segunda-feira, 1 de abril de 2013

Outros relatos: Miruna Genoino


Há tempos quero registrar aqui algum texto de minha amiga Mimi. Primeiro, porque ela é uma amiga querida, segundo, porque além de uma pessoa especial e educadora exemplar é uma super mamãe - uma baita referência para mim, e por último, porque seus textos são precisos e emocionantes. Mas na correria ainda não havia colocado nada por aqui e para minha surpresa, ela mencionou uma postagem minha em seu blog. Foi então que me senti ao mesmo tempo honrada e envergonhada por não ter feito a mesma homenagem a ela. Mas ainda está em tempo, né?

Segue seu relato sobre sua enorme dor no peito por ficar longe durante uma viagem de seus filhotes Paulinha e Luismi - típico de toda mãe, e suas palavras sobre sua força, superação e amor aos filhos - sentimento (infelizmente) não típico de toda mãe. Enfim, um texto que vale à pena ser lido por todas as mães que sempre buscam refletir sobre suas relações com os filhos e por aquelas que acreditam numa rede de trocas de experiências.



Como você teve coragem?





Meus filhotes longe de mim mas perto de pessoas muito
importantes na vida deles e que vivem longe...


Uma grande amiga minha, logo após ter dado à luz a duas meninas gêmeas lindas me disse que ia fazer uma lista das perguntas mais recorrentes que lhe faziam toda vez que a visitavam, sendo uma delas perguntar como estava o filho mais velho, por exemplo.



Nesses meus dias sem família nuclear por perto tenho lembrado muito da Ju e da sua vida cheia de perguntas, porque o que mais tenho ouvido é um monte de perguntas, bastante frequentes... são elas:



1) Como você consegue deixar seus filhos por duas semanas?

2) Como você aguenta ficar longe dos seus filhos?

3) Você vai deixar todos os anos?



E por aí segue...



Mas uma das piores coisas não é ouvir as perguntas, mas sim algumas respostas como: eu nunca deixaria, eu não conseguiria, não deveria... sim, porque quando acontece isso, um turbilhão de sentimentos vêm à minha mente: será que a pessoa acha que eu não sinto saudade dos meus filhos tanto quanto ela sentiria dos seus? Será que as pessoas acham que eu sou uma mãe desligada dos filhos e por isso "aguenta" se separar deles? e a mais frequente: será que sou louca de ter deixado meus filhos ficarem longe de mim?



A verdade é que entendo o espanto das pessoas, ainda mais porque ninguém nunca vai saber o que é casar com um estrangeiro até viver isso diretamente... estar com alguém de outro país, que largou tudo, deixou seu mundo para trás e veio ficar com você do outro lado do oceano significa ter dia após dia a prova concreta do amor que ele sente, é ter muito mais exclusividade, afinal o mundo dele está distante, mas é também ter de ajudar e apoiar o máximo aquela pessoa que tanto se sacrifica todos os meses do ano para que possamos estar juntos.



A verdade é que por mim a Paulinha e o Luismi NUNCA se separariam de mim. Ficariam grudados comigo as 24 horas do dia, sempre. Mas depois eu trabalho, eles estudam, eu saio com as amigas, eles brincam na casa dos amigos, eu vou ao cinema, eles dormem na casa dos avós. O que é a vida de uma mãe sem os momentos de conseguir se afastar e a alegria de se reencontrar? Pois bem, eu por mim nunca ficaria duas semanas longe dos meus filhos, mas depois vejo meu parceiro, meu marido e sei que ele também, como pai, tem todo o direito de querer levá-los para sua terra, para suas raízes, para viver a sua tradição da semana santa.



E aí, minha gente, não é coragem não, não é aguentar não, é amor, muito amor. É só o amor que faz a gente conseguir dar conta de certas coisas, eu sofro e muito, eu por mim também diria que não a todas estas perguntas, mas a vida nos coloca diante de situações onde o ideal de uma resposta nunca é a realidade que vem com a pergunta... me sinto orgulhosa de sentir um amor tão grande que me faz conseguir "deixar" (entre aspas porque os filhos não são só meus...) meus filhotes ficarem longe de mim e me sinto muito orgulhosa da Paulinha e do Luismi conseguirem com muita força, ficarem longe da mãe...



Ainda bem que a volta está próxima...



Mimi querida, você é uma linda e guerreira como mãe e seus filhotes, umas coisas de fofura! Espero que aproveite muito a volta dos pequenos. Beijo grande.


quinta-feira, 7 de março de 2013

6 meses de puro charme e alegria!!!

Minhas flores Carolina e Isabel completam hoje 6 meses de nascimento de puro charme e alegria!!!
Amo, amo cada dia mais minhas pequenas que estão cada vez mais lindinhas, fofinhas e sapecas. Uma delícia!!! Maior orgulho da minha vida, elas e Mateus.

Em outro momento preciso contar mais do jeito (diferente!) de cada uma, mas hoje só quero mesmo agradecer meu presente adiantado de dia das mulheres ao ganhar duas lindas mocinhas que um dia se tornarão duas lindas e guerreiras mulheres que - no que depender de mim - vão fazer a diferença nesse mundo e por meu filhote que um dia se tornará um homem forte e guerreiro que saberá valorizar a mulherada.

Afinal, é por esse motivo que lutarei até o fim de meus dias: que meus filhos tenham saúde para desfrutar dos prazeres da vida e sabedoria para transformar suas vidas e a de outras pessoas. Axé!



 PS: reparem na delicadeza do meu príncipe
com suas princesas... rs

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Outros relatos: Fernanda Renner

Fernanda, a grávida mais novata do pedaço já entrou para o time de mamães babonas e choronas ao ouvir pela primeira vez o coração de seu bebê. Eis aqui suas palavras que expressam toda sua alegria e emoção:


Queridos, hoje vivi uma das experiências mais marcantes e lindas da minha vida: ouvi o coração do meu bebê bater bem forte e alto dentro da minha barriga.
Uma sementinha de 1,6 cm piscando como um vagalume dentro do útero e pulsando sem parar. TUM TUM TUM TUM TUM

Sem palavras para descrever o que senti...só lagrimas e sorrisos.

O exame mostrou um coraçãozinho batendo, então, torcedores de plantão que queriam gêmulos, por enquanto é só um bebê.

O Luiz e a Ju ainda detém a maior parte da torcida corinthiana...rs...mas o meu bebê já é alvinegro!!!!

Sigo de boca aberta rebobinando o DVD sem parar....saí do exame sem saber pra onde ir...

Sou a pessoa mais feliz do mundo!!!!

Bjs e obrigada pelo carinho de todos,

Fe
Lindo, não? Maior orgulho e alegria por ver minha amiga feliz por esse motivo.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Para refletir: o que você gostaria de saber antes?


