sábado, 7 de maio de 2011

Reflexões sobre a licença-maternidade

Tive uma gestação bem tranquila em que pude preparar - às vezes com calma e às vezes às pressas mesmo - todas as coisas para a chegada do Mateus. Além disso, consegui também iniciar a minha preparação para SER MÃE. Claro que depois descobrimos que essa preparação é eterna, já que com o crescimento da criança ela vai exigindo da gente sempre coisas novas e temos que nos movimentar para acompanhá-las. Mas de qualquer maneira, iniciar essa preparação na gestação é importante, pois devagar vamos nos conectando a um ser que está dentro da gente e a um ser novo que nascerá junto dele (que somos nós, mamães).

Uma das coisas que mais me agoniava quando imaginava minha nova vida com meu filho era ficar em licença-maternidade em casa. Achava que não teria o que fazer, pois imaginava que bebêzinho apenas mamava e dormia (hahahaha) e que sentiria muita falta de poder fazer as minhas coisas como trabalhar e sair. Em parte eu estava certa, pois quando as aulas começaram e eu não estava trabalhando eu de verdade sofri e às vezes ficava sim chateada em não poder sair para algum lugar. Mas isso aconteceu apenas no primeiro mês. No segundo mês mergulhei num outro universo e o que passou a me dar agonia era sair de casa: eram tanto preparativos, tantas coisas para carregar, tantos cálculos a serem feitos para ver que horas ele ia mamar e dormir, tantas expectativas se ele ia ficar bem para assim agente ficar bem. Enfim, em questão de um mês estava sentindo o oposto.

Mateus completou 3 meses e a paz invadiu meu coração, foram dois meses que consegui ficar tranquila em casa, mas também aprendi a ficar tranquila fora de casa com ele e algumas vezes sem ele. Maravilha, entramos numa rotina e cada vez mais sentia que tinha nascido para aquele momento: ser mãe do Mateus.

Me dó um pouco essa sensação de que agora que estava tudo ajeitado em nossas vidas temos que nos readaptar com minha volta ao trabalho. Continuo achando que a licença-maternidade de 6 meses é mais justa e produtiva, mas de qualquer maneira mesmo esse corte sendo aos 6 mesmes sofrimento não seria menor, com certeza não...

"O correr da vida embrulha tudo.
A vida é assim: esquenta e esfria,
aperta e daí afrouxa,
sossega e depois desinquieta.
O que ela quer da gente é coragem."
(João Guimarães Rosa)

Agora tenho que aprender a ser mãe do Mateus mesmo estando longe dele. Eu preciso dar a ele a tranquilidade necessária para que ele se sinta amado por mim mesmo na minha ausência. Um aprendizado imagino que eterno... Mas certamente o mais delicioso, já que para mim esses 4 meses passaram como um piscar de olhos. de tão, tão gostoso que foi ficar com meu pequeno.

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