não pude ver nem você fez questão de me mostrar, mas que as senti e fizeram a diferença em minha vida. Gestos miúdos, gestos de cuidado, gestos de amor como encaixar cada peça na montagem do jogo, sair engatinhando do quarto para não me acordar quando era um bebê, deixar eu comer o último pedaço de chocolate mesmo querendo também, cuidar de meus pertences com zelo (se bem que isso você adora compartilhar...rs)."

São esses gestos que me inspiram a também ser uma mãezona para meus filhos, tanto é que naquele momento, poder relembrá-los me acalmou e assim consegui finalizar a tarefa da montagem do jogo.

Ao final, ficar cara a cara com meu filho jogando um de meus jogos preferidos de infância e com minhas filhas ao redor, também buscando participar, foi um desses momentos em que todo esforço de ser mãe vale à pena! É mesmo muito gratificante e transformador sentir um amor tão grande por alguém. Amo com todas minhas forças, e quanto mais os amo, mais amo a vida, e tudo que há nela.

Parabéns a todas as mães que se empenham todos os dias para proporcionar momentos como esses aos filhotes. Aproveitem.

E meus sentimentos a quem já perdeu a mãe ou um de seus filhos. Fiquem bem.


Segue texto do Dia das Mães 2013:
http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2013/08/dia-dos-pais-2013.html









2 comentários:

  1. Adorei Juliana. Primeiro porque me vi na cena do Cara a Cara, rs. Juro que quando abri a caixa também imaginei que ele viesse pronto, pelo menos era assim que me lembrava dele na infância. Que sentimento maravilhoso esse de amar alguém dessa maneira, de forma tão declarada ou tão anônima. Um beijo para a Juju mamãe. Lívia

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    1. obrigada pelas palavras Lívia...
      bom mesmo saber que nos identificamos nesses processos...
      beijos grandes, vamos nos falando, Ju

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