quinta-feira, 18 de julho de 2013

Algumas descobertas com o blog

Tive um tempinho nessas férias (que milagre!) e consegui mexer numas coisinhas por aqui com a intenção de facilitar o acesso das pessoas às postagens mais antigas. Mas o mais interessante é que em meio a esse processo de releituras além de ter me irritado com algumas coisas com o uso do computador ( aff!) me encantei com algumas descobertas... Vamos lá a algumas curiosidades:


O blog nasceu de uma angústia danada vindo de sentimentos contraditórios que estava sentindo depois do nascimento do Mateus, há dois anos atrás. Sentia uma insegurança em cuidar dele, mas também me achava muito poderosa por tê-lo gerado, estranhava o nosso novo modo de vida no qual a maioria das pessoas se intrometia com palpites por vezes indelicados, mas também comecei a sentir uma gratidão enorme pelas pessoas ao meu redor por tudo que faziam por nós, pelo carinho e por finalmente descobrir o que é depender do outro e a importância dos laços afetivos em nossas vidas, por fim, sentia falta de não trabalhar durante a licença maternidade, mas também não conseguia desgrudar os olhos do Mateuzinho nem para fazer xixi, enfim, sentimentos intensos e comuns às recém mamães.

Assim, os primeiros textos são de uma mãe totalmente aflita que busca o tempo todo descrever o que vem fazendo para buscar apoio de outras pessoas. Para tanto também apoiava-me em teorias, já que sou educadora e precisava assegurar-me de minhas ações e buscar respaldos. Os únicos textos sobre sono, amamentação, alimentação, e inclusive sobre cocôs e afins, são desse início - tamanha insegurança e encantamento com cada acontecimento.  São textos bacanas, que podem ajudar outras mães de primeira viagem a se identificarem com esse momento, mas certamente se precisasse escrever novamente sobre esses temas não o faria da mesma maneira devido à minha experiência intensa. E a verdade é que não tenho precisado mais escrever a respeito - tanto que Carolina e Isabel nasceram há 10 meses e não escrevi sobre os mesmos. Claro que constantemente penso e repenso nessas questões, mas não com a mesma intensidade e dramaticidade daquele início.

Experiência é mesmo algo muito forte que perpassa nossa alma, deixa marcas profundas. Longe de mim de passar a imagem de uma mãe totalmente satisfeita e que se acha ótimo modelo para tudo. Não é isso que quero dizer quando disse que não preciso mais escrever sobre determinados temas, mas acima de tudo, com a experiência descobri que temos que nos esforçar para fazermos nosso melhor - e isso basta! Mesmo. Tem de ser assim, pois o contrário, é uma busca por algo inatingível, um sofrimento desnecessário para mim e para todos ao meu redor. Busco então, o meu melhor. E também aprendi que nossas relações com nossos filhos vão sendo construídas paulatinamente, na intimidade da casa e com o jeitinho de cada um. Com o tempo, tudo se ajeita. Dessa maneira não existem regras rígidas, mas bom senso. Como mãe e educadora, sei que muitas vezes "piso na bola e escorrego", mas tento depois, num outro momento tento consertar, e seguir adiante.

Outro bom exemplo que mostra o quanto me transformei com a maternidade e assim pude ser mãe de maneiras distintas de Mateus, e depois de Carolina e Isabel foi como senti e lidei com o fim da licença maternidade. Enquanto na primeira separação sofri horrores, e por isso existem vários textos sobre esse período de adaptação - todos bons para quem está vivendo esse processo. Na segunda vez, já estava mais preparada, mais forte mesmo e lidei com a nova adaptação de um jeito mais leve. De verdade, me sinto uma mulher bem mais forte depois de ter gerado 3 filhotes, por isso os amo muito e sou grata a eles!!! Para sempre.

Aos poucos, iniciou-se uma fase bem gostosa e apaixonante com meu pequeno cada dia maior fazendo inúmeras conquistas - todas comemoradas em diversos textos. Mateus mostrava-se seguro e contente na escola e eu retomava minha vida com trabalho e alguns horários mais livres, e assim pude perceber-me mais forte, já com uma identidade de mãe, reconhecendo meus limites, minhas preferências, desafios e conquistas e me sentindo mais segura de mim mesma e muito, muito feliz. Tão feliz que já conseguia, inclusive, fazer piadas diante das dificuldades da nova vida que levava, das trapalhadas que fazia e das travessuras de meu filho.

Neste momento percebi, inclusive, o quanto esse blog realmente era minha terapia ao me ajudar a elaborar todas as experiências vividas, comunicá-las e receber um retorno. Meus textos falam de mim, de meus filhos, de minha visão de mundo, sentimentos, convicções, incertezas, tristezas e alegrias - tanto que consigo retomar minha história materna por meio deles. Não falam para alguém específico nem pretendem ditar regras, mas apenas ecoar por vários lugares para me sentir mais humana, mais mãe.

