quarta-feira, 9 de novembro de 2011

A melhor ou a pior mãe do mundo???

De maneira geral as pessoas que assistiram ao vídeo do Mateus dando seus primeiros passos gostaram muito, mas algumas em especial me perguntaram com olhos aflitos: "Mas parece que ele vai cair, você não fica com medo?". Tranquilamente respondi que não (por todos os motivos que mencionei em postagens posteriores) e diante de minha resposta percebia que seus olhos ficavam ainda mais arregalados. Então, pela milionésima vez desde que virei mãe passei a me perguntar: tenho sido a melhor ou a pior mãe do mundo???

Ao fazer essa reflexão me deparei com sentimento de todo tipo: profundos, confusos, contraditórios e intensos e em meio a isso tudo me deparei com muita coisa que não gostei. Sentimentos que não gostaria de sentir, atitudes que não gostaria de ter tido... Misto de vergonha, culpa e decepção comigo mesma. Pior mãe do mundo???? Mas em meio a isso tudo também me deparei com um amor sublime, com muito sentimento de entrega, muita ação cuidadosa, amorosa e transformadora. Melhor mãe do mundo???

Ao final desse processo reflexivo que faço frequentemente para me ajudar a afinar ainda mais minha relação com meu filho cheguei à conclusão mais óbvia do mundo: não é porque eu sinto e faço coisas que não gostaria que sou a pior mãe do mundo, afinal, tenho minhas limitações e dificuldades, mas tenho me esforçado para avançar assim como não é porque, por exemplo, tenho conseguido com tranquilidade vê-lo andar com o risco de cair que sou a melhor mundo, afinal, não quero carregar esse peso de ser perfeita para mim nem para ele. Simplesmente sou o que sou e dessa maneira sou a melhor mãe que posso ser para o Mateus.


"Donald Winnicot, o mesmo psicanalista e pediatra inglês que, em 1956, definiu o termo 'preocupação materna primária' (um período de intensa sensibilidade que permite à mãe identificar a hora certa de dar de mamar, o significado daquele choro e o jeito do bebê se expressar), coloca que a mãe suficientemente boa é aquela que pode garantir alimento, afeto e tranquilidade ao filho. Já a mãe perfeita... isso nem Winnicott nem nenhum outro especialista descreveu, mas deve ser porque ela não existe. E porque cada mãe cresce e se transforma a cada dia, junto com seus filhos. E eles podem ter 30 anos, mas você continuará sempre aprendendo a ser mãe deles." (Revista Crescer. "Como você se torna mãe". Dezembro de 2010). 

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