Pensando em minha amiga Fernanda que está gravidíssima e tantas outras que estão também - assim como aquelas que acabaram de ter um bebê ou um dia ainda virão a ter, assisti esse vídeo, gostei e recomendo: "O que gostaria de saber antes do seu filho nascer?", produzido pela Perestroika. Belíssimo.




Queria ter participado, pois há tanto mais a se dizer, inclusive, que muito mais do que o que se diz é o que se vive, por isso, vamos curtir MUITO nossa experiência ÚNICA e aguardar pelas surpresas, claro.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Mais uma grávida

Antes de engravidar tinha muito medo do que a chegada de um bebê mudaria em minha vida e por isso na época discutia essa questão com algumas amigas, também receosas. Depois de um tempo, acabei de decidindo e hoje tenho meus 3 filhotes lindos.

Minhas amigas, cada uma a seu tempo também foram se decidindo por engravidar ou não. Uma das últimas amigas a se decidir foi a Fe, lá do Pró-saber. Segundo ela, após saber da minha gravidez de gêmeos ela tomou coragem, mas na época ainda não podia, mas agora, com tudo certo com sua saúde, ela está gravidíssima!

Fiquei emocionada por ela e o Edu terem vindo aqui em casa especialmente para me contar e assim permitirem que eu, Luiz e meus pequenos façamos parte dessa nova etapa desse casal fofo e tudo de bom que com certeza darão todo o amor do mundo ao filhote querido. Não há dúvidas quanto a isso assim como não há dúvida de que esse bebê será mais um corinthiano ou corinthiana...

Fezoca querida, vamos nos falando, pois quero continuar pertinho de vocês para ver essa pança crescer e se transformar um ser fofo e amado por todos, parabéns! E claro, também quero acompanhar a sua transformação como mamãe, vai ser de chorar... Beijão.

Liz: seja bem vinda!!!

Nasceu a Liz, neta de uma colega de trabalho, a Sueli. Que seja mais um anjinho para embelezar esse mundo!

Durante minhas gestações a Su me marcou muito, pois sempre que perguntava como eu estava ela relembrava, com o maior carinho do mundo sua experiência como mãe de seu único filho, hoje papai da Liz. E por isso fico emocionada em ver que sua experiência está se ampliando agora como vovó.

Tem um livro muito bacana do Guto Lins chamado "Avó" que começa assim:

"Avó é avó.
E também é vó, vovó, vózinha.

Dizem que ser avó
É ser mãe mais uma vez.
É voltar no tempo
E fazer tudo que não se fez.

É a vida dando voltas, brincando de roda
E de pique um dois três".

E por aí vai... Recomendo!

É isso, Sueli, desejo que você aproveite muito a curtição com sua neta e que ela seja muito feliz! Parabéns!

Bia Silveira: seja bem vinda... EM CASA!!!

Bia, a pequena grande guerreira finamente chegou em casa para ser recebida por sua mãe Aloyne, seu pai Daniel e todos seus familiares mais do que queridos em minha vida e agora na vida dessa fofa.

Como disse uma vez sua mamãe Bia só lhe deu motivos de orgulho desde sua chegada, e por isso parabéns a todos e principalmente a ela por mais essa conquista! Bia fofinha, seja muito, muito bem vinda! Faça bastante proveito desse mundão que você fez questão de conhecer antecipadamente.

Beijo grande e quando você estiver mais crescidinha e fortinha, eu vou te visitar para te dar um cheiro e minhas meninas vão brincar contigo para continuar mais uma geração do "Marina V".

Laura Alves: seja bem vinda!!!

Que coincidência: no dia do aniversário de meu irmão Raphael nasceu nossa prima, a Laura, filha da Talita e do Ricardo. Também neta da tia Sueli e do tio Zezinho, sobrinha da Taiane e da Tamira e parente de mais um monte de gente querida e importante na minha vida.

Lembro bem de quando tinha uns 10 anos e brinquei muito com ela numas férias em Jambeiro e fiquei encantada com seu jeito divertido, inteligente e sensível. Logo em seguida ela seu mudou para Brasília e mantivemos contato apenas por cartas. Quando regressou nossa amizade pôde ser desfrutada pra valer mo início de nossa adolescência - e foi realmente algo muito importante e marcante para mim. Uma fase e uma pessoa que guardo com todo o carinho em meu coração.

Por muito tempo a Tá ficou guardada em minha memória durante esses momentos, pois posteriormente, infelizmente, nos perdemos pelos caminhos da vida. Mas há um tempo atrás nos reencontramos e foi emocionante sentir que nossa história foi mesmo intensa e nossa afinidade continuava intacta. Nesses encontros compartilhei com ela minha paixão em ter virado mãe e as dificuldades da maternidade e ela suas dúvidas e desejos e assim revivemos nossos tempos de boas conversas e trocas de confidências.

Quando soube de sua gravidez fiquei especialmente animada, pois além do fato de mais uma flor chegar a esse mundo teríamos novamente a chance de vivenciar outros momentos especiais, agora com nossos pequenos - melhor companhia, impossível!

Prima querida, parabéns pela chegada de sua princesa, que ela seja muito bem vinda  a esse mundão. Sei um pouco de suas dúvidas sobre a maternidade como de sua grande exigência em tudo que faz, mas também sei de sua enorme sensibilidade e principalmente seu desejo em fazer sua pequena feliz. Por tudo isso, vai dar tudo certo. Conte comigo nessa nova jornada, como já disse, vou adorar!!! E curta muito cada momento com a filhota, não há nada melhor... Beijo grande.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Correria danada

Ando numa correria danada por conta da mudança de apartamento, do fim de minha licença maternidade, da minha volta ao trabalho e a do Luiz também e de como gerenciar 3 crianças que ainda não estão na escola. Explico:

Apê novo:
Depois de um tempão de reforma nosso cantinho novo ficou pronto! Está uma gracinha, Mateus está amando o espaço maior que ganhou para criar suas brincadeiras. Deu muita dor de cabeça esse processo todo, meu pai que o diga, pois foi um verdadeiro mestre de obras (super obrigada!), mas valeu à pena. Ainda temos umas caixas para desempacotar e uns probleminhas para resolver, mas já estamos encaminhados e abertos para visitas... hehehe

