sábado, 28 de maio de 2011

Reflexões sobre a amamentação

Depois de escrever na postagem anterior sobre meu processo recente de amamentação fiquei pensando sobre os motivos que me levaram a ficar me cobrando tanto que eu tinha que conseguir tirar leite para o Mateus mamar na escola. Assim, neste texto proponho uma reflexão sobre a questão da amamentação.

Como o meu pai me contou no seu tempo era assim: a criança chorava ia para o peito. Afinal, as mães estavam o tempo todo com suas crias e como já disse na postagem anterior dar peito é a opção de amamentação mais barata, prática e natural. Uma curiosidade: uma vez uma fonoudióloga me disse que esse era o motivo de antigamente os bebês não precisarem de chupetas, porque viviam o tempo todo mamando em suas mães e assim já satisfaziam sua necessidade de sucção.

Já a minha mãe conta que quando eu nasci estava em voga na época a independência das mulheres com a entrada no mercado de trabalho. Assim mesmo não voltando a trabalhar depois de meu nascimento e mesmo tendo bastante leite ela fez a opção de parar de me amamentar com 4 meses e meio. Um corte brusco, mas que na época era entendido como necessário na relação mãe e filhos e identidade feminina. Outra curiosidade: muitas vezes quando conto para algumas mulheres da faixa etária de minha mãe sobre as minhas angústias de recém-mamãe elas dão risadas e em seguida as minimizam contando a respeito de suas épocas e como tudo era mais difícil como, por exemplo, o tempo de licença de 3 meses.

Atualmente voltou-se a entender o aleitamento materno como algo benéfico para o bebê e para a mãe tanto do ponto de vista da saúde física sendo este o alimento ideal para proteger e desenvolver bem o bebê como do ponto de vista da saúde mental com o fortalecimento e aceitação da psicologia. Além do mais, agora a situação da mulher no mercado está mais estável a ponto delas quererem ser profissionais e mamães bem realizadas. Uma curiosidade: por que na perspectiva feminina continuamos a colocar em oposição família X carreira? Cada vez mais tenho sentido e já falei isso aqui outras vezes como é complicado gerenciar todas questões envolvidas em ambos os contextos, mas temos que fazer um esforço para diminuir essa tensão senão vamos enlouquecer... mais, claro!!! rs

A sensação que tenho é que continuamos querendo provar o que já foi provado por uma infinidade de mulheres: que somos capazes de sermos boas mães e boas profissionais e seja lá mais o que quisermos ser... boas donas-de-casa, esposas/namoradas, alunas etc. Agora perfeitas em tudo... impossível!!! Temos sim é que aproveitar o legado que milhares de mulheres deixaram para nossa geração com a maior abertura no mercado de trabalho e com o resgate de uma relação mais humana entre mãe e filho sem nos cobrarmos tanto em ser super mulheres em cada aspecto de nossas vidas bem como continuarmos lutando por mais conquistas como a obrigatoriedade da licença maternidade de 6 meses e o direito de darmos de mamar em público.

Toda essa reflexão começou quando me dei conta que estava me cobrando demais em relação à amamentação de Mateuzinho em nossas novas fases: ele na sua escola e eu na minha até me dar conta de que eu tinha que continuar dando o melhor de mim para continuar tendo bastante leite, mas que caso não conseguisse não era o fim do mundo, pois não deixaria de ser uma boa mãe por não conseguir dar peito para o meu filho. Fico pensando nas milhares de mulheres que não conseguiram em nenhum momento amamentar seus filhos... e são felizes e têm filhos saudáveis! Um orgulho. São mulheres assim, humanas, que quero me deixar inspirar.

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