Assim, comecei o hábito de criar textos o tempo todo sobre os diversos acontecimentos - necessidade grande de colocar para fora minhas reflexões e emoções. No entanto, nem sempre tinha tempo de registrá-los ou mesmo de finalizá-los. Durante esse processo de releituras entrei em contato com vários deles que mesmo não os tendo publicado, ainda assim, cada um à sua maneira, foram importantes em meu percurso. Nesse sentido, também notei a presença de algumas colunas fixas como, por exemplo, a "Desastres de mãe", onde publicava minhas trapalhadas e "Travessuras de Mateuzinho", as quais não tenho mais escrito não por falta de assunto, ao contrário,  mas pela correria da vida e por essas situações tornarem-se redundantes e não mais novidades, isto é, sou mesmo uma mãe desastrada e Mateus um menino travesso. Também as colunas "Para rir", "Para refletir" e "Para se emocionar" de textos, vídeos, imagens encontrados por aí e que mexeram comigo, a coluna "Outros relatos" feito por pessoas conhecidas que com poucas ou muitas palavras me emocionaram, a coluna "lembranças que servem de lição.... ", na qual retomo alguma memória e a uso como ensinamento numa verdadeira ciranda da vida e  por fim, a coluna "Seja bem vindo(a)!", que até o momento contabiliza 44 parabenizações, sendo 3 pares de gêmeos sendo assim 47 bebês... uau! Maior alegria e honra do mundo noticiar sobre a chegada desses pequenos transmitindo minha energia de boas vindas. Que venham mais...

Em meio a todo o mar de emoções vividas também precisava me encontrar com a mulher que sou, agora mãe também. Por isso, escrevi muitas reflexões sobre a mãe contemporânea e sobre pai também, claro, do meu ponto de vista feminino como não poderia deixar de ser. Da mesma maneira como educadora também escrevi a respeito, mas não com uma frequência tão grande - talvez por minhas convicções pedagógicas estarem entrelaçadas ao meu modo de viver, entretanto, é tão comum escutar bobagens a respeito de escolas quando não ver algumas escolas fazendo bobagens que acho que uma vez já estando mais segura de minha maternidade posso dedicar-me a textos com esse caráter.

Por falar nisso, uma curiosidade: descobri nas estatísticas desse blog que a postagem mais lida de todos os tempos é disparada: "Super peitos... Ativar!". Fico rindo sozinha ao imaginar a cara de decepção daqueles que buscam no google essas palavras em busca de textos com outro teor e de repente se deparam com um texto sobre amamentação! Hilário. Mas também amedrontador. Pensar que um completo desconhecido está conhecendo minha vida íntima e sem eu ter esse controle, as estatísticas também revelam a origem dos acessos ao blog: Indonésia? Turqui? Egito? Bulgária???? Quem me conhece sabe o quanto sou reservada, posso até enganar parecendo cuca fresca num bom papo que adoro, mas revelar meus segredos, meus pensamentos e tudo mais só mesmo de vez em quando para algumas pessoas. A criação do blog veio num momento de desespero e a sua manutenção deve-se ao motivo que já mencionei: percebo que ele me faz mais bem do que mal. Enquanto continuar assim ele continuará existindo. 

Durante a gestação de Carolina e Isabel, ao contrário, escrevi muito pouco. Certamente a tal história da gestação de risco me fez ficar receosa, tendo aquela sensação de não querer comemorar o gol antes de sua concretização para não dar azar. No mais, a gravidez foi tranquila e muito parecida com a primeira, o que de certa maneira foi bom para que pudesse vivenciar tudo tranquilamente mas de outra maneira foi ruim, pois desde então comecei a ficar mais "largada" com minhas meninas.

Ser mãe de primeira viagem, em geral, nos deixa mais cuidadosas com nossos pequenos, mas de um jeito tenso, entretanto, com os próximos filhos, costumamos vivenciar toda a emoção de receber um ente querido em nossa família novamente, e por estarmos mais leves, tudo fica mais gostoso... e mais "largado". A culpa, sim aquela que não nos abandona nunca nem no primeiro nem no décimo filho também me acompanha com as meninas. Dessa vez, me culpo por não tirar tantas fotos delas como tirava do Mateus, não registrar aqui suas conquistas como fazia com Mateus, não ter tanto tempo para cada uma etc. e etc. Enfim, mas o mais interessante é que quando a serenidade volta em mim percebo que a vidinha delas até agora - e espero que continue assim - é bem, bem mais tranquila!!! Elas são mesmo muito fofas e queridas e quero acreditar que elas possuem uma mãe muito, muito melhor que compensa as pequenas com o que é realmente essencial.

Atualmente, tenho escrito sobre a vida de gêmeas, com certeza um tema que continuará sendo minha pesquisa, sobre a vida de família grande e nossa rotina, comemorando conquistas e reconhecendo os desafios, sobre acontecimentos do mundo, uma vez que estou me sentindo mais parte dele, mas me sentindo como nunca me senti muito medrosa em relação à segurança de meus filhos, o que me obriga a lutar diariamente contra esse sentimento para não paralisar e assim compartilhar com meus filhos o que temos de bom, e claro, sobre meu amor, enorme, incondicional e eterno aos meus 3 filhos. É mesmo um amor sem fim. A maternidade é a coisa mais difícil que aconteceu em minha vida, mas a mais engrandecedora, a mais prazerosa.

Prazer em vários sentidos... Em retomar a minha própria história e a criança que existe em mim, em ter a chance de vivenciar um amor pleno com meus filhos e meu marido, em valorizar cada segundo que consigo ter um tempo para mim, em aproveitar ao máximo o tempo que tenho com eles, em colocar no mundo 3 seres incríveis, em vê-los crescer e conquistar um monte de coisas, em presenciar o sentimento de irmandade cada vez mais forte entre eles, incluindo os tapas e beijos, em perceber o quanto se amam e são amados pelas pessoas ao nosso redor e em vislumbrar ainda muita coisa boa para as nossas vidas e para esse mundão. Axé!

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