Fim da licença maternidade
No primeiro dia de trabalho encontrei uma colega que estava chorando com o coração apertado por deixar seu único filhote em casa, achei a cena fofa, me controlei por dentro e ri por fora dizendo a ela: "arruma outros filhos pra você ver que tudo fica mais fácil!". Em seguida, outra colega mais experiente nesse sentido disse: "é isso mesmo, para a Juliana, por exemplo, as férias dela estão começando agora!". E todo mundo deu risada!
A verdade é que também senti um nó no peito por deixar meus pequenos em casa, e principalmente por saber que aquelas tardes gostosas durante esse período, só minha e de minhas filhas acabaram, mas dessa vez desafroxei o nó - de quem sabe que não precisamos sufocar nosso coração com essa dor, porque já viveu com o filho mais velho essa experiência de nó apertado e depois viu que essa separação cuidadosa e pontual faz um bem danado a todo mundo. A vida é muito mais do que essa relação maluca entre mãe e filho e quero vivê-la em sua plenitude.
Mas isso minha colega apenas conseguirá depois, quando seu coração já tiver desafrouxado um pouquinho do nó e conseguir respirar mais aliviado e claro, depois de viver sua angústia - em sua plenitude.
PS: No fim da licença do Mateus escrevi MUITO para digerir esse processo, quem quiser ler, é só clicar nos dois links:
http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2011_04_01_archive.html
http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/2011_05_01_archive.html

Nada é só flores
Longe de deixar a impressão de que agora está tudo "flores", vou contar 2  coisas difíceis desse momento: a primeira foi quando voltei a trabalhar e minhas meninas resolveram fazer greve de fome como protesto (rs). As danadas combinaram e Carolina se recusava a comer fruta e Isabel a tomar a mamadeira. Com calma, jeito e TEMPO as duas se renderam aos prazeres das comidas (ainda bem!). A segunda é em relação à amamentação: nem imaginava que teria tanto leite para amamentar duas pequenas por tanto tempo. Mas agora meu corpo está em adaptação a essa nova rotina. Nos primeiros dias de volta ao trabalho sofri com os peitos inchados, doloridos e vazando, agora sofro com a diminuição da produção, já que esse é o recado que meu corpo entendeu. Como já passei por isso da outra vez (e sofri muito com a cobrança de mim mesma para continuar amamentando da mesma maneira ativa), dessa vez escolhi relaxar e não me preocupar tanto, afinal, como disse, já me considero uma sortuda por amamentá-las abundantemente durante toda a licença.
PS: Eu deveria até mesmo escrever mais um texto intitulado "Super peitos... Ativar" para quem sabe bater o recorde dessa postagem (sim, ela é a mais acessada desse blog, já que as pessoas digitam no google "super peitos" e caem no meu blog que trata de amamentação... hahaha

Volta ao trabalho
Estou animadíssima com esse acontecimento, pareço até uma papagaia falando nas reuniões de tanta saudade de falar de outros assuntos. Meus alunos novos são uns queridos e acho que teremos um ano letivo de muita coisa boa. Como Luiz também é professor começamos o ano juntos e por isso tivemos que fazer todo um planejamento para dar conta de tanta mudança ao mesmo tempo.

Crianças sem escola
A unidade que o Mateus estuda teve a reforma atrasada e assim apenas amanhã ele voltará às aulas - ainda num esquema de adaptação com horários reduzidos. As meninas, depois de muita procura por uma escola boa e barata - que num outro texto quero fazer uma reflexão a respeito - acabamos negociando com a escola antiga do Mateus que fez um super desconto em troca de uma assessoria do Luiz, mas elas só começarão na semana que vem. Assim, temos contado com a super ajuda de nossa família, sem eles não daríamos conta sozinhos. Valeu!!!

Por tudo isso não tenho conseguido escrever aqui, apesar do desejo enorme, mas hoje recebi várias notícias maravilhosas que preciso registrar e comemorar por aqui...

Luto nacional: Santa Maria

Santa Maria de Deus! Já passado um temo desse triste episódio ele ainda choca e assim vai chocar por muito tempo mais, pois a dor de todos é muito grande e latente. Que sirva de lição para as autoridades não negligenciarem mais outros casos semelhantes...

Recebi o texto abaixo pela rede do facebook e o repasso aqui, pois o autor conseguiu expôr (um pouco) de nossa dor e choque...



A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS

Fabrício Carpinejar

Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.

...
A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul. Nunca uma nuvem foi tão nefasta.

Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia. Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa.

A fumaça corrompeu o céu para sempre. O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013.

As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada.

Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa.

Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio.

Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda.

Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.

Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa.

Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram.

Morri sufocado de excesso de morte; como acordar de novo?

O prédio não aterrissou da manhã, como um avião desgovernado na pista.

A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.

Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço. Não vão se lembrar de nada. Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.

Mais de duzentos e quarenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.

Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal.

As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso.

Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.

As palavras perderam o sentido.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Enrico: seja bem vindo!!!

Agora sim, uma notícia verdadeiramente feliz e que deve ser muito comemorada: a chegada do Enrico, filho da minha amiga Catarina e seu Paulinho. Viva!!!

Enrico é um menino de sorte, pois a Cata é uma das pessoas mais divertidas que conheço. Além de sensível, empenhada (foi até fazer um estágio lá em casa antes da chegada do pequeno!!!rs) e com uma alma genuína de educadora. Trabalhamos juntas apenas por um ano, mas bastou para que eu aprendesse muito com ela e para que nossa amizade se fortalecesse e pudesse ir até o outro lado do planeta, intacta.

Minha querida, aproveita muito essa dádiva que lhe foi concedida que é a de criar um filho. É verdade que nem tudo são flores o tempo todo, mas também é verdade que muitos dos problemas que enfrentamos somos nós mesmo quem criamos. Portanto, com o seu alto astral tudo vai se ajeitar rapidinho: coloca um pregador em cada olho para ficar acordada durante o dia das noites mal dormidas e vamos que vamos... rs

Agora que somos vizinhas vamos tentar nos ver mais vezes para matar as saudades e também para nossos pequenos crescerem juntos, e quem sabe, um dia ainda brincarem de lutar com espadas... será para mim uma tremenda honra!

Ano novo... 2013!

Demorei para escrever o primeiro texto nesse ano, porque minha vida anda uma correria só e principalmente porque queria falar de alguma coisa boa. Não sei se por superstição ou por desejo de que assim tudo continue igual. No entanto, apesar de ter um monte delas acontecendo ao meu redor tem um acontecimento triste que não saiu de minha cabeça desde que tomei conhecimento. Relutei bastante para começar o ano falando disso aqui, mas resolvi fazê-lo como maneira de protesto para que minha energia contribua para um mundo sem violência. Trata-se do assassinato da jovem Daniela, grávida de 9 meses.

Daniela não era minha conhecida assim como não era da maioria dos brasileiros. Sem entrar agora na questão da mídia sobre o por quê da cobertura de apenas alguns casos e não de tantos outros que acontecem como esse e sobre o sensacionalismo que se faz em torno do acontecimento para ganharem pontos de audiência a questão essencial para mim é que é muito fácil nos colocarmos no lugar dessa jovem, dessa família, desse bebê e isso nos toca profundamente.

