segunda-feira, 11 de abril de 2011

Outro encontro especial

Falando em crianças queridas não posso deixar de mencionar meu encontro na semana passada com outra turma igualmente especial que são as crianças da outra escola em que atuava como coordenadora. Elas foram a um passeio perto de casa e aproveitamos a ocasião para eu revê-las e apresentar meu filhote.

Assim que chegamos elas estavam espalhadas pelo campo brincando muito, fiquei um tempo só observando, que delícia! Conforme elas viram o Luiz (que é o professor de educação física delas) carregando Mateuzinho no colo elas foram enlouquecidas ao seu encontro. Enquanto isso dei abraços apertados nas colegas que não sabiam de nossa surpresa. Muita emoção.

Aos poucos, as crianças me descobriram... As novas vieram se apresentar e as antigas, pequenos 'catataus' de 5 anos vieram me dar vários abraços deliciosos... foi muito, muito gostoso!!!! E mais gostoso ainda perceber que o tempo passou, elas estão espichadas, mas o vínculo construído continua no mesmo lugar. Algumas já vinham logo me abraçando, outras gritavam, outras ficavam me rodeando esperando a minha aproximação, outras se colocavam na minha frente para verem minha reação. Teve uma que parou na minha frente e disse: "Você nem me conhece mais..." e dei um baita sorriso quando o agarrei chamando pelo nome, outra que passou por mim tranquilamente e disse: "oi Juju" como se tivesse me visto no dia anterior e outra que me olhava desconfiada como se pensando se estava me vendo mesmo. Eu a entendi, pois também não acreditava estar ali vendo-os correr livremente pelo campo.

Mas o que mais mexeu comigo nesse encontro foram as perguntas das crianças que se seguiram aos abraços...

"Onde você tava?", Ulisses me perguntou.
Respondi que estava cuidando de meu bebê.
Mas a verdade é que essa pergunta é bem mais complexa (como toda pergunta de criança o é).
Assim, depois de lhe responder por um segundo saí de mim e só fiquei pensando... Pensando que desde que meu filho nasceu eu estou em outro universo: no Mundo Encantado do Mateus, e que isso faz toda a diferença na nova relação que tenho tido com todas as coisas e as pessoas, pois realmente estou experimentando um novo mundo.  Meu mundo está diferente, porque eu estou diferente e o vejo diferente; ser mãe é uma experiência tão forte que faz tudo ter outro sentido. Outro dia me falaram que ser mãe é tão revolucionário como uma tatuagem... Dei risada, porque - agora ao ser mãe - achei a comparação muito desproporcional: tatuagem é marca na pele, ser mãe é marca na alma, muito mais profundo e transformador.

Logo em seguida, outro abraço e outra pergunta, dessa vez da Andressa.
"Você não vai mais na minha escola?"
Respondi que um dia vou visitá-los sim.
Ela insistiu fazendo a pergunta mais difícil de todas:
"Quando você vai de novo na minha escola?" e sei pela cara que ela fez ela não estava referindo-se a uma visita e sim ao convívio diário que tínhamos até o ano passado.
Respondi sinceramente que não sei.
Até o ano passado atuava como coordenadora dessa escola e todos os dias recebia na porta esses pequenos com um bom dia, e passava o resto da manhã com eles. Mas neste ano resolvi - com muita dor, me afastar dessa escola...

Foram vários os motivos: com a chegada de Mateuzinho quero trabalhar apenas meio período, não quero ainda abrir mão da experiência como professora e acho que essa escola precisa de uma coordenadora mais fera desde o início do ano; eu voltando apenas agora atrapalharia o bom andamento das coisas.
Mas mesmo tendo isso bastante claro em minha cabeça o meu coração ainda está cicatrizando dessa ferida.

Mas com certeza esse encontro me ajudou nesse processo, pois quando menos esperava uma criança me cutucou e me convidou para brincar de pega-pega; foi o melhor presente que eu poderia ganhar no dia. Sensacional! Fui embora mais leve e tranquila...

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