terça-feira, 29 de março de 2011

Compras

Ontem o Luiz queria descer do carro para comprar as laranjas para o suco do Mateus, mas eu insisti para ir. Ele não entendeu minha insistência, mas eu já explico...

O ato de comprar, em geral, é apenas visto como um ato consumista - ainda mais na sociedade que vivemos que estimula mesmo essa ação. No entanto, pouco se valoriza que ele envolve uma questão essencial à autonomia do ser humano: a escolha.

Percebi isso depois de voltar de um passeio com Mateus e minha mãe. Na volta, ela parou na padaria e insistiu para que eu descesse para comprar o que eu quisesse. Na hora disse que não precisava e que preferia ficar no carro com meu pequeno, mas ela insistiu. Quando entrei naquele mundo mágico dos sabores, o qual não frequentava há meses eu enlouqueci e comprei a padaria toda. E ao final, levando coisas para mim, para minha mãe, meu pai e Luiz eu me senti MUITO BEM.

Percebi então que há tempos estava incomodada com a minha dependência dos outros; é cansativo pedir para comprarem shampooo, e vir condicionador, pedir uma marca e vir outra. O cúmulo foi quando precisei pedir para o Lu comprar calcinha e ele me ligou da loja para eu falar com a vendedora sobre meu tamanho, meu culote, os modelos... Muito constrangedor. Só rindo...

Claro que a minha licença-maternidade é uma situação provisória e que sempre serei grata a todos que me ajudaram nesse momento, trazendo mesmo que errado as coisas que pedi ou então sendo fofos como minha mãe e Luiz: sempre que vêm para cá, me ligam para perguntar se eu desejo algo. Provavelmente daqui um tempo em que terei que voltar a fazer as compras do mês num supermercado lotado e tudo o mais eu sentirei falta desse momento e dos paparicos. Sei disso...

Mas a questão é que como bem disse minha sogra, pessoas que conquistaram sua autonomia gostam de exercê-la, e é por isso que fiz questão de descer do carro para escolher as melhores laranjas para o suco de meu filho.

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