Algo revoltante, a vida de alguém interrompida precocemente por alguém banal que acaba interferindo na vida de tanta gente ao redor. Triste retrato de nossa atual sociedade que vê cenas como essa acontecendo corriqueiramente e por culpa dela mesma, isto é, a maneira como temos funcionado produz cidadãos assim ou pelo menos não freia cidadãos assim. Neste caso, por exemplo, tratava-se de um fugitivo que posteriormente chegou a ser preso duas vezes por motivos distintos e ainda assim estava solto!!! Muita coisa está errada e precisa mudar se queremos viver de outras maneiras entre todos nós, com todos nós e para todos nós.

Em um de meus últimos textos intitulado "Sem direitos", num tom de desabafo dizia todos os direitos que perdemos sobre nosso próprio corpo quando nos tornamos mães e um deles é que não podermos mais morrer. Claro que nem sempre isso está em nossas mãos diretamente, mas o que na verdade quis dizer é que a ideia de que ao colocarmos um ser no mundo passamos a ter muito mais responsabilidades e deixar de estar presente é consequentemente ficar ausente nas vidas de nossos pequenos. A simples constatação disso já é em si angustiante e o fato concretizado, desesperador.

Essa mãe perdeu o direito de ver a filha crescendo, a maior dádiva do mundo e de fazer tantas outras conquistas em sua vida e sua filha, que ainda bem se salvou, perdeu a chance de usufruir plenamente de todos os benefícios da relação mãe e filha, um dos vínculos mais fortes que podem existir entre duas pessoas.

Nunca fui uma pessoa medrosa, quando mais jovem andava sem preocupações por qualquer lugar, mas desde que virei mãe fui me dando conta de nossa importância na vida desses pequenos assim como de nossa fragilidade diante de certas situações e de meu desejo em ver meus filhos crescerem desenvolvi um medo. Por um lado é ruim, pois tenho convivido com uma insegurança dentro de mim, algo novo que estou aprendendo a lidar para ficar bem até porque não quero criar meus filhos medrosos desse mundo, deixando de aproveitar a vida porque existem babacas soltos por aí, o que por outro lado é bom, pois tenho me tornado uma pessoa mais cautelosa e zelosa que busca maneira de manter viva a fé de que tudo pode dar certo.

Nos três últimos anos fui professora de três alunos que perderam as mães. Dois deles haviam as perdidos há anos, tinham uma família estruturada que assumiram o controle da situação e por isso continuavam caminhando com sucesso. Ainda assim tinha uma pontinha de tristeza no olhar, uma dor de doer, dessas que não passam, mas podem ser acalentadas com apoio e afeto, o que fiz com prontidão. Já a outra aluna perdeu a mãe durante o ano letivo e foi muito difícil apoiá-la diante de tal perda recente e assegurar os demais alunos de que tratava-se de uma situação rara. Mas me reergui ainda assim, pois aquela menina e aquela turma precisavam de mim inteira para ajudar-lhes a continuar tocando suas vidas da melhor maneira possível - e a cada vez que eles davam um sorriso diante de um afeto, a descoberta de um conhecimento ou a superação de um desafio (e foram muitos no decorrer) meu coração se alegrava.

A morte de Daniela me traz diferentes sensações: como cidadã fico indignada, como mãe amedrontada e como educadora, esperançosa: certa vez, o pai de um aluno de 7 anos que havia perdido a mãe aos 3 anos de idade me disse: "meu filho apesar de tudo está bem hoje, pois sua mãe enquanto esteve viva foi para ele a melhor mãe do mundo!". Nesses momentos, respiro fundo e mentalizo que as coisas podem melhorar.

Feliz 2013.


 
Quino

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Ano velho...

Na verdade, vamos combinar: o que muda efetivamente em nossas vidas do dia 31 de dezembro para o dia 1° de janeiro??? NADA!!! Trata-se apenas de um dia depois do outro, o hoje e o amanhã. Mas ao mesmo tempo, como somos sujeitos simbólicos, isto é, atribuímos significado às coisas, essa mudança de dias que poderia ser tão corriqueira como todas as demais faz com que mude TUDO!!!

Acreditamos, porque precisamos, que no ano novo as coisas podem ser totalmente diferentes ou exatamente iguais, dependendo do que desejamos, do ano que foi vivido. E essa percepção faz toda a diferença em nossas vidas: é uma marca, um símbolo, algo mais concreto pelo que podemos acreditar, lutar e mudar.

Por tudo isso, hoje, dia 31 de dezembro de 2012 é dia de agradecer o ano que passou, deixar para trás as coisas ruins e focar nas coisas boas para que se renovem na chegada do ano novo. Dia de fazer os rituais que cada um acredita, ter fé que a vida apesar dos pesares é muito boa e vale à pena ser vivida.

Neste ano em especial, quero muito mais agradecer do que pedir. 2012 foi especial: completei 5 anos de casamento, 10 anos de namoro, minhas flores Carolina e Isabel nasceram e Mateus completou 2 anos. Enfim, minha família aumentou e se intensificou. Peço apenas que as coisas em minha vida continuem intensas, significativas e maravilhosas.

Mateus tem nos ensinado muito quando mostra o quanto é difícil lidar com uma mudança em nossas vidas como foi o caso dele com a chegada das irmãs, mas como algumas delas nos deixam marcas profundas e por isso mesmo são definitivas. Outro dia estávamos indo embora da casa dos meus pais cheios de sacolas e nem percebemos que estávamos esquecendo as meninas no quarto. E foi Mateus quem nos lembrou!!! Ai, ai... Além dessas marcas fortes, de maneira geral todo mundo de minha família está com saúde ou lutando com forças por ela, desenvolvi uma relação extraordinária com meus alunos no primeiro semestre e fizemos descobertas sensacionais sobre a história da evolução, vivi momentos tocantes com minhas amigas ao vê-las sendo mães, esposas, namoradas, promovidas no trabalho ou simplesmente trocando um abraço ou uma mensagem carinhosa e o dinheiro que nunca foi farto, pelo menos não faltou.

Peço também que algumas mudanças importantes em nossa sociedade aconteçam, pois está cada vez mais difícil conviver com certas atrocidades. Sou defensora de que temos que lutar por um mundo melhor para nossos filhos, mas acima de tudo que também lutemos para deixar filhos melhores para esse mundo. E por isso, meu maior pedido é que meus 3 filhos possam continuar se desenvolvendo de maneira plena, alegre, com saúde e com coração.

Beijo grande, Ju

domingo, 30 de dezembro de 2012

Helena e Henrique: sejam bem vindos!!!

Falha gravíssima: Helena e Henrique nasceram em maio em meio a um momento tumultuado de minha vida e por um descuido meu não receberam o merecido espaço aqui no blog, no qual desejo as boas vindas para os filhos e filhas de gente querida de meu entorno. Mas o envio de energia positiva nunca é demais em qualquer momento de nossa vida, e por isso mesmo peço desculpas aos dois fofuchos, e do fundo do meu coração espero que eles continuem com uma vida cheia de luz e saúde.

