domingo, 8 de março de 2015

Dia das mulheres 2015

Dia das mulheres... Parabéns a todas nós!

Eu: "Mateus, sabia que hoje você tem que me dar parabéns? E também para a Bebel e a Carol?"
Mateus: "Por que? O Corinthians ganhou?"
Eu (respirando fundo): "Não Mateus, não é por causa do Corinthians. É porque hoje é dia das mulheres!"
Mateus me deu um abraço e logo perguntou: "E quando é o dia dos meninos?"
"Não tem."
"Ah, fiquei triste..."
"Não tem, porque não precisa. Já dia das mulheres ainda precisa existir, para nos lembrar que antigamente as meninas não podiam fazer as mesmas coisas que os meninos, e que mesmo hoje em dia tem gente que acha que as meninas são mais fracas que os meninos."
"Por que? Será que essas meninas não comem direito?"
 (risos):  "Elas comem sim, quem acha isso é quem não comeu direito quando era criança..."


Na postagem "Dia das mulheres 2011" (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2011/03/viva-todas-as-mulheres-do-mundo-por.html) escrevi sobre o quanto acho esse dia importante para nossa civilização e o quanto é importante, para mim, criar um filho bacana que valoriza as mulheres. Na época dessa reflexão minhas meninas ainda não haviam nascido. Hoje, minha convicção continua a mesma, e no dia a dia frequentemente me encontro diante dos desafios reais quando, por exemplo, durante conflitos de Mateus com as duas me vejo num primeiro momento tomando partido delas, mostrando o quanto todos nós temos a avançar...

Na conversa acima, senti enorme alívio por verificar que Mateus não construiu essa imagem de meninas mais fracas a priori, pois em sua visão (bem interessante), fracos são aqueles que não se cuidam (do corpo, da mente, da alma, do outro, do mundo, da vida).

Em outra conversa, já mais antiga, Mateus também revelou o quanto percebe a força das mulheres:

Mateus: "Por que as meninas não jogam bola (na escola) comigo?"
Eu: "Não sei... Você já as convidou?"
Mateus: "Claro que já."
Eu: "Pois continue convidando, e também brincando com elas de outras coisas".
Mateus: "Mas claro que eu também brinco de jogo, de correr e de casinha... sou sempre o cachorro delas!"

Certamente também por isso, as muitas sociedades que anulam a figura feminina estão destinadas ao fracasso, pois perdem o outro lado igualmente importante de energia de vida. Por outro lado, o desafio de criar um filho que não seja passivo a essa força, mas que saiba dialogar com ela. Para isso, contar com bons modelos masculinos é importante como marquei na postagem "7 anos de casório" ( http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2014/07/7-anos-de-casorio.html) numa homenagem ao Luiz.

Importante frisar que em minha conversa com Mateus, não marquei que existem brincadeiras de meninas e de meninos - a linguagem cria realidade! Afinal, como questiona essa menina essas regras foram criadas pelas pessoas, e por isso mesmo podem ser deixadas de lado em nome de uma geração mais livre para brincar e se expressar.



Na postagem "Mulheres livres" (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2014/12/mulheres-livres.html) faço críticas a alguns pensamentos machistas ainda presentes em nossa sociedade. "À isso Pierre Bourdieu chama de "violência simbólica", pois para se pensarem, as mulheres dispõe do mesmo conjunto de significados androcêntricos e machistas baseados em relações de poder e hierarquia que toda a sociedade e acabam reproduzindo, mesmo sem perceber, algo que as fere." (Edna de Oliveira Telles)

Agora mesmo ouvi uma série de xingamentos, inclusive de mulheres, à presidente do país. Nada contra manifestações com sentido e pró democracia, a questão é que "Chamar de “vaca'' não é fazer uma análise da honestidade e competência de alguém que ocupa um cargo público e sim uma forma machista de depreciar uma mulher simplesmente por ser mulher. De colocá-la no seu “devido lugar'', que é fora da política institucional." (Leonardo Sakamoto).

Na postagem "A curpa é das muié!"  (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2011/03/mardita-culpa_09.html) fiz reflexões sobre o quanto todas as conquistas das mulheres no decorrer dos anos possibilitaram vivermos situações grandiosas atualmente, e por outro lado, também desafiantes. De maneira geral, não eliminamos ou trocamos tarefas e sim as acumulamos, o que fez com que nos tornássemos ainda mais exigentes em nossos diferentes papéis sem conseguirmos aproveitar nossas conquistas. É tempo de nos libertarmos!

Um desses papéis é o de mãe. Um papel maravilhoso e ao mesmo tempo desafiante por vários motivos, dentre os quais, de nos lembrarmos que mesmo mães continuamos sendo mulheres. A ideia parece óbvia, mais não o é, principalmente para mulheres que acabaram de parir. Foi sobre isso que escrevi na postagem "Voltar a ser eu???", na época em que estava acabando minha licença-maternidade e levando Mateus em seus primeiros dias de escola (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2011/05/voltar-ser-eu.html).

Por isso mesmo tornar-se mãe precisa ser uma escolha... da mulher. É o que defendo na postagem "Sobre aborto", um assunto polêmico, complexo e que por isso mesmo precisa ser discutido seriamente (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2015/02/a-favor-da-vida-favor-do-aborto.html).

Porque, afinal, a mulher é dona de seu corpo. Como esse pai (Pedrinho Fonseca) fala por meio de uma carta à sua filha - muito emocionante ver homens posicionando-se a respeito!(http://www.pedrinhofonseca.com/doseupai/2015/2/20/irene).

Quando é uma escolha, ser mãe é engrandecedor... "Parir não é apenas gerar bebês... Parir é gerar mães - fortes, competentes, capazes. Mães que confiam em si mesmas e conhecem a sua força interior." (Barbara Katz Rothman). Uma ideia que reforço quando compartilho as vivências de meus partos na postagem homônima (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2014/02/meus-partos.html).

Na postagem "Outros relatos: Carolina Bezerra"  (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2013/08/outros-relatos-carolina-bezerra.html)
conto como tomei consciência de meu desejo enorme de colocar uma mulher no mundo, e para minha sorte, ganhei duas de uma vez só!

Quando minhas meninas nasceram tive a oportunidade de mergulhar nessa experiência de criar duas meninas, duas lindas meninas que me enchem de orgulho por serem cada vez mais porretas! Como trato em "Melhor presente para o dia das mulheres não há!"  (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2014/03/melhor-presente-no-dia-da-mulheres-nao.html).

Assim, constantemente nesse processo de criação de meus filhos me vejo diante de dilemas éticos, sendo convocada a dar o melhor de mim mesma, de avançar em meu processo de humanização como também me vejo maravilhada com a potência desses pequenos em movimentar a vida, numa abundância de vida!

"A vida não é colorida, é colorível!" (autor desconhecido) como trato na postagem "Vida colorida" (http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2015/02/ao-abrir-o-facebook-hoje-uma-grata.html). Por isso tratemos de nos colocar em movimento junto dessa criançada, para que novos e melhores tempos possam ser construídos e experimentados!

Nenhum comentário:

Postar um comentário