segunda-feira, 30 de março de 2015

Outros relatos: Luiza Gaia


 

 
"Era uma sexta-feira qualquer, o cansaço habitual, a emanencia da pausa, o balanço de como foi a semana... Mais uma chegava ao fim, tão trivial e óbvia quanto o macarrão a bolonhesa que a celebra. Eis que uma notícia surge e muda o rumo, um feixe daquela tal " horinha de descuido" interrompe a minha previsível melancolia:
" mamãe aprendi a pular corda"
Os olhinhos brilhantes, o corpo presente, dilatado, todo imerso transbordando aquela experiência . Ela renascia. Eu também.... Quando seu horizonte amplia, o meu também se renova. Suas conquistas me deslocam.
Aquela notícia me atravessa, colore meu dia e minha vida, me presenteia e preenche de orgulho e esperança.
Talvez a felicidade seja isso, um pulo infantil que interrompe meu "modo operandis". A possibilidade de transitar entre pontos de vista.... Pluriverso.
Era para ser mais uma sexta-feira. Mas não foi. Que bom!" (Luiza Gaia)



Relato lindo da Luiza que precisei compartilhar, já que me reconheço completamente em suas palavras carregadas de emoção. Não só porque recentemente também me encantei com meus filhotes interagirem com uma corda, mas principalmente porque Luiza fala da (preciosa) oportunidade de presenciarmos as conquistas de nossos filhos ao mesmo tempo em que resgatamos nossa meninice de outrora, o nosso pulo infantil que certamente, quando aconteceu em sua plenitude, nos permitiu dar novos pulos na vida. Assim, conseguimos valorizar o dia de hoje, que como Luiza diz, não é só um dia e sim a possibilidade de ampliarmos nossos horizontes, transitarmos por outros pontos de vistas, renascermos, para então projetarmos um futuro mais colorido, cheio de esperança nessa vida que se renova.

Essas são as maiores belezas de se ter filhos e/ou conviver com outras crianças: sentir-se parte de um ciclo, conectada às pessoas, as melhores pessoas, pertencente a um grupo, a muitos grupos, à cultura, a um universo, um pluriverso, ampliar nossos horizontes, e ver assim mais sentido na vida. Uma vida feliz simplesmente por ser repleta de pulos e cambalhotas.

"As crianças não brincam de brincar.
Brincam de verdade."
Mario Quintana

Nesta mesma sexta-feira, por exemplo, também tive a oportunidade em me perceber em mais um dia especial, justamente por ser um dia como todo dia: meus 3 pequenos se organizando sozinhos para um esconde-esconde na praça, brincando e brigando como fazem cada vez mais. Ao fim do dia, Mateus trouxe para casa a lista de brincadeiras preferidas de seu grupo e qual minha surpresa ao ver ali presentes algumas que eu brincava quando criança e nem sonhava que ele já brincava ou conseguisse me explicar as regras e estratégias. Além disso, me encantei igualmente com minhas meninas... Isabel, aos giros e rodopios com suas saias, mexendo o corpo ao som de cada ritmo cantado por Carolina que cada vez mais se diverte com as cantigas que aprende.

Por falar nisso compartilho uma cena engraçadinha de trocas de aprendizagens por aqui:

Mateus ensinando a gente uma brincadeira cantada: "Bambu tira bu, Arauera, Mantegueira, tirará a (nome da pessoa escolhida para fazer parte da corrente humana que anda pelo espaço) para ser Bambu". Nesse momento ele menciona Carolina que logo reage: "Não, eu não quero ser bumbum!"

Bom dia a todos e todas, que hoje seja mais um dia se redescobrir nesse mundão e ver sentido na vida. Para alargar nossas ideias e sentimentos segue, mais uma vez, a palestra com o astrofísico Neil deGrasse Tyson. Maravilhoso... e viva as bateções de panelas das crianças, essas sim, as verdadeiras manifestações revolucionárias de panelaços!!!


  

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