Helena e Henrique são irmãos do Nicolas, filhos da Kika e do Toninho, meio irmãos da Priscila, da Maíra e da Fernanda, tios da Thainá e da Lelê... ufa! Família contemporânea é assim: grande, diferente, divertida e, claro, única.

Minha relação com essa grande família vem de longe... Sou muito amiga da Pri e da Má e portanto Toninho (e consequentemente a Kika) me viram crescer, principalmente da época da adolescência pra cá. Em outras palavras: devo muito a eles, pois junto com as filhas eles me aturaram muito durante nossa aborrescência. Eram festas, viagens, compras, brigas, birras, confusões e tudo mais, aprontamos! Mas também tinha muita conversa, e muita, muita risada com nossas atrapalhadas.

Kika e Toninho, não sei o que ficou para vocês daquela época (a minha mãe, por exemplo, não suporta lembrar de nada a respeito), desculpa aí qualquer coisa... Mas para mim ficou uma lembrança bem gostosa de tudo que passei com vocês, e como o mundo dá voltas, e agora que já estou véia está na hora de agradecer tudo, né? Muito, muito obrigada.

Espero um dia conseguir retribuir tudo com o mesmo carinho. Quem sabe até não será por meio da Helena e do Henrique??? Do jeito que esse mundo dá voltas não duvido nada que daqui uns anos eu passarei a noite esperando seus dois pimpolhos voltarem da balada com os meus filhotes. Será que vai me baixar 'a louca' e vou pegar o carro para caçá-los pela balada como Toninho chegou a fazer??? Vixi... Que medo! Como tudo isso ainda está longe (rs), vamos por enquanto curtir intensamente a fase das fraldas e juntar a criançada para brincar bastante.

E viva, viva a família de vocês, que a minha continue desfrutando dessa companhia gostosa!!! Beijo grande.

Zumbis

Viva!!! Diferentemente de ontem a noite de hoje foi muito boa e animadora...

Teteu capotou, Bebel acordou às 4h30 para mamar e logo voltou a dormir e arrisquei fazer uma coisa diferente do que geralmente faço: deixei a Lina continuar dormindo e ela dormiu até às 8h... que beleza!

Claro que sabemos que temos alguns ajustes a fazer como, por exemplo, colocar a Lina para dormir primeiro e esvaziar bem meu peito para não ficarem doloridos durante à noite e também sabemos que esse acontecimento não é garantia de que a noite de hoje será também muito boa, mas só de saber que existe uma luz no fim do túnel (ainda mais com Mateus dormindo hoje com os avós... rs), já fico animada: nossos dias de zumbis pela madrugada estão com os dias contados, viva! Vou comemorar... dormindo!!! rs

sábado, 29 de dezembro de 2012

Violeta: seja bem vinda!!!

Minha amiga Priscila e seu marido Danilo receberam um verdadeiro presente de Natal nesse ano: a chegada no dia 24/12 da pequena flor Violeta, linda de tudo! Parabéns!

Essa pequena só veio embelezar ainda mais essa linda família que já tem também outro pequeno, o Joaquim e trazer ainda mais alegria e bagunça àquela casa gostosa cheia de calor e harmonia. Vai ser maior farra brincar com a criançada toda naquele tanque de areia!!! E podem chamar os amigos, viu??? Mateus já é "migu" do "Quim" na escola e Lina e Bebel certamente serão da pequena flor. Então a farra será mesmo muito grande!!!

Quando voltarem nos deem um toque que adoraremos dar um cheiro nessa flor mineira!!! E contem conosco para administrar a nova rotina maluca e para trocar mensagens virtuais como fizemos com nossos primeiros filhos, nunca vou me esquecer de seu carinho nesse meu processo de recém mamãe.

Lyanne: seja bem vinda!!!

Nasceu mais uma flor nesse mundo: a Lyanne, filha da Lilian e do Rubens, neta da Helena e do Luis.

Trabalhei com Lilian e com Helena no Pró saber em Paraisópolis e sinto muita saudade delas, principalmente da Helen com quem trabalhei junta por anos como também daquele tempo bom que não volta nunca mais. Mas o importante é que sempre novos tempos chegam e com eles mais alegria também chega às nossas vidas como é o caso de agora,  com essa flor que chegou, parabéns!

Em tempos de fim de ano receber um bebê como presente faz mesmo a gente acreditar que Papai Noel existe e que todos nossos desejos se realizarão. Que assim seja. Beijo bem grandão às duas e um especial à Lyanne, essa pequena flor que trará mais beleza a essa grande família.

Vitório: seja bem vindo!!!

Mais um pequeno príncipe chegou a esse mundo: o Vitório, filho do Luiz Fernando e da Rafela e também sobrinho do Zé. Viva!!!

O Luiz e o Zé foram professores no curso de especialização em Educação Lúdica do (meu) Lu e desde então têm sido grandes modelos e parceiros em sua trajetório profissional. Uns queridos.

Desejamos tudo de mais maravilhoso a esse pequeno: muita saúde, luz e, claro, ludicidade... sempre!

Outro humor

Às vezes fico um pouco cismada de manter esse blog, por tanta exposição, mas então percebo como escrever aqui me ajuda. Hoje acordei tão mal humorada como contei na postagem anterior e agora, após ter desabafado e ter vivido um monte de coisas gostosas com meus epquenos: fui ao parque com Mateus com quem me diverti muito, também me deliciei com as risadas da Lina e fiquei impressionada com a minha minhoca Bebel que já vai de um lado a outro do berço, e por tudo isso meu humor já é outro. Só falta agora a rinite ir embora (com a dor de cabeça)... já vão tarde!!!

Sem direitos

A maternidade transformou minha vida, e graças a ela tenho vivenciado experiências maravilhosas, únicas e profundas com meus 3 filhos lindos e cheios de saúde. Amo, amo demais meus pequenos, agradeço todos os dias suas existências e faço tudo para que continuem crescendo bem. No entanto, apesar de toda essa riqueza preciso confessar que em alguns momentos fico angustiada quando percebo que ser mãe também significa perder alguns direitos.

Sei que uma das maiores dádivas de ser mãe é exatamente a de nos entregarmos incondicionalmente a um outro ser, pois como disse Elisa Lucinda:



"A grande lição que o poder de gerar nos dá é a da generosidade. Ainda que não tenha saído de nosso ventre. A arte de ser mãe e pai é essencialmente a arte de cuidar".

Por isso tudo, cuido dos meus filhotes com todo meu amor. Mas cada vez mais tenho chegado à conclusão de que para cuidar bem deles também preciso cuidar de mim - e é por esse motivo, o desabafo de hoje.

