domingo, 29 de maio de 2011

Primeiras sensações

Ao escrever sobre minha experiência com a amamentação envolvendo alegria e medo e sobre a chegada de mais uma flor a esse mundo, a Sarah, em seguida li uma mensagem de uma amiga recém-mamãe que está amando demais, mas sofrendo com seu pequeno cheio de gases....  Então me lembrei de mais esse texto de Fredérick Leboyer no qual ele descreve as primeiras sensações do bebê assim que sai da barriga da mãe.

Se a gente acha que tem angústias, medos, imagina os pequenos seres vivenciando uma infinidade de sensações novas... É nessa hora que tenho certeza de que por mais medo que temos ao vivenciar essa experiência precisamos ser fortes para tranquilizar nossas crias e permitir qure elas usufruam o melhor que esse mundo tem a lhes oferecer... e são tantas coisas!!!

O texto a seguir é a resenha do livro SHANTALA que aborda a arte da massagem indiana para bebês - na próxima postagem falarei a respeito.

As primeiras semanas que se seguem ao nascimento
são como travessia de um deserto.
Deserto povoado de monstros:
as novas sensações que,
brotadas do interior
ameaçam o corpo da criança.


Depois do calor no seio materno,
depois do terível estrangulamento do nascimento,
a enregelada solidão do berço.
A seguir, aparece uma fera,
a fome,
que morde o bebê nas entranhas.


O que enlouquece a pobre criança
não é a crueldade da ferida.
É essa novidade:
a morte do mundo que a rodeia
e que empresta ao monstro
exagerada proporções.
Como acalmar essa angústia?


Nutrir a criança?
Sim.
Mas não só com leite.
É preciso pegá-la no colo.
É preciso acariciá-la, embalá-la.
E massageá-la.


É necessário conversar com a sua pele,
falar com suas costas
que têm sede e fome,
como sua barriga.


Nos países que preservaram
o profundo sentido das coisas,
as mulheres ainda se recordam disso tudo.
aprenderam com suas mães
e ensinarão às suas filhas
essa arte profunda, simples
e muito antiga
que ajuda a criança a aceitar o mundo
e a sorrir para a vida.

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