domingo, 8 de maio de 2011

Virando mãe

Apesar do cansaço não resisti e vou escrever um pouquinho mais... rs

Há exatamente um ano atrás, no dia das mães, eu e o Luiz compartilhamos a novidade de nossa gravidez com a família inteira. A gente tinha descoberto fazia uma semana e queríamos contar a todos ao mesmo tempo. Na hora em que falamos a casa se encheu de silêncio, pois as pessoas não sabiam se estávamos brincando ou falando sério. Foi esquisito. Assim que perceberam que era verdade foi uma gritaria e comoção geral. Emocionante.

Mas a verdade mesmo é que naquele momento apesar de ganhar abraços e até presente do Luiz eu ainda não me sentia mãe. Neste texto falarei de quando foi a primeira vez que me senti mãe.

Com certeza não foi quando vi o exame de sangue. Como não aponta se deu positivo ou negativo e sim fornece o referencial para você comparar a sua taxa de hormônio e chegar à conclusão sozinha (que é óbvia), ainda assim desconfiei quando vi o resultado. Até porque uma amiga havia feito semanas antes e a taxa dela era de 20 mil e a minha só de mil...rs Pelo que me lembro bastava passar de 1 para estar grávida. Mas mesmo assim me achei menos grávida.... hahaha  Acho que a gente fica meio paranóica mesmo, não acredita que aquele milagre pode acontecer. Tem gente que nem conta para as pessoas antes de 3 meses, já que é muito comum sofrer aborto espontâneo e depois é dureza lidar com todos te perguntando a respeito com animação... mas também se não conta para ninguém a pessoa perde a chance de ter ombros para lhe consolar...

Eu contei depois que digeri um pouco o assunto e fui contando aos poucos bem ao meu jeito... Mas confesso que para algumas pessoas como as do trabalho, por exemplo, eu estava envergonhada... Por que? Saberia que dali para a frente de alguma maneira eu seria um dos assuntos principais e não gosto muito dessa exposição toda... Mas estava enganada: o assunto não fui eu e sim o bebê... rs E que delícia foi receber todo o carinho das pessoas... Me aproximei de muita gente nesse período, pois tem gente que simplesmente enlouquece com esse assunto e o mais maravilhoso: tive ótimas companhias de amigas grávidas ao mesmo tempo... Mas mesmo falando todos os dias a esse respeito, ainda assim não me sentia mãe.

A barriga é algo mágico, quando ela apareceu e começou a crescer parece que um sentimento materno que já estava amadurecendo com todos os acontecimentos mencionados começou a surgir. Por exemplo, reparei que de repente eu comecei a proteger minha barriga, mas essa sensação ainda era muito incipiente. Com a barriga crescendo veio o tempo avisando que estava na hora de cuidar dos preparativos para a chegada do bebê, mas a pressão era tão grande em fazer tudo dar tempo e era tanto conselho que não me consegui curtir muito toda a sensação que essa preparação poderia ter me provocado. Quem sabe no próximo... rs

Saber o sexo e escolher o nome também foi importante, pois comecei a imaginar o jeitinho dele, a carinha, o que ia gostar e o que não ia... fui me abrindo para recebê-lo.

Quando senti pela primeira vez umas "borboletas" voando dentro da barriga mais sentimentos foram despertados... E com certeza, acolhidos por mim. Quando a barriga já não tem mais para onde crescer e você já se sente íntima do ser dentro de você, já sabe a hora que ele mais mexe, o que gosta de comer e o que não gosta é um momento de afloramento total de sensibilidade. Aquele ser já conquistou todo seu amor e você não vê a hora de conhecer a carinha mais linda do mundo. Mil expectativas, mil emoções, mil histórias. Mas eu ainda não o tinha nos braços, me sentia incompleta como mãe...

Quando ele nasceu... nossa... só sabia chorar de emoção. Foi uma explosão de amor e alegria, mas estava muito anestesiada no começo e parecia que estava vivendo um sonho. Foi nesse período de confusão que tive que preencher uma ficha para autorizá-lo a fazer o exame do pezinho. Nesta ficha estava pedindo o nome (escrevi o meu), o nome da mãe e do pai (coloquei dos meus pais) e quando pedia a data de nascimento (com o 2010 já escrito) eu levei um choque de realidade. Sabe aquela sensação de acordar no meio de um sonho e não saber se já acordou ou ainda está sonhando??? Eu tinha preenchido tudo errado: o nome era do Mateus e EU ERA A MÃE. Depois de um tempo, rindo, pedi outra ficha e preenchi com orgulho o nome da criança e o nome da mãe dela. hahahahaha

Pois é... foi preenchendo uma ficha que me dei conta de que durante a gravidez, aos poucos, fui me tornando mãe por ter cuidado e amado um ser e porque esse cuidado e amor continuará por toda a vida, cada vez maior. Ser mãe é isso: transformar a vida de alguém ao mesmo tempo que nos transformamos também. Um amor que precisa ser renovado diariamente para a relação continuar viva e intensa, afinal, é diferente ser mãe de um bebê, de uma criança mais velha, de um adolescente e de um adulto.

Asssim, ser mãe é estar com o coração aberto para aproveitar todas as delícias da criação de um filho ao mesmo tempo com o coração nas mãos para que nada de ruim aconteça com ele... É muito amor e faço questão de renová-lo a cada dia. Amo muito meu pequeno!!!



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