Estou há duas semanas com uma crise de rinite alérgica e com muita dor de cabeça (algo que nunca tenho e que vem me enlouquecendo) e para completar hoje acordei muito cedo por causa dos pimpolhos. Fato que desde há três meses, desde o nascimento das meninas vêm acontecendo e apesar do cansaço venho lidando tranquilamente com isso. Mas justamente hoje, quando elas finalmente dormiram das 20h até às 6h, algo inédito e digno de ser comemorado, Mateus, que sempre dorme a noite toda parece que adivinhou e inventou de ter insônia e ficou rolando na nossa cama desde às 4h e mais: dando pontapés nos meus seios inchados e doloridos, já que as meninas ainda não tinham mamado e arrancando meus cabelos (ele tem a mania de dormir fazendo carinho nele, uma delícia!Só que quando não consegue dormir ele enrola as mãos e puxa meu cabelo com força, um inferno!). Por tudo isso, estou mal humorada e vou escrever agora que com a maternidade ganhamos um monte de coisas, mas também perdemos outras e aqui vou tratar da perda de direitos sobre nosso próprio corpo.

Desde a gestação nosso corpo muda (e olha que nem sou paranóica com isso). Acho um absurdo mulheres que não querem engordar na gravidez e costumo aconselhá-las a não engravidar caso não queriam mudar o tamanho da calça e do sutiã. Mas de qualquer maneira é algo que mexe com a gente, principalmente no início quando engordamos sem a barriga aparecer e no final quando a barriga é mais visível do que qualquer outra coisa. Na minha última gestação então que as duas meninas cresciam assombrosamente dentro de mim a barriga era algo muito, muito notável, assunto de toda roda de conversa ainda que eu quisesse silenciar. E vamos combinar que tem muita gente sem noção que faz uma cara de espanto de filme de terror quando te vê - quando não faz algum comentário desagradável. Para essas pessoas, homens e mulheres (algumas já mães, pasmem!) só posso dizer: sensibilidade zero.

Ainda durante a gravidez dá para fazer uma lista de dez páginas de mudanças corporais que ocorrem. De maneira geral, tive gengivite, dores nas costas, sono e cansaço. Meus três partos foram naturais (uma até sem anestesia), o que foi ótimo, mas claro que também traz o desconforto do corte na vagina. O sangramento posterior é bem chato e a volta a namorar bem delicado (mas essencial).

Mas mesmo depois do nascimento de nossos filhos nosso corpo continua sendo público: ao amamentarmos (e sim temos de fazê-lo, primeiro porque é uma delícia de carinho e segundo porque alimenta bem nossa prole) nosso peito é dos seres que nos sugam. Às vezes racham, empedrejam e secam, e por conta disso sofremos horrores, mas o fato é que tem alguém que é possuidor de nossos seres, não importa onde estejamos (pois sim, temos que poder dar de mamar em qualquer lugar), lá estão as boquinhas abertas que só sossegam ao nosso acalento e ao nosso leite. E haja leite! Temos que ficar o tempo todo com absorventes nos seios, porque senão molhamos tudo. Uma vez tive que comprar um vestido (sendo que não é qualquer roupa que podemos usar: precisa ter abertura na frente) simplesmente porque tinha me esquecido de sair com eles. Mesmo quando crescidos nossos fofuchos ainda precisam de nossos colos (haja força! Quando Mateus nasceu tive até tendinite no pulso) quando não de outras partes de nosso corpo como, por exemplo, o Mateus com meus cabelos. E por falar em cabelos, eu, que sempre tive queda deles, durante o período de amamentação a queda aumenta demasiadamente. Sem exagero meus fios estão em qualquer lugar, é irritante e desesperador!

Além disso, só conseguimos suprir nossas necessidades quando as deles estão satisfeitas. Assim, só comemos quando eles já estão comidos, só bebemos quando estão mamados, vamos ao banheiro quando estão dormindo e quando são maiores com eles ao nosso lado papeando sobre nossos "feitos", dormimos quando eles dormem (no meu caso, só à noite, já que dificilmente consigo dormir durante o dia, e mesmo que quisesse as meninas andam cada vez mais sapecas alternando os horários de sono - acho que só para cada uma ter um momento sozinha comigo), na verdade, quando eles dormem conseguimos fazer nossas coisas, Luiz agora mesmo acabou de me dizer: "deixa eu tomar banho antes que Mateus acorde!" (sim, depois de aprontar desde às 4h da manhã ele dormiu gostoso e nós dois estamos aqui acordados... aff!), saímos com nossos maridos quando estão com alguém seguro (agora com 3 filhos essa situação ficará ainda mais rara de acontecer, pois precisaremos de "alguéns" seguros ao mesmo tempo), namoramos quando nossos filhos e o cansaço permitem, saímos sozinhas apenas quando necessário (médico, banco, por exemplo, ou até mesmo porque estamos a ponto de explodir e alguém sensível percebe e diz: "vai dar uma volta que eu fico com a criançada"), raramente vamos ao cabeleireiro, manicure, depiladora, na ginástica, enfim, como disse os cuidados com a gente mesmo está sempre condicionado aos nossos filhos estarem bem cuidados (respeito essa ordem, não quero invertê-la, apenas reitero que estou num dia de desabafo).

Juntando todo o cansaço que a correria de cuidar de um bebê gera também existem as mudanças no nosso corpo e mente que os hormônios fazem conosco desde a gestação. É uma loucura!!! Hoje entendo algumas mães que piram, a verdade é que vivemos mesmo no limbo entre a loucura e a sanidade, muito fácil pular de um a outro. Ficamos muito sensíveis, vulneráveis, mas também muito fortes e cheias de fé, muito medrosas, mas também muito corajosas, muito esgotadas, mas muito renovadas, muito malucas, mas muito plenas, muito inseguras, mas muito confiantes, muito acabadas, mas muito belas, muito reclamonas, mas muito, muito realizadas. Enfim, tudo junto, tudo misturado. Isso sem mencionar que nosso corpo não tem mais o direito de ir e vir, e depende de um outro.

E claro, tem aquele direito que perdemos no exato momento que ganhamos nossos bebês, e com certeza o mais difícil de lidar de todos, um medo e desafio constante no dia a dia de qualquer mãe: que é o de morrer. Sabemos que na maioria das vezes isso não está diretamente em nossas mãos, mas ainda assim só de pensarmos na possibilidade de deixarmos nossos pequenos já sentimos culpa pelo abandono e desespero total pela ausência. Por tudo isso é que escolho ser uma mãe muito, muito presente ainda que uma mãe que precise desabafar de vez em quando do cansaço de todo dia, mas de qualquer maneira uma mãe presente - e APAIXONADA!!!!


Citação retirada do livro: "Parem de falar mal da rotina" de Elisa Lucinda. Página 89. Lua de papel. Recomendo!!!

2 anos de Mateus

22 de dezembro de 2012: 2 anos de Mateus!!!

