quinta-feira, 2 de junho de 2011

As primeiras vezes

Há um tempo atrás, um pouquinho antes do fim de minha licença-maternidade, comentei com uma amiga sobre minhas questões a respeito e ela me disse: "Ju, você não é primeira mãe que passa por isso e com certeza tudo dará certo". Na hora, essas palavras me tiraram de uma única perspectiva da situação e me ofereceram uma perspectiva maior: agora faço parte de um novo grupo, o de mamães que convive diariamente com questões semelhantes - e que no final das contas aprendem a lidar bem com diferentes situações. Ser pertencente a um grupo com uma mesma identidade é algo que traz uma tranquilidade muito grande a todo ser humano e por isso fiquei bem.

Mas agora, depois de um tempo dessa conversa fico pensando que essa visão tira um pouco da graça da história - se é que não tira toda a graça. Pensar assim faz com que a gente ache tudo normal dessa vivência e faz com que a gente deixe de chorar quando queremos e precisamos ou que a gente deixe de comemorar quando queremos e precisamos fazê-lo.

Sei que desde que o mundo é mundo as mães lidam com questões ligadas à suas relações com os filhos, ao desenvolvimento deles e à retomada de suas vidas ainda que estas se diferenciem pela época e cultura de cada mãe... Mas e daí? Agora chegou a minha vez de ser mãe pela primeira vez!!!

A experiência é o que nos passa, o que nos acontece, o que nos toca. Não o que se passa, não o que acontece, ou o que toca. A cada dia se passam muitas coisas, porém ao mesmo tempo, quase nada nos acontece.
(Jorge Larrosa Bondía)

A experiência do outro não me priva da possibilidade de mergulhar inteiramente em tudo que estou vivendo, pensando e sentindo. A experiência entendida dessa maneira precisa ser atravessada por cada um para fazer sentido, para gerar marcas e por isso mesmo é única; a do outro serve para me orientar, compartilhar, trocar. Mas mesmo dentro de um grupo com uma mesma identidade existe - ou pelo menos deveria existir uma diversidade que precisa ser declarada e respeitada.

No meu caso, virei mamãe há pouco tempo e ao longo desse caminho eterno da maternidade (pois como diz minha mãe: "Filhos são para sempre") sei que terão questões que me trarão angústia ou felicidade. Contudo, ainda que saiba que não sou a primeira a passar por isso eu não deixarei de vivenciá-las com intensidade, pois dentro de meu trajeto eu as estarei vivenciando pela primeira vez, o que no meu entendimento por si só já deve ser celebrado!

Por tudo isso essa postagem é para comemorar todas as coisas que acontecem em nossas vidas pela primeira vez.... Espero que durante a minha vida eu experimente muitas "primeiras vezes" para eu me embriagar de tantas emoções!!!

2 comentários:

  1. ju querida,
    falou e disse! rs
    não gosto muito de ser lembrada que "não é a primeira vez"... fazer parte de um grupo é uma delicia, mas melhor ainda é curtir cada novidade intensamente e se precisar, sofrer intensamente.
    Desabafo: bode maior é quando estou comemorando uma vitória da pequena e alguém diz: "mas é normal né, 3 meses, era de se esperar..." ah vai catar coquinho!!! rsrs
    beijos Li

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  2. hahahahaha

    isso mesmo Li!!!

    assino embaixo...

    Ô pessoal chato que não deixa a gente curtir tudo... inclusive as coisas bobas que daqui um tempo até a gente mesmo vai achar bobagem... rs

    Faz parte, né???

    beijo grande pra vc e pra Oli

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