domingo, 12 de outubro de 2014

Dia das crianças 2014

Porque hoje é mais um dia como todo dia... Pelo menos aqui em casa, dia da criança é todo dia... de todo modo, hoje em especial, a gente aproveita para fazer um balanço geral e para fazer uma farrinha boa...

Dia de comemorar a existência das crianças: as de hoje, as de ontem, que fomos nós mesmos, e as que ainda vão chegar. No caso dos nossos filhos, eles são as crianças do nosso presente (aliás, o melhor presente de todos!), e de certa maneira também representam o que fomos e o que queremos vir a ser. São nosso elo com nossa própria história, com as pessoas, com o mundo.

Diariamente, como pais, nos deparamos com lembranças e fazemos escolhas que revelam essas experiências. Até mesmo o valor que damos para o dia de hoje, é resultado também disso. Assim, para alguns, pode ser encarado de várias maneiras, algumas complementares como, por exemplo, sendo um dia como outro qualquer, o dia de ganhar presente, de se mostrar presente, de ficar junto de pessoas queridas, de fazer alguma coisa diferente, de se fazer uma festa ou ainda de ser vivido com espontaneidade como outro dia qualquer. 

No meu caso, minhas memórias de infância me revelam que vivia esse dia numa medida bem saudável como um dia especial ao mesmo tempo corriqueiro, porque não me recordo especificamente de um presente ou passeio nesse dia. Era mais um dia gostoso, dentre tantos outros, na minha vida e na de meus irmãos.

Que assim seja para meu trio de pequenos bagunceiros e para todas as crianças desse mundão afora. Mais um dia vivido com respeito e amor!!!

Para aquelas que infelizmente não vivem essa situação, desejo e na medida do possível faço acontecer em minhas ações como cidadã, mãe e educadora que a infância possa ser encarada pelos governantes como algo prioritário em seus planos de gestão - pasmem! NENHUM candidato à presidência, no último debate para o primeiro turno das eleições falou em INFÂNCIA! Mas se eles não falam a gente grita e exige que cada criança tenha direito a viver essa fase de um jeito amoroso, cuidado, respeitado e potencializado.

Além do mais, que cada vez mais a gente consiga se surpreender com suas potências - não para realizar com sucesso algum jogo no computador, mas para ver e lidar com as coisas do mundo. Aí está a grande potência das crianças: essa maneira delas encararem a vida, de se relacionarem com as pessoas e com a natureza, enfim, interagirem dentro de uma cultura que é própria delas. Em todos os agrupamentos humanos, de todas as épocas e partes do mundo, vemos crianças se relacionando numa linguagem única, com repertório de brincadeiras que envolvem pesquisas semelhantes e ao mesmo tempo originais, porque afinal, estamos falando de nossa espécie, de nossa humanidade. Talvez quando a gente se enxergar desse jeito, com mais semelhanças do que diferenças - a gente possa construir outro modelo de sociedade.

Nesse sentido, as crianças de nossa contemporaneidade também nos ensinam constantemente que não existe um só jeito de entender e fazer a vida - existe sempre muitas possibilidades, e elas, com suas almas perguntadeiras exploram com toda inteireza que lhe são peculiares as suas subjetividades para interagir diante das questões cotidianas. Elas são livres e devem poder viver plenamente essa infância, contando nesse processo com o acompanhamento de adultos que não "boicotem" seus desenvolvimentos (já falei muito disso em outras postagens), mas ao contrário, a acolham, a estimulem, respeitam e aprendem com elas como, por exemplo, que esse cuidado que elas pedem de nós quando pequenas pode continuar pela vida inteira, não só para com elas (de uma maneira adequada a cada faixa etária, claro), mas para com todos nós, pois cada vemos mais tenho certeza de que fazemos parte de uma grande comunidade, e temos de nos cuidar - urgentemente, pelo bem de nossa espécie. E aqui não estou falando apenas em sobrevivência, mas em qualidade de vivência.

Ontem, hoje e sempre: Feliz dia das crianças!!!

"Quando eu crescer eu vou ficar criança". Manoel de Barros




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