O que dizer??? Tanta coisa e ao mesmo tudo tão repetitivo perto do que já disse e escrevi, tão pequeno perto do que sinto diariamente no corpo e na alma e tão essencial de ser dito, gritado.

Reitero tudo aquilo que tenho dito aqui, especialmente no seu aniversário do ano passado.
http://jujuviroumamae.blogspot.com.br/search?updated-min=2011-01-01T00:00:00-02:00&updated-max=2012-01-01T00:00:00-02:00&max-results=50

Mas certamente as coisas mais essenciais são novamente agradecer a presença desse fofo na minha vida e desejar lhe muita saúde, luz e felicidade. Que meu menino se torne um homem bem bacana.

Amo você, meu príncipe. Um amor que não cabe no peito.

Um beijo grande da mamãe.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Para se emocionar: mães fortes

Ainda com os pensamentos muito ligados à história atual de minha amiga Aloyne e sua pequena Bia  e à força que ambas têm tido para superar este momento delicado de uti neonatal dedico a elas este pensamento que acabei de receber da Fatima, também parceira do 'Marina V'...

"Parir não é apenas gerar bebês... Parir é gerar mães - fortes, competentes, capazes. Mães que confiam em si mesmas e conhecem a sua força interior."
(Barbara Katz Rothman)


E ainda acrescento: mães fortes, filhos e filhas fortes!!!

E não à toa Aloyne publicou ontem em seu facebook:

Hj minha princesa completa 10 dias de vida fora da barriga da mamãe. Até agora só tenho a agradecer a Deus por ter me presenteado com uma filha tão forte e guerreira que em seus 10 dias de vida, junto com as preocupações me deu força e até agora só notícias boas. Desde seu nascimento prematuro não recebi nenhuma noticia ruim que me colocasse para baixo. TE AMO MINHA JÓIA BEATRIZ !!!!

Muita força e muita luz para vocês!!!! Beijão

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Beatriz Silveira: seja bem vinda!!!

Desde o início desse blog tenho anunciado com alegria a chegada de pequenos grandes seres a esse mundo, quanta belezura já passou por aqui!  Dessa vez, esse anúncio carrega a mesma alegria de sempre, mas uma emoção ainda maior.

A nova princesa que nasceu há um semana se chama Beatriz e é filha de uma amiga de infância, a Aloyne e do Daniel, namorados desde a adolescência, uns fofos! Além disso, Bia é sobrinha de meus amigos Alyne e Marcinho (também namorados desde de sempre, sendo que o Má e o Dani são primos!), prima da Lívia e da Lorena, e neta da Jacyra e do Dirceu que se bobear trocaram minhas fraldas e o mais importante, ajudaram muito minha família durante o período em que meu irmão Gabriel precisou de ajuda médica. Enfim, todos esses motivos já seriam mais do que suficientes para me encher de emoção ao anunciar sua chegada a esse mundão. Viva, viva, viva! A nova geração do 'Marina V' está cada vez maior, o que promete muita alegria em nossas vidas.

No entanto, a emoção com a chegada da Bia é ainda maior, pois ela foi apressadinha e chegou bem antes do previsto e desde então tem recebido cuidados especiais na maternidade. E eu que sou mãe me solidarizei profundamente com o coração aflito da Lô assim como tenho compartilhado das pequenas grandes vitórias que Bia tem feito desde seu nascimento: já está sem aparelhos respiratórios e já experimentou o melhor colo do mundo!!! Enfim, tem se mostrado uma pequena grande guerreira que certamente em breve nos dará outras tantas alegrias.

Bia é muito sortuda, faz parte de uma família especial e sua mãe em particular tem me emocionado demais, porque mesmo diante de uma situação delicada como essa ela tem se deliciado com as conquistas da pequena e de sua relação com ela. Uma mãe apaixonada e apaixonante! Eis sua última mensagem no facebook:

1 semana do nascimento da minha princesa, 1 semana sendo mamãe, que delícia. Minha lindona só me deu alegrias desde sua chegada a esse mundo. Só tenho a agradecer a Deus por estar ouvindo nossas orações e por ter me presenteado com uma filha tão linda, forte e cheia de saúde.

Minhas queridas, meus queridos, fiquem com Deus, e saibam que toda minha família está na torcida com vocês... sempre!!! Também preparem os corações, pois estas são apenas as primeiras alegrias que Bia trará às suas vidas... eba!!!  

Lembranças que servem de lição: UTI neonatal

Há uma semana atrás abri meu facebook e me deparei com essa mensagem da Aloyne, uma amiga de infância:

Não sei nem por onde começar !!!! 09/12/2012, esse dia nunca mais será o mesmo na minha vida. Minha princesa Beatriz chegou ao mundo, bem adiantada mas chegou. Existem coisas nessa vida que não podemos escolher e outras sim, e ela escolheu hoje, o dia q ela teria q vir ao mundo. Que Deus olhe por você, te proteja, te abençoe e te de muita saúde. A mamãe tem certeza que vc é forte e vai tirar de letra essa prematuridade, eu sinto isso bem dentro do meu coração. Vc já mudou meu mundo !!!! TE AMO BEATRIZ !!!!!

Li e reli a mensagem algumas vezes tentando captar o que ela dizia e ao mesmo tempo fazendo as contas de quantos meses de gestação ela estava quando da última vez que nos falamos. Depois de uns minutos caiu minha ficha de que Bia havia nascido bem prematuramente e claro, me emocionei.

Primeiramente porque a chegada de um ser a esse mundo ainda mais quando faz parte de seu ciclo de amizades é algo que deve ser sempre comemorado. É o anúncio de novos tempos e de uma nova geração; é a continuação de nossa espécie, de nossos valores e da promessa de que o que é certo se manterá e o que é errado poderá ser modificado. Certamente toda minha clareza a esse respeito só veio após o nascimento de meu primeiro filho e desde então tenho feito questão de marcar a alegria desse acontecimento aqui no blog com a sessão "seja bem vindo!". Bia daqui a pouco fará a dela.  

Em segundo lugar me emocionei com a notícia, pois agora como mãe sei bem como o nosso coração fica apertado quando nosso filho precisa de cuidados especiais de saúde. Pensei então na Lô, recém mamãe, com toda aquela idealização na cabeça de receber a filha no colo, depois cheirá-la, amamentá-la, e claro sair logo com ela nos braços da maternidade e fiquei muito mexida por ela ter que esperar um tempo para fazer tudo isso. Na verdade, acho que só estou conseguindo escrever esse texto hoje, pois ao abrir o facebook me deparei com outra notícia emocionante, e dessa vez animadora:

GENTE...PRECISO CONTAR !!!
Hj, dia 15/12/2012 às 16 horas tive e alegria que pegar minha filha no colo pela primeira vez. Fizemos o método "canguro", esse método foi comprovado cientificamente que trás enormes benefícios para os bebês prematuros.
A alegria foi imensa e o prazer inexplicável. Sentir seu coraçãozinho batendo no meu peito, sua respiração tranquila e ver que ela dormir tranquila e profundamente foi delicioso. A maior alegria de todas é saber que esse foi apenas o primeiro de muitos e muitos colos que darei a ela.


