quinta-feira, 3 de março de 2011

Rotina

Muito bom... as mamães fresquinhas estão me respondendo via email o quanto que também para elas é difícil o sentimento de culpa que bate quando não conseguimos entender os sinais que os bebês nos dão.
Senti uma cumplicidade nos relatos e agora me sinto mais forte... espero que elas também se sintam assim...
Preciso dizer que para mim já valeu começar essa história de blog!!! rsrsrs

Engraçado é que duas narraram a primeira noite em casa - sim, a tão sonhada, mas também tão temida, já que não temos mais o botão de chamar a enfermeira... rs
No caso do Mateus, a primeira noite em casa foi maravilhosa, desconfio que ele estava estressado com o hospital (ele acabou ficando um tempo a mais - depois conto essa história) e acho que quando veio para um lugar aconchegante, silencioso, sem outros bebês chorando, sem ninguém acordá-lo para dar agulhada (tadinho do meu Robocop), respeitando seu ritmo e não a rotina padrão, e podendo ficar comigo o tempo que quisesse (hahahaha), pronto... ele relaxou e não dormiu... simplesmente hibernou pelos próximos dias!!!

Mas claro que isso não durou muito... Nos outros dias quando estava incomodado, colocava os pulmões pra trabalhar e não chorava... gritava!!! Ai que agonia... Não conseguir ler seus sinais e ainda por cima com ele se esgoelando (é assim que escreve???)... me deixava muito tensa.
Mas aos poucos, o vínculo que é enorme desde a gestação, a nossa investigação constante e a percepção que os bebês começam a fazer sobre o que fazem e o que acontece, sobre o que sentem, se é agradável ou não (obrigada Piaget!) faz com que nós e eles comecemos a nos sentir mais confortáveis - nós, no papel de cuidadoras (porque passado o momento de agonia a gente percebe que era ÓBVIO o que eles estavam nos dizendo - talvez daí o sentimento de culpa ser tão grande) e eles, se sentem mais confortáveis nesse mundo à medida que se acostumam com todo o ambiente e a gente corresponde mais prontamente ao que precisam.
No caso do Mateus, basicamente, ele fica ligadão de dia e depois tem dificuldade para dormir mesmo quando está exausto de sono - ou porque resiste quer continuar brincando ou porque fica tão incomodado que não consegue mesmo relaxar. Com a intervenção no momento que ele precisa, mais ajuda da chupeta e funchicórea fizeram com que ficasse mais tranquilo de dia, conseguindo curtir e depois relaxar.
Estamos numa fase deliciosa!!!

Claro que é como minha mãe diz (e é verdade mesmo)... toda vez que tá tudo muito certo ele faz algo para "quebrar nossas pernas"... e nos desorienta de novo...
Tenho pensando sobre o por quê fazem isso: acho que é para que a gente não entrar no piloto automático - que é um risco muito grande. Já me peguei fazendo coisas, como dar de mamar, porque naquele horário eu sempre dava, mas depois percebia que não era aquilo que ele precisava - e aí dá-lhe gorfada!!! Em mim, claro... Que preciso limpar essa sujeira bem como a culpa que vem com ela!!!
Mas em momentos serenos percebo que é uma grande lição que esses pequenos nos ensinam (assim como os pequenos alunos da escola também já me ensinavam): rotina é importante, traz segurança, nos ajuda a relaxar um pouco pra não ficar o tempo todo em estado de alerta e também para curtir cada descoberta nossa e deles, mas ficar preso a ela faz com que a gente deixe de perceber suas mudanças e assim não curta os novos comportamentos e descobertas e assim faça mais coisas erradas...
Enfim, um eterno aprendizado... e para mim, tem sido o mais delicioso... amo!!!

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