Lô querida, a evolução de Bia está indo muito rápido, sinal de que ela é mesmo uma guerreira como constantemente e que suas orações em breve serão atendidas. Ainda assim esse momento é mesmo muito difícil, pois lidar com a fragilidade da vida humana requer uma sabedoria e equilíbrio muito grandes, mas que certamente você e Dani estão tendo. Sei que no momento é tudo muito confuso, mas tente tirar proveito dessa situação. Vou contar brevemente da minha experiência...

Mateus também nos deu um susto. No seu segundo dia de nascimento um exame veio alterado e por prevenção o internaram na UTI para tomar a medicação necessária. Quase tive um "troço" quando o vi dentro da incubadora todo peladinho, tão frágil, sozinho, sem receber nosso aconchego. Uma triste imagem, você bem sabe... Mas então olhei para os lados e vi outros bebês, também peladinhos, muitos deles bem pequenininhos e dentre esses vi um que tinha uma placa comemorativa do lado de fora da incubadora com os dizeres: "Viva... ganhei meu primeiro quilo!". Nesse momento, olhei para seus pais felizes com os dizeres da placa e me emocionei muito com aquela imagem. Quem diria, 10 minutos depois de me deparar com a imagem mais aterrorizante do mundo para uma mãe lá estava eu chorando, não mais de angústia, mas de esperança diante daquela cena tão linda daqueles pais orgulhosos por seu pequeno que lutava - também como um guerreiro - por sua vida.

Naquele momento, fui me dando conta de ser mãe/pai é mesmo entregar nosso coração para um outro ser carregar e ficar sempre dependendo do sorriso deste para sorrirmos também assim como passei a entender o porquê sempre desejamos saúde para as pessoas queridas.

No dia seguinte, Mateus foi transferido para a semi uti, onde permaneceu por mais três dias. Nesse espaço as coisas são menos tensas, a começar que você sabe que seu bebê está mais forte para estar ali e que eles ficam em bercinhos, com roupa e os pais têm um pouco mais e acesso livre. Ainda assim é uma Unidade de Tratamento Intensivo e está longe de ter o aconchego, tranquilidade e liberdade de nossa casa. Fiquei um dia a mais na maternidade para acompanhar meu pequeno, sendo que esse dia foi na data de Natal e no dia seguinte não mais podendo ficar fui embora sem meus pequenos assim como você. Dureza! Nos dias posteriores passávamos o dia na maternidade, aproveitando o máximo de tempinho que podíamos com ele. No restante do tempo aproveitava para ir ao banco de leite "ordenhar", é importante para que o bebê beba seu leite e depois você consiga amamentá-lo, conversar com outras mães em situações semelhantes. Sim, existem um monte delas na maternidade, comece a reparar: muitas vezes passam o dia inteiro sozinhas e vão adorar bater um papo para aliviar o peso do que estão passando com seus filhotes. Também me forçava a comer, beber água e descansar da maneira que desse, afinal, se queremos dar força aos nossos pequenos precisamos estar fortes, orar, chorar, sorrir e sonhar com o fim desse episódio e aceitar todo tipo de ajuda (você verá que agora como mãe entendemos que fazemos parte de uma teia da vida na qual temos que cuidar uns dos outros) e como já disse, tirar proveito dessa experiência.

No caso nosso caso aproveitamos para fazer um estágio com as enfermeiras: elas nos deixavam trocar fraldas e dar banho. Assim, quando depois da suspeita da bactéria não ter se confirmado em Mateus fomos para a casa muito seguros em relação a como cuidar dele, já que havíamos recebido um monte de dicas das enfermeiras e claro, muito, muito contentes, pois mais do que nunca aprendemos a dar valor para a vitória de nosso filho. Longe de desejar que todos os pais passem por isso, mas a verdade é que aqueles que passam por situações delicadas como essas valorizam mais rapidamente os pequenos gestos: respirar sozinho, ganhar peso, sorrir, chorar, olhar nos nossos olhos, adormecer em nosso colo, amar e ser amado. E minha querida Lô, ao ler suas mensagens é muito visível o quanto você já sabe disso ao comemorar as pequenas grandes conquistas de sua filha. Parabéns pela maternidade, continue curtindo muito cada vitória de sua guerreira, a gente fica daqui na torcida, sempre!


sábado, 8 de dezembro de 2012

Emanuel: seja bem vindo!!!

Na semana passada mais um príncipe chegou a esse mundo: o Emanuel, Manu para os íntimos (rs), filho da Ligia e do Adriano e também irmão da Olívia.

Ligia era minha colega de trabalho e durante nossas primeiras gestações nos aproximamos mais intensamente trocando dicas, dúvidas e emoções - e bota emoção nisso!!!

Ainda grávidas compartilhamos algumas de nossas decisões para quando nossos bebês nascessem desde a fralda a ser comprada até outras mais sérias como, por exemplo, quando abdiquei de uma de minhas duas escolas de coração para ficar mais tempo com meu pequeno e ela, muito mais corajosa, abdicou do emprego e mudou-se para a praia para morar pertinho do maridão e proporcionar uma outra qualidade de vida à filha. Desde então passei a admirá-la ainda mais fazendo questão de manter contato (muito mais virtual do que real, é verdade, já que tem sido o único jeito possível), porque realmente percebi que ela seria uma mãe modelo, alguém para me espelhar e inspirar. Dito e feito.

Nas nossas trocas de mensagens conseguia perceber uma forte sintonia em relação à nossas descobertas sobre os desafios e maravilhamentos de ser mãe; viramos mães apaixonadas, dedicadas sem deixarmos de pensar sobre inúmeras outras coisas da vida. Com o tempo as mensagens diminuíram, já que não tínhamos mais aquela enorme angústia em sermos responsável pela vida de alguém que fala uma língua que ainda não compreendemos; viramos mães seguras. No entanto, o carinho que ficou desta relação não diminuiu, pelo contrário, só cresceu assim como nossas famílias.

Em nossas últimas mensagens conversamos sobre a chegada de mais um ser em nossas vidas e o quanto isso mexe com nossa rotina e com nossos primeiros filhos. Como sempre Ligia demonstrou muito atenção a essas questões, pois ela sempre quer cuidar dos presentes que a vida lhe dá. Olívia e Emanuel são crianças de sorte. Tenho certeza de que ainda temos muito a conversar a esse repeito bem como sobre milhares de outros assuntos. Eu quero, quero muito. Estou on